Capítulo 15 - Íris Hanson

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Quando o despertador toca naquela manhã, sinto o som dentro do meu crânio. A sensação era de que tinha um fone grudado dentro de meus dois ouvidos e que o som estava no volume máximo. E não para de tocar. No meu sonho, sinto-me cada vez mais desesperada para tirar aquele som estridente de perto de mim. Quando acordo, a dor na minha cabeça é a primeira coisa que sinto, depois a desorientação. Devo ter passado cerca de 1 minuto tentando entender onde eu estava e de onde vinha aquele som infernal.

Me sinto muito pior do que ontem. Meu braço ainda arde e o galo que se formou no alto da minha nuca está gigante. Mas deixo de lado, pois em menos de 30 minutos, Matt estaria aqui. E eu ainda precisa liberar a passagem do esgoto para Jake passar.

Encontro um kit de primeiros-socorros no bar. Após vestir as roupas que separei para visitar a Íris, refaço o curativo. Não fica tão bom quanto o do sr. Gray. Desço novamente para o bar e levo a bicicleta de volta para o porão. Tiro os moveis pesados de cima da passagem e com cuidado, abro a tampa só para dar uma olhadinha. Primeiro, vem o cheiro de esgoto. Depois, o barulho de água corrente ao longe. Mas estava tudo escuro e a escada que Jake usou para subir e descer sumiu na escuridão. Fecho a tampa e volto para o bar, onde já deixei minha bolsa para aguardar Matt.

O policial não demora. Entro no carro assim que ele para no acostamento, ansiosa para tomar o café da manhã. Quando entramos no Rainbow, não é Alica que está no balcão de atendimento. Peço dois do mesmo croissant que pedi ontem, café com leite e uns biscoitos recheados. Matt pede café puro sem açúcar, torrada com manteiga e muffins. Escolhemos uma mesa do lado de fora do Café. O céu estava totalmente aberto e o sol da manhã começava a esquentar.

Mantenho uma conversa leve com Matt. Falamos sobre o tempo, nossos trabalhos e hobbies. Ele faz umas provocações, mas nada para me deixar irritada de verdade. Às vezes, ele falava algo tão engraçado e eu ria tanto que a minha dor de cabeça se intensificava.

— O que você tem hoje? — ele questiona, de repente.

— Como assim?

— Você fica contorcendo o rosto.

Sinto que se eu contasse para ele sobre minha queda, ele me levaria imediatamente para um hospital. Principalmente se sentisse a protuberância do galo na minha cabeça. Falar com Íris era minha prioridade naquele momento.

— Não é nada. Só uma dorzinha de cabeça — digo uma meia verdade.

— Tem certeza? — confirmo com um gesto de cabeça, ao mesmo tento que levo minha caneca com a bebida aos lábios. Ele veria a mentira se eu falasse mais, ou ao menos se o olhasse diretamente nos olhos.

Para meu alívio, ele não insiste mais no assunto. Terminamos nosso café da manhã e voltamos para a estrada. Percorremos o caminho de 3 horas até Ashview Hills sem nenhum problema. Deixamos as janelas abertas depois que o ar começou a ficar mais quente e abafado. Matt ligou o rádio e fomos intercalando as músicas entre meus gostos e os dele. Quando escolhíamos uma que ambos gostavam, cantávamos. Ele tentava fazer graça, mas sua voz era realmente bonita e afinada.

...

Íris morava no centro da grande cidade de Ashview Hills. A fachada de sua casa era bem moderna, completamente destoante daquelas em Duskwood. Havia um carro parado no gramado aberto em frente à casa. Matt deixa o seu parado no acostamento, e então seguimos na direção da porta. Sinto o mesmo nervosismo de quando fui ver a Hannah.

Toco a campainha e não demora até que eu escuto passos se aproximando da porta. A mulher de meia idade que atende só pode ser Íris Hanson. A primeira coisa que me chama atenção nela é o brilho nos olhos verdes, exatamente como esmeraldas.

Não Diga Adeus - DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora