Prólogo

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As luzes da cidade ofuscava as estrelas da noite fria em Seul, o barulho das vozes, carros e cachorros pela rua era alto o bastante para que a pequena Jisu não consiga escutar a voz de sua mãe. Mas por parte também era que algo chamava ainda mais sua atenção. A música. Na cidade em que morava, a música fora proibida, restando somente a música vindo de arpas em que se era dirigida a famílias com influências e dinheiro. Mas a música faz parte da sociedade a anos, e muitos se recusaram à deixá-la, assim, surgindo os vândalos. Rebeldes odiados pelo governo conservador da cidade. Essas pessoas vão contra o governo e todos os dias se reúnem para dançar, cantar ou pixar as ruas em forma de protestos deixando claro que querem o que são de direito de volta. E era aquilo que Jisu de somente sete anos estava presenciando enquanto esperava o sinal para atravessar a rua. Um grupo de vândalos estavam reunidos dançando como se fosse o momento mais feliz de suas vidas. Jisu se arrepiou ao ver o brilho nos olhos daquelas pessoas, tudo aquilo a encantou, queria ir para mais perto, até mesmo experimentar. Jisu nunca tinha visto aquilo mas sabia quem eram. Em meio a aquilo tudo Jisu viu um garoto, parecia ter sua idade, talvez um pouco mais velho ao julgar sua altura. Ele estava ali, feliz, dançando como se sua vida dependesse daquilo, como se nada mais importasse, como se só existisse ele e à dança. No começo sentiu inveja do garoto, pois parecia ter tudo o que ela não tinha e parecia feliz, por outro lado se impressionou com suas habilidades na dança, mesmo não entendendo daquilo. E por um momento o achou incrivelmente bonito. Mas aquele momento, aquela magia toda acabou quando policiais chegaram, quebraram o som, bateram nos homens, mulheres e crianças, e por sorte não conseguiram pegar o garoto das covinhas proeminentes, ele havia corrido a tempo com os outros. Jisu se sentiu abalada com aquilo, estava aterrorizada. Por um momento fechou os olhos para não ver mas os gritos a assustava de qualquer forma.

⎯ Está vendo, filha? ⎯ Sua mãe chama a sua atenção. ⎯ essas pessoas mereceram isso por ser tão desobedientes. Está vendo o que ganham quando se vão atrás do que não tem solução.

As duas finalmente atravessam a rua. Jisu não parava de olhar para aquilo, sentindo um aperto no peito e com os olhos marejados.

E naquela mesma noite, Jisu fugiu de casa. Andou pelas ruas sozinha atrás daquelas pessoas, estava preocupada e sentia que eles voltariam a dançar e queria ver aquilo.

Ao parar em um beco, Jisu escuta uma batia forte, era música, uma música muito boa por sinal. Depois escutou algumas vozes na melodia da música. Animada, correu entre o beco dando de cara com quem estava procurando. Era o garoto das covinhas proeminentes, ele estava ali com mais três garotos. Ela tentou se esconder atrás de uma lata de lixo e só admirar o garoto dançar e cantar junto de seus amigos. Aquilo era tão legal.

⎯ Sua mamãe sabe que está aqui à essa hora da noite? ⎯ o garoto parou e falou em voz alta. Jisu ficou confusa. O que ele estava falando?.

Logo seu braço foi tomado por uma mão a arrastando para eles. Cara à cara com o garoto das covinhas proeminentes, Jisu se sentiu apreensiva.

⎯ Você não parece ser um vândalo. ⎯ o garoto a analisou. ⎯ suas roupas parecem ser caras.

Jisu se mantinha calada enquanto o garoto fazia perguntas.

⎯ É melhor ir embora, pode arranjar encrenca por ficar aqui com a gente. ⎯ o garoto desliga o som.

⎯ Eu não quero ir. ⎯ Jisu finalmente fala.

⎯ Olha, ela fala. ⎯ O garoto gargalha. ⎯ Por que não quer ir?.

⎯ Porque eu quero ver vocês dançarem.

⎯ Você sabe dançar?.

⎯ Não.

⎯ Gosta da dança?.

⎯ Sim.

⎯ Então vamos fazer o seguinte. Você faz uma coreografia e vem até mim me mostrar, se eu gostar, eu ensino você a dançar.

⎯ Mas eu não sei como se faz isso.

⎯ É fácil. Você pega uma música e segue o ritmo.

⎯ Eu não posso escutar música. ⎯ O garoto revira os olhos.

⎯ É melhor irmos. ⎯ ele chama os amigos e começam a ir embora.

⎯ Espera! ⎯ Jisu segura a barra das costas de sua camisa. ⎯ Amanhã eu venho.

⎯ Nos vemos amanhã então, princesinha. ⎯ O garoto bagunça os cabelos escuros de Jisu e vai embora. Instantaneamente Jisu corou, e se sentiu super animada por saber que pode aprender a dançar assim como eles.

Na volta para casa, Jisu escala a grande escada carregada por trepadeiras que se estendia por toda a parede até a janela de seu quarto mas ao pisar na janela ela dá de cara com sua mãe a aguardando. Jisu sabia que depois daquele dia, nunca mais veria o garoto das covinhas proeminentes que a chamou de princesinha novamente.

Dance With MeOnde histórias criam vida. Descubra agora