Capítulo 16 - Portão da Esperança

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Quando o cansaço me venceu, já eram 8 horas da manhã. Consegui finalizar o material que Alan pediu e fiquei bem satisfeita com tudo o que fiz. Então dormi por horas. E quando acordei, já era noite. E eu estava morrendo de fome e ainda sem nada para comer.

Fui ao mesmo mercado na Kings Street e fiz uma compra básica, já que daquela vez optei por não usar a bicicleta. Meu galo já estava diminuindo um pouco e a dor de cabeça melhorou, apesar de ainda não ter sumido.

De volta ao apartamento, cozinhei uma refeição simples, guardei a compra que fiz, limpei a louça e voltei para a cama depois de comer. Meu coração estava arrasado e eu ainda não entendia o motivo dele ter terminado tudo daquela forma.

No sábado, passo o dia todo lendo o mesmo livro de investigação que comecei a ler no dia da visita a Hannah. Em nenhum momento, toquei no meu telefone. Seja para ver se tinha alguma mensagem de meus amigos ou de minha família. Por isso, quando Cleo toca a campainha no domingo de manhã, me sinto bastante confusa.

— Combinamos de ir hoje no Portão. Esqueceu? — Ela pergunta, depois que eu questiono o motivo de sua visita. Sim, eu tinha me esquecido.

Cleo me segue até o apartamento e aguarda na sala enquanto eu me arrumo. Depois de tomar um rápido banho, visto uma roupa parecida com a que ela vestia. Eu ainda não havia tomado café da manhã, mas percebo que não estou com fome. Quando saio do quarto, digo a Cleo que já podemos ir.

Seguimos pela avenida principal de Duskwood. Ela ia do bar Aurora, dava meia volta no Mercado e ia direto para a igreja e o Portão. O trajeto não é longo e muito menos tem trânsito. Vou me recordando do lugar por causa do tour que fiz com a Jessy. Tudo estava exatamente igual.

Cleo estaciona seu carro perto dos outros que já estavam lá. Ouço o som de uma voz forte e masculina vindo da grande igreja, então me aproximo para olhar um pouco. O lugar está cheio de gente e na outra extremidade, estava um homem que só poderia imaginar se o pai de Cleo.

— Vamos indo? — ela pergunta, atrás de mim.

— Não viemos assistir o... culto?

— Claro que não — ela diz, rindo. — Minha intenção era ajudar um pouco no almoço que as mulheres farão hoje. Mas, se você quiser assistir...

— Não. Eu vou com você — a última coisa que queria era que as pessoas me reconhecessem e começassem a fofocar em meio a pregação do reverendo.

Damos a volta na grande igreja e entramos num salão bem espaçoso, com várias mesas e cadeiras de plástico já distribuídas pelo espaço. Cleo continua seguindo para os fundos do salão, até que entramos em uma cozinha. Nela, já estavam reunidas algumas mulheres. Umas cortavam legumes e folhas, outras mexiam o conteúdo das panelas que já estavam no fogo.

— Mãe, essa é a (seu nome) — Cleo fala para a mulher que anotava algo em um caderninho.

— Oh! Que bom que você veio, (seu nome) — A mulher diz, com os olhos esbugalhados de surpresa.

— Eu estava ansiosa por conhecê-la, sra. Miranda.

— E nós por conhecer você — ela dá uma risadinha, olhando rapidamente para as outras mulheres.

— Mãe, não começa — Cleo a repreende. - (seu nome), vou começar a decorar os bolos. Quer me ajudar?

Aceito na mesma hora e sigo Cleo até uma parede mais afastada da aglomeração de mulheres perto dos fogões.

— Eu os preparei ontem — Cleo fala, enquanto abre a geladeira e revela três bolos embrulhados em plástico filme dentro das formas.

— Estes são bem profissionais — comento, enquanto Cleo tira-os das formas de fundo removível.

Não Diga Adeus - DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora