Vejo um dos homens tentando dar cobertura e proteger Antonella. Essa desgraçada não vai fugir.
O homem está tentando acertar Niklaus, então aproveito e dou um tiro certeiro em sua cabeça. Ele vai em cima de Antonella, que grita para que Matteo a ajude.
O outro homem que sobrou, é eliminado por Niklaus, ficando somente meu irmão, escondido atrás de uma parede.
— Depois eu que sou o fraco. — grito. — Você nunca conseguiu fazer nada sozinho, sempre precisou que eu limpasse sua bagunça.
Niklaus me olha e avançamos com calma. Vou em direção onde está Antonella.
— Se juntar a Antonella só mostra o quão burro você é. — falo. — O papai sempre te achou um fraco, sempre disse que você era uma decepção, e que nunca deixaria você assumir o lugar dele, ele sempre viu o traidor nojento que você era, ele tinha vergonha de você.
— FIGLIO DI PUTTANA. — ele grita e começa atirar em minha direção, um dos tiros acerta meu ombro, me fazendo cair. — EU VOU ACABAR COM VOCÊ.
Eu atiro em sua perna e ele cai, xingando e seus gritos são uma mistura de ódio e dor.
Eu amo meu irmão, eu nunca quis dar ouvidos ao que meu pai falava sobre ele, claro que eu percebia sua ganância e sua instabilidade, mas eu sempre o protegi e cuidei dele. E estar aqui, com ele, morrerá uma parte minha também.
Niklaus corre em sua direção e pega a arma nele que está no chão. Me apoio na mesa ao meu lado e levanto com um certa dificuldade.
Vejo Antonella tentando se levantar mas eu paro em sua frente.
— Eu deveria ter te matado antes, te mandado para o inferno. — aponto a arma para seu rosto, mas ela sorri.
— Acha mesmo que ela vai te querer de volta? — ela começa a rir. — Você é a porra de um assassino, um mafioso de merda, ela vai ficar com seu amiguinho ali. — aponta com a cabeça para Niklaus.
Imaginar Laura nos braços de qualquer um, me enoja, ela é minha. Ela não vai me deixar, ela não vai.
— Te vejo no inferno, vadia. — atiro no meio do seu rosto. Um problema a menos.
Matteo está encostado na parede, me olhando com um sorriso no rosto.
— Acho que deveria ter te matado antes. — fala.
— É, deveria. — caminho até ele. — Mas agora sou eu quem vou ter que te matar.
— O que é uma família sem um pouco de drama, não é mesmo? — ele diz, irônico.
— Eu sinto muito. — levanto a arma e aponto para ele.
— Eu não. — eu puxo o gatilho e mato meu irmão. Caiu de joelhos em frente ao seu corpo, sinto o ar sumir de meus pulmões.
— Precisamos ir encontrar a Laura. — a voz de Niklaus me traz de volta.
— Vamos. — me levanto com dificuldade, me sentido fraco, mas saímos do apartamento.
Vou trazê-la de volta.Sinto uma pontada na minha cabeça e tento abrir meus olhos, por fim consigo, com muita dificuldade.
Coloco a mão na minha cabeça e sinto um líquido quente, olho minha mão e vejo que está cheio de sangue. Olho em volta e John está desmaiado ao meu lado, seu rosto coberto de sangue. O parabrisa está estourado e tem cacos de vidros por todo lado, a frente do carro está destruída e saindo fumaça.
Abro minha porta quando vou sair, sinto uma dor aguda na minha perna, quando olho, um pedaço de plástico, do painel, está preso em minha coxa.
Saio do carro com cuidado, e começo a andar em direção a floresta, me arrastando.
Tento sair de perto daquele carro o mais rápido possível, e achar ajuda.
Depois de andar alguns metros, escuto um tiro atrás de mim.
— LAURAAAAA. — a voz de John ecoa pela mata.
— Meu Deus. — começo a correr, com dificuldade, sentindo minha perna queimar a cada passo.
Corro o máximo que consigo e me escondo em baixo de um barranco, tentando recuperar o fôlego e amenizar a dor em minha perna.
O que eu faço? Pra onde eu vou?
— EU VOU TE PEGAR, VAGABUNDA. — sua voz começa a se aproximar. — Você é minha.
— Laura! — Sam?
Aí meu Deus, é o Sam, graças a Deus.
Escuto um tiro e me encolhi, sentindo meu coração quase saindo pela boca. O medo que me consome é assustador, estou tremendo tanto meus ossos doem.
— Olha só, seu papai chegou, vamos ter uma reunião de família. — debocha.
— Deixe ela em paz, porra! — Sam grita.
Percebo que a voz dele está perto de mim e começo a procurá-lo. Ele está agachado atrás de uma árvore, me olhando, com preocupação.
— Eu vou até você. — ele sussurra para mim.
— Yelena morreu acreditando que você ajudaria sua filha. — escuro seus passos, provavelmente nos procurando. — Mas você era um covarde.
Sam começa a sair com calma de trás da árvore e começa a vir até mim.
— E agora vai morrer por isso. — o som do disparo ecoa e vejo Sam cair.
Não, não, não.
— SAM! — eu saí correndo até ele, sem me importar que John me veja. — Não, por favor.
O sangue escorre por um buraco no meio das suas costelas, e minhas lágrimas caem sem controle.
Tento tampar onde o sangue está saindo, mas não adianta nada. Ele começa a tossir e engasgar com seu sangue.
— Por favor, não faz isso comigo. — imploro em meio ao choro.
— Me per-perdoa. — ele acaricia meu rosto. — eu deveria ter ido atrás de você, isso é tudo culpa minha.
— Xiiiii... Não, não é sua culpa. — tento tranquilizar ele. — Você cuidou muito bem de mim durante esses dois anos, você foi o meu pai.
O choro queima em minha garganta, o medo de perde-lo é tão grande, que o agarro ao meu corpo, tentando de todo o jeito estancar o sangramento, tentando deixá-lo acordado.
— Me perdoa, você merecia mais. — ele tem dificuldade em deixar seus olhos aberto.
— Ei, ei, ei. — por favor, não faz isso comigo. — Não me deixa, por favor, Sam, fica acordado.
Ele me dá um sorriso fraco, seus dentes sujos de sangue e lágrimas escorrendo por suas têmporas.
— Vo-você é incrível... É... A melhor coisa que aconteceu na minha vida.
— Sam, não faz isso. — imploro.
— Eu amo você, filha. — seus olhos se fecham e tudo simplesmente para.
Nesse momento o mundo a minha volta deixa de existir. Começo a chacoalhar Sam, bater em seu peito, na esperança de que ele acorde, que ele abra os olhos e me abrace.
Eu perdi tudo, minha mãe, meu filho e agora meu pai. Eu não tenho mais nada.
— Pai... — coloco minha testa na dele e o abraço.
Sinto algo metálico no chão ao seu lado.
Levanto meu rosto e vejo uma arma caída.
— Que cena mais comovente, agora anda, levanta e vamos. — John fala atrás de mim. — Ele já morreu e você já se despediu, anda logo.
Ele começa a se aproximar de mim e quando sua mão fica meu ombro, eu viro e atiro acertando sua barriga. Ele grita cambaleando para trás segurando sua barriga.
— Sua vadiazinha. — ele cai sentado.
— Você tirou o que eu tinha. — me levanto e caminho até ele. — Você matou minha mãe, você destruiu a minha vida, seu desgraçado.
Ele encosta na árvore atrás dele e sorri.
— De nada. — cospe o sangue em meus pés.
Levanto a arma em seu rosto e respiro fundo.
O ódio corre em minhas veias e a necessidade de vingança se apossou da minha mente. Tudo o que eu quero nesse momento é ver a cabeça desse filho da puta estraçalhada e seus miolos espalhados pelo chão, para ele pagar por tudo o que fez.
— Agora acabou. — quando vou puxar o gatilho, sinto algo me empurrar para trás e demora alguns segundos para que eu sinta a ardência em meu peito, mas antes de cair, eu atiro, e escuto o grito de John.
— LAURAAAAAA! — Dante?
A voz de Dante surge de repente, mas logo começa a sumir, assim como a minha visão. Consigo ouvir o som de mais um tiro e então tudo se apaga.
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Me Ajude a Amar - REVISANDO
RomanceLaura Kaminski com apenas 25 anos, carrega um passado cheio de dor e traumas. Mas ela recolheu seus cacos, se reergueu e recomeçou sua vida. Mas algo que estava fora de seus planos, virou tudo de cabeça para baixo. Ela se apaixonou. Mas não por qual...