Capítulo 1

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Naquela manhã, onde eu achava que a monotonia tomaria conta, acordei cedo e me arrumei vestindo uma roupa elegante, mas ao mesmo tempo confortável. Meus amigos já sabiam do meu interesse secreto pelo dono da cafeteria, mas eu nunca tinha chegado a afirmar. Mandei uma foto no grupo e eles me responderam elogiando da forma exagerada que sempre faziam e eu estava usando apenas uma camisa preta larga com uma calça moletom cinza e meus óculos para escrever, coloquei algumas pulseiras para tentar quebrar a simplicidade do look e li as outras mensagens dos dois brincando com o meu motivo de ir sempre a mesma cafeteria.

Antes de sair de casa, peguei alguns papeis com rascunhos soltos e meu caderno de ideias já que estava à procura de uma nova inspiração para meu novo livro. Passar a vida escrevendo sobre romances, mas nem ao menos ter a oportunidade de viver um, bem-vindos a minha vida. Às vezes me pergunto como consegui transmitir de forma tão real o sentimento dos personagens se nem ao menos eu tenha vivido aquilo, e pior, por que eu esperava viver um romance de livros com o dono da cafeteria? Não me julguem, no fundo eu queria.

Tentei sair com algumas pessoas, mas nenhuma delas me causou o que ele me fez sentir naquele dia que nossos olhos cruzaram pela primeira vez. Aquela cena ainda está guardada em minha mente como se fossem memórias recentes, não entendo como me marcou tanto, vai ver para ele sou apenas o cliente frequente, mas se eu pudesse ter a chance de lhe mostrar que eu sou muito mais que isso com toda certeza do mundo eu não perderia essa chance.

Mesmo com carro, sempre gostei de ir caminhando até a cafeteria, esse dia não seria diferente. Segurava minha bolsa bege que sempre costumava levar o notebook ou alguns papéis. No meio do caminho resolvi parar e tirar foto da paisagem das árvores da rua já que a chuva tinha resolvido aparecer minutos antes. O clima estava agradável, adentrei a cafeteria e como sempre eu era o primeiro cliente do dia, costumava passar o dia inteiro por ali, principalmente quando a inspiração batia e eu simplesmente escrevia por longas horas, era um lugar aconchegante e minhas ideias amavam fluir naquele ambiente.

A cafeteria não era muito grande, a porta ficava no meio da fachada e logo ao entrar dava para notar os quadros com diversas paisagens na parede com um rosa fosco ao lado direito, aqueles quadros decoravam aquela parede com diferentes cores e tamanhos, como se cada um encaixasse perfeitamente com o outro, O lado esquerdo era o que mais me encantava, as cores na parede puxavam mais para um marrom e um preto, mas era decorado com várias plantas deixando mais leve. As mesas ficavam coladas na parede direita e algumas dispostas pelo meio da cafeteria, enquanto a vitrine tomava praticamente todo o lado esquerdo com exceção daquela única mesa que ficava de frente para a enorme janela que dispunha de um pequeno sofá de dois lugares colado a ela e algumas almofadas, do lado de fora o nome da cafeteria ficava no vidro, mas na parte de dentro dispunha de uma visão bonita do que acontecia do outro lado do vidro. Sentia que aquela mesa era minha, a quase dois anos sentando nela, deveria ter meu nome ou até mesmo uma homenagem ao cliente mais fiel.

Ainda estava bastante confuso com o que escreveria para no meu próximo livro, estava em busca de inspiração, mas o que eu poderia fazer dessa vez? Queria algo real, e ao mesmo tempo incerto, poderia escrever minha própria história de amor, mas para isso eu precisaria viver uma, e mesmo sendo um romântico nato, aquela altura do campeonato já estava começando a achar que meu talento serviria apenas para escrever romances, e não viver um. Se por acaso eu fosse narrar minha história de amor, acho que a manteria privada apenas eu e ele, não precisaria publicar ou vender milhões de exemplares, mas amaria a ter em minha estante como o livro mais significativo para mim.

Assim que entrei cumprimentei todos os funcionários que estavam ali já que me conheciam dos últimos meses. Cumprimentei o dono e percebi que aquela segunda-feira seria como todas as outras, a velha monotonia. Caminhei até minha mesa esperando que o dono fosse ao menos pegar meu pedido, como ele sempre fazia, era como se vivêssemos um roteiro monótono e não passássemos disso. Espalhei algumas folhas com ideias inacabadas sobre a mesa e não percebi que ele tinha chegado rápido.

Entre Chá's e Chocolate quente { Taekook}Onde histórias criam vida. Descubra agora