Capítulo 13 - Os Donfort

7.4K 784 443
                                    

Hoje era o dia de ficar com a Lilly, e estou muito contente por isso. Desde que cheguei em Duskwood, sinto que não passamos um tempo de qualidade juntas. Só eu e ela. Mas para minha surpresa, Lilly me informa que iríamos almoçar com sua família.

Pergunto a ela se já havia falado sobre Jake para seu pai, Nathan Donfort. Lilly disse que ainda não teve coragem. E principalmente, ela não sabia se era o que Jake queria.

 Que sentido teria saber que seu pai agora sabe de sua existência, e você não pode ir até ele. Para saírem, conversarem... — Ela argumentou.

Ela tinha razão. Jake não poderia "voltar a luz" somente por seu pai ter conhecimento sobre ele. Ainda haveria o governo e todas as pessoas que se empenham em encontrá-lo.

Os Donfort não moravam exatamente fora de Duskwood. Era ainda dentro dos limites da cidade, mas em uma área mais rural e afastada. Aquilo me lembrava algo...

— Lilly, acha que a casa do Michael Hanson é perto daqui?

— Na verdade, tenho certeza de que é - olho confusa para ela. — A casa de Michael fica na Well Street 4, a de meus pais fica na Street 2. Eu fui lá quando tudo ficou relativamente normal.

— Sozinha?

— Foi... vai, não fique assustada. Não havia mais perigo, não é?

— Eu não esperaria menos de Duskwood.

— Você é terrível. Enfim... eu fui e dei uma olhada no lugar. Então perguntei ao meu pai sobre Michael, e ele me disse que o homem e meu avô eram amigos. E em alguma dessas visitas a propriedade do Hanson, eu fui junto.

— Você havia mencionado que a Hannah nunca foi junto. Você acha que foi por causa da Jennifer?

— Eu imagino que sim.

Chegamos na casa dos Donfort. O lugar era bem modesto, e seria o tipo de casa que eu escolheria para viver. Lilly toma a dianteira e segue para o interior do lar. Já nos esperando na sala, está um senhor que deduzo ser o seu pai. Nathan estava com os cabelos bem grisalhos, mas ainda consigo ver um pouco do castanho. A mãe de Jake deve ter os cabelos escuros então, penso. Ele me cumprimenta, segurando minhas duas mãos. E me agradece por ajudar a salvar sua filha.

Então a mãe de Lilly entra na sala, dizendo que ouviu as vozes e imaginou que havíamos chegado. Ela é mais calorosa ao me cumprimentar, escolhendo um abraço à um aperto de mão. Ela me segura por bastante tempo, repetindo agradecimentos e mais agradecimentos pelo que fiz pela Hannah.

— Sr e sra. Donfort, o que eu fiz pela Hannah, teria feito por qualquer um. Fico feliz que ela esteja segura agora.

A sra. Donfort pede que Lilly a ajude a pôr a mesa assim que me oferece um copo de água. Mãe e filha então vão para a cozinha, me deixando sozinha com o sr. Donfort.

— Fique à vontade, por favor. - Ele indica o sofá. Sento-me e tomo calmamente o copo d'água, olhando ao redor do cômodo.

— O senhor pesca? — pergunto, assim que reparo em uma fotografia dele com uma vara de pesca em mãos. E porque eu não aguentava mais o silêncio.

— Pescava. Com o meu pai - ele olha na direção da mesma foto. - Faz muito tempo que não faço isso.

— Por quê?

— Bem, as meninas nunca foram fãs do esporte. E depois que descobriram sobre a história da criatura que vive dentro do Blackwater, não quiseram mais entrar na água. — Ele ri com humor e nostalgia. - E as atividades de pescas ocorrem geralmente com os filhos homens. E como fui abençoado com duas garotinhas...

Não Diga Adeus - DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora