Capítulo 25 - Agora entendo

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Como?

Meu espanto não é fingido. Matt acabou de dizer o nome de Jake? Do meu Jake? O policial continua dirigindo, só agora me fazendo perceber o quanto estávamos rápido. A floresta que margeava a estrada dos dois lados passava como um borrão.

— Matt, pare o carro!

Ele me ignora completamente, sua atenção naquele momento era da estrada e nada mais. Começo a soltar o cinto de segurança. Se eu teria que fugir, precisaria eliminar primeiro aquela barreira.

— Não adianta, as portas não vão se abrir — ele fala, presumindo o que eu faria em seguida.

— Por favor, pare o carro — recorro a implorar antes de fazer algo mais sério e arriscado. Quando o policial escolhe me ignorar outra vez, tento a trava da porta, só para ver se ele não estava blefando. Nada. Nem a porta abre, muito menos a janela.

Volto a olhar para ele ainda dirigindo, e a ideia que me vêm à mente é muito perigosa. Tanto para ele quanto para mim. Mas, o que mais eu poderia fazer? Ele estava me raptando! Eu deveria ir sem lutar? Com um impulso forte, pulo em cima dele, apenas o suficiente para fazê-lo perder um pouco do controle na direção do carro. Matt tenta me afastar usando uma das mãos, porém continuo atacando, tendo a vantagem de estar totalmente livre.

Quando o carro sai um pouco da pista, ele decidi diminuir a velocidade. Aos poucos, o veículo vai desacelerando, até parar de vez no acostamento. Ouço o som das travas sendo abertas e imediatamente pulo para fora do carro, correndo na direção da floresta. O terreno era extremamente difícil de andar, melhor, correr. Havia muitas raízes altas, galhos caídos no caminho e pedras. Eu não consigo ir muito longe. Meu corpo ainda estava debilitado pela queda na Mina e aquela curta corrida já fez o meu mundo começar a girar e balançar. Quando sou derrubada no chão, sinto uma forte ânsia de vômito subir pela minha garganta.

Tento fazer força, mas Matt prende meu corpo no chão usando um de seus joelhos, que pressionava minhas costas com força. Ouço um som metálico e depois sinto as algemas prendendo meus pulsos às costas. Ele me levanta logo em seguida, me ajudando a ficar em pé e equilibrada naquele terreno irregular.

— Você continua cheia de surpresas — ele começa a rir.

— O que você esperava?! — grito.

— Nesse momento? Que você não fosse tão esperta.

— Para onde você está me levando? — questiono outra vez.

— Eu já te disse. Encontrar o hacker que você protege.

— O que faz você pensar que eu sei onde ele está?

— Você sabe sim. Você foi até à Mina, não foi? — Matt tenta me colocar de volta no carro assim que chegamos no veículo, mas começo a lutar outra vez, dificultando sua tentativa. Ele para de tentar me forçar a entrar, mas ainda assim não solta o meu braço.

— Então foi você que me enviou aquela mensagem? — pergunto, sentindo minha garganta se fechar.

— Bingo. Aquela sua ligação para ele foi bem interessante.

— Todo esse tempo você só estava me usando?

— Eu te explico tudo se você entrar no carro — ele desconversa.

— Eu não vou entrar em lugar nenhum! Você não vai me levar.

— Você não tem muita escolha — Matt volta a tentar me forçar a entrar no veículo. Quando olho para a estrada, vejo um outro carro se aproximando. Começo a gritar por socorro a plenos pulmões, então o policial para outra vez. O carro que se aproximava vai parando aos poucos até estar ao nosso lado. Ninguém desce do veículo, mas a janela ao lado do carona é aberta. Consigo enxergar dois homens dentro do veículo, mas parecia ter outros no banco de trás.

Não Diga Adeus - DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora