Capítulo 24 - Julgamento

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Notas: Caros, minhas pesquisas para este capítulo foram bem superficiais, perdoem...

...

Eu nunca estive presente em um julgamento de verdade. Minha única experiência eram aqueles que vi na TV. Por incrível que pareça, não fui chamada para testemunhar. Richy confessou todos os crimes e seja o que foi que ele disse, fez com que Alan me deixasse em paz com o assunto da Mina.

Jessy me busca para irmos juntas ao tribunal assistir o julgamento. Aquela seria a primeira vez que ela veria Richy desde seu retorno. Aquela na verdade seria a primeira vez de todos eles reverem o amigo. Jessy parecia muito apreensiva, sua atenção parecia estar dividida entre permanecer focada na estrada e nos seus pensamentos.

Por causa de seu histórico médico, Hannah não foi detida até a data de hoje. A intimação chegou e um policial iria escoltá-la até o tribunal, segundo me explicou Lilly. Eu não conseguia imaginar o quão difícil estava sendo toda aquela situação. Física e mental.

Escolhemos dois lugares nos bancos da frente. O grande salão ainda estava vazio, mas em instantes pessoas começam a preencher o recinto. Seguro a mão de Jessy, precisando me acalmar tanto quando ela. Vejo Íris Hanson entrando acompanhada de algumas pessoas que eu não conhecia. Sua família, talvez. Eles escolhem um assento no lado oposto, naquele onde estaria a defensoria de Jennifer e Ted Madruga.

Quando o restante do grupo chega, preenchemos o restante daquela fileira. Estamos do lado oposto de Íris e quando ela olha para nós, torço de verdade para que ela não pense que eu estou contra ela. Eu estava do lado da verdade, da justiça. E torcia para que o resultado daquele dia trouxesse paz para os envolvidos. Paz para Hannah, para Richy... e principalmente para Íris. E, apesar de não conhecer Michael, desejo que essa mesma paz chegue até ele.

As portas do tribunal são fechadas, me fazendo presumir que a audiência vai começar. Havia uma porta próximo a grande tribuna onde ficaria o juiz, e por ela entra 7 pessoas que seriam os jurados daquele julgamento. Em seguida, entra outras 5 pessoas, duas seguem até o lado direito e as outras três param do lado esquerdo do grande assento do juiz.

— Todos de pé — ordena um dos guardas.

Todos os presentes levantam-se ao mesmo tempo, quando uma figura alta vestida de preto entra pela mesma porta. O juiz. Assim que ele toma seu lugar, todos voltamos a nos sentar. Ele começa a ler uns proclames usando termos jurídicos que eu pouco entendia. Assim que termina, ele pede que entre os réus. Os advogados já estavam sentados em suas cadeiras, mas levantam-se para receber seus clientes. Hannah parecia distante, enquanto Richy parecia bastante assustado. Ele estava limpo e parecia bem melhor fisicamente. Ouço o resfolegar do grupo enquanto observam Richy... vivo, andando até o seu lugar.

Eu não entendia ainda como aquele julgamento iria funcionar. Os dois já confessaram seus crimes. O que mais deveria ser debatido? Para quê ter uma defesa e votação? Minhas dúvidas são esclarecidas conforme as horas vão passando. Toda a história é recontada desde o início, tanto por Richy quanto por Hannah. Depois, diversas perguntas são feitas para eles, pelos advogados e os jurados.

Ted Madruga é chamado depois que a sessão de perguntas termina. Na minha cabeça, ele era um homem relativamente velho. Só que o homem que passa pela porta está longe de ser isso. Ele poderia ter a idade do grupo, talvez alguns anos mais velho. Ted conta sua história também.

Antes que a corte se retirasse para deliberar e realizar a votação, é concedido a Hannah e Richy um último momento para falar. Hannah é a primeira a caminhar para o lugar reservado ao réu. Só que diferente de antes, ela se vira na direção da multidão que assistia aquele julgamento. Seus olhos passeiam por um tempo até encontrar Íris, e é sobre a mulher que eles ficam.

Não Diga Adeus - DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora