[ Lia ]
Minhas pernas não descansavam debaixo da cadeira, estava cada vez mais ansiosa quando pensava no metrô hoje a noite. Sei que não deveria e particularmente não sei o motivo de eu estar tão ansiosa. Eu só devo ter ficado louca de uma vez.
Depois da primeira aula me junto com Dayeon e decidimos comer alguma coisa enquanto olhávamos o jogo no campo da escola.
⎯ Vai, me diz, com o que está preocupada? ⎯ Dayeon me olha de uma vez. Parecia ler toda à minha alma com os seus olhos.
⎯ As vezes eu acho que você tem super poderes.
⎯ Eu só te conheço, é isso. Sei quando tem algo a incomodando.
Reúno todas as minhas forças.
⎯ Ontem eu fugi de casa. ⎯ Ela comia tranquila mas logo sua ficha caiu e ela deixou o pequeno pedaço de salgado em que estava segurando à boca cair no chão. Ela me encara de uma vez com os olhos esbugalhados e à boca em um perfeito 'O'.
⎯ Você só pode estar de brincadeira, Choi Jisu. ⎯ Sorrio desajeitada.
⎯ Eu não consegui! Eu tentei, juro, mas você sabe... Aquela invasão me fez sentir o que tanto queria, eu quero aquilo que eles tem. A música, a liberdade. Eu necessito disso.
⎯ Lia, eu também amo à música mas tenho noção dos riscos.
⎯ Você acha que eu também não tenho? Dayeon, eu sinto que sem à música eu não consigo viver, depois do meu primeiro contato eu senti que era aquilo que eu queria, que eu nasci para ter. Você consegue entender? ⎯ a encarava com esperança nos olhos, mas ela somente umedeci os lábios e encara à grama.
⎯ E o que aconteceu? Ontem.
⎯ Eu encontrei eles, de baixo de um viaduto.
⎯ Os vândalos que invadiram à festa de seu pai?. ⎯ Faço um sim com à cabeça.
⎯ E eu falei com aquele que eu dancei na festa. ⎯ ela morde o lábio inferior.
⎯ Agora eu acho que sei quem é o cara das covinhas que você perguntou... não me diga que está...
⎯ Não! Eu nem o conheço, eu só... sinto que o conheço, de algum lugar eu o conheço mas não consigo lembrar. Eu só acho ele bonito.
⎯ Espero que só isso mesmo. ⎯ balanço à cabeça. Eu também.
Decido não contar sobre o metrô. Sei que Dayeon está muito preocupada, eu realmente passei dos limites e ela teme, teme por mim. Se meu pai souber...
[•••]
Não importava quantas vezes eu encarava esse teto branco do meu quarto, eu pensava cada vez mais no metrô. Eu sabia o que eles iriam fazer lá mas nunca vi. Eles iriam cantar ou fazer rap, sempre fazem isso no metrô até os policiais chegarem. Deve ser incrível.
Espero dar o horário e visto uma roupa quente e escura. Me preparo para sair de fininho novamente até à cozinha. Ao chegar na porta da cozinha checo se não havia ninguém. Por sorte estava vazia. Entro na cozinha e vou até à porta que dava o acesso às hortaliças onde eu conseguiria fugir. Mas uma voz ecoa atrás de mim me assustando.
⎯ Que susto, tia Oh! ⎯ Encaro a senhora de meia idade atrás de mim de avental e cheia de farinha.
⎯ Para onde vai senhorita Julia?.
⎯ Roubar alguns tomates... ⎯ invento uma desculpa na hora.
⎯ Não precisava, sabe que o que quiser é só me pedir que eu dou.
⎯ Obrigada, senhora Oh. ⎯ Forço um sorriso.
⎯ Aqui ⎯ Ela vai até a geladeira e pega alguns tomate-cereja e me entrega. ⎯, pode voltar para o seu quarto agora.
⎯ Obrigada. ⎯ me forço a voltar.
Droga! O que eu faço agora?.
⎯ Julia. ⎯ a voz da minha mãe me assusta. Volto um degrau da escada e a encaro.
⎯ Sim, mãe?.
⎯ Podemos conversar um instante?. ⎯ meu coração gela mas eu aceno com à cabeça e vou até o seu quarto com ela.
Ela me faz sentar na cama e pega uma escova para pentear o meu cabelo. Engulo em seco pois logo percebo que o assunto é sério.
⎯ Senhorita Oh viu seu cabelo no pequeno pé de hortelã perto do muro. ⎯ Droga! Era para ter amarrado o cabelo.
⎯ Ah... eu pensei em fazer uma nova receita e peguei alguns hortelãs.
⎯ A noite? ⎯ Ela questiona.
⎯ Sim. Vi na Internet e quis fazer na hora.
⎯ Que bom, pensei que minha filha perfeita havia... fugido. ⎯ Engulo em seco quando ela puxa meu cabelo de forma firme. ⎯ Você não faria isso, não é mesmo?.
Sua voz ecoava em meus ouvidos, era em um tom firme e quase um Sussurro. Aquilo era manipulador e me deixava desconfortável.
⎯ Sim. ⎯ Forço a mim mesma a falar.
⎯ Ótimo. Você sabe as consequências, espero nunca vê-la fazer isso. ⎯ Sinto minha cicatriz esquentar.
Ela puxa meu cabelo mais uma vez, dá mesma forma firme e controladora.
⎯ Minha filha é tão perfeita para mim, é o futuro da minha família. Não tive um filho homem então terá que assumir tudo, você e Hankook. Mamãe está orgulhosa. ⎯ Meus olhos marejam e eu sinto meu coração apertar. Eu não posso me sentir culpada, não posso.
⎯ Agora vá. ⎯ Ela para de pentear meus cabelos e me empurra para fora da cama.
Me levanto e me curvo para ela logo saindo do quarto. Ao finalmente chegar no meu me deixo derramar sobre a porta. Bato em mim mesma enquanto choro. Eu odeio isso, odeio!.
[ Soobin ]
⎯ Bin! ⎯ Arthur corri até mim. ⎯ A gente já vai. O show de hoje foi um sucesso, e nenhum sinal dos poliças.
⎯ Eu já vou. ⎯ O aviso e volto a olhar as escadas do metrô.
⎯ Quem você está esperando? ⎯ ele estranha.
⎯ Nada... ⎯ Fecho meu celular ao olhar o horário e vou embora com ele.
O que eu realmente estava esperando. Do nada fiquei tão ingênuo.
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Dance With Me
FanfictionEm uma cidade onde a música, dança e qualquer outro tipo livre de arte foi proibido. Deixando somente aquilo que o governo trata como "certo". Soobin luta pela arte, tentando fazer de tudo para derrubar aquele governo, ele é caçado e chamado de vând...