capítulo 2

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Continuo atrás do balcão, me viro de costas para pegar a cerveja que o velho bebum pediu e sinto uma mão segurando meu pulso

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Continuo atrás do balcão, me viro de costas para pegar a cerveja que o velho bebum pediu e sinto uma mão segurando meu pulso. Quando me viro e vejo quem era, meu corpo congela, sinto um nó se formar em minha garganta.

É ele, Ethan.

Ele me olha com um sorriso sinistro, sinto o aperto em meu pulso ficar mais forte, e vejo raiva em seus olhos.

Meu Deus, isso não pode estar acontecendo!

- Achou mesmo que eu nunca fosse achar você? – o sorriso em seus lábios me faz estremecer. - Você é minha mulher Laura, eu te acharia em qualquer lugar. – ele puxa meu braço, mas eu não saio do lugar.

Sinto as lágrimas brotarem e o desespero começar a tomar conta do meu corpo.

- Vamos logo, temos que recuperar o tempo perdido! - sinto um nojo tomando conta de mim, pois sei exatamente do que ele está falando.

- Me larga Ethan, eu não vou pra lugar nenhum com você. - tento puxar meu braço de volta, mas sem sucesso. - Me solta seu filho da puta. - falo entre os dentes. Ethan aperta mais o meu pulso.

- Tire as mãos da garota. - diz alguém atrás de Ethan. - Agora!

Ethan olha por cima do ombro e da um sorriso o ignorando, me puxando mais uma vez para perto dele com mais força, me fazendo parar ao seu lado.

Quando olho para o dono da voz, vejo aqueles olhos azuis de novo, mas suas pupilas estão quase totalmente dilatadas e com o maxilar trincado.

Ele esta com as mãos nos bolsos, ele olha parar mim e volta a focar em Ethan. Sinto vontade de correr até ele e me prender em seus braços.

- Cuida da sua vida, ela é minha mulher. - Ethan diz parecendo irritado.

- Eu não sou nada sua. - minha voz saiu falha e as lágrimas começaram a escorrer.

O homem me olha e respira fundo. Então ele caminha lentamente até Ethan, chegando bem perto dele, e diz.

- Ou você solta à garota, ou eu te faço soltar. - um sorriso desafiador aparece em seus lábios.

Ethan abre a boca para falar algo, mas escuto a voz de Sam atrás de mim.

- Posso saber o que está acontecendo aqui? – vejo sua mão no ombro de Ethan. - viro-me e olho para Sam, implorando que ele me tire daqui.

O homem nem desvia o olhar que queima sobre Ethan, parece que a qualquer momento ele vai voar para cima dele.

Então sinto o aperto em meu pulso sumir, solto o ar que nem percebi que estava prendendo, sentindo um alívio. Corro para Sam e o abraço, chorando descontroladamente.

- Tire ele daqui Sam, por favor! - imploro.

- Quem é ele, Laura? - Sam pergunta limpando as lágrimas do meu rosto com o polegar, segurando meu rosto com suas mãos uma de cada lado.

- É ele Sam. - sinto minha respiração ficando descompensada.

Vejo a expressão de Sam mudar instantaneamente. Ele está com raiva, muita raiva.

- Sai daqui agora, ou eu juro por Deus que eu mato você! – a voz de Sam sai em um tom muito assustador.

Ethan se vira, dá uma risada debochada e me olha.

- Olha, parece que você fez amigos, ou está transando com ele? - diz levantando uma das sobrancelhas. - Ela costuma fazer isso quando quer algo. – desgraçado, filho da puta.


Sam tenta ir para cima dele, mas eu o seguro, não vou deixar que ele consiga o que quer.

- Sam, não faz isso, é isso que ele quer. - digo tentando olhar para Sam, mas ele não me olha.

- Okay, já estou saindo. - diz levantando as mãos e se virando. - Ah! Antes de ir. Laura, amanhã seria o aniversário dele. - ele me dá um sorriso presunçoso.

Antes que eu perceba eu dou um tapa tão forte em seu rosto que sinto minha mão queimar.

- Seu doente, nem ouse falar dele! – falo entre os dentes, sentido o ódio correr em minhas veias.

Ele me dá um sorriso assustador, se vira e sai.

O homem de olhos azuis continua no mesmo lugar, o encarando, fazendo Ethan desviar dele. Ele sai do bar e sinto minhas pernas ficarem fracas, Sam me segura e me leva para uma mesa ali perto e me coloca sentada em uma das cadeiras.

Sinto que estou hiperventilando. Não consigo acreditar que ele me achou, deve ser algum carma, não é possível.

- Eu vou pegar uma água para você. – Sam se levanta. - Dante, fique de olho nela, por favor.

- Claro, pode deixar que eu cuido dela. - ele puxa uma cadeira e se senta em minha frente.

Minhas pernas chacoalham freneticamente, fico olhando para a porta com medo de que ele volte. Fazia muito tempo que não sentia esse medo, esse pavor.

O homem segura minhas pernas, fazendo-as parar. Sinto o calor de suas mãos sobre minha calça, e de alguma forma aquele toque me conforta, me deixando mais calma.

Eu olho para ele e encontro seus olhos, que esboçam preocupação e confusão, ele chega mais perto de mim, permitindo que eu sinta o cheiro de seu perfume, e meu coração acelera.

- Como você está? – diz, levando uma de suas mãos ao meu rosto e acaricia minha bochecha.

Mas logo me desvio do seu toque.

- Eu vou ficar bem, não se preocupe. – limpo a garganta,  endireitando o corpo.

- Quem era aquele cara? – ele abaixa a mão que estava em meu rosto e segura minhas mãos.

- Uma pessoa que me fez muito mal, que eu achei que estivesse livre. – eu realmente achei.

Sam volta com a água, ele me entrega o copo e se agacha ao meu lado, fazendo carinho em meus cabelos. Sam é como um pai para mim, ele sempre cuidou de mim, e eu confio nele, então eu contei o que aconteceu comigo e o que me levou para Nova York, mas deixando algumas coisas de fora, e depois disso, ele sempre esteve ali quando precisei.

- Como aquele puto achou você? E do que caralhos ele estava falando? - Sam se levantando e me encara.

- Quem é ele? - Dante pergunta antes que eu responda.

Ele se levanta, mas sem soltar minha mão, e fica olhando para Sam.

Por algum motivo eu não quero que ele me solte.

Sam me olha, e eu balanço a cabeça não dando permissão para que ele conte. Sam se vira sem responder nada e suspira.

Uma voz feminina vindo em nossa direção chama nossa atenção. Eu olho para trás de Dante, e a moça alta de cabelos pretos, vem em caminhando até nós.

- Dante, amor, porque está demorando tanto? - ela diz chegando até nós.

Ele não olha para trás e nem solta minha mão.

A moça para ao lado dele e me olha de cima a baixo, com uma sobrancelha erguida, e uma bela cara de nojo quando ela vê nossas mãos juntas, ela cruza os braços e pergunta bem irritada.

- Quem é essa aí? - aponta o dedo em minha direção e se vira para Dante.

Porra.

Eu puxo minha mão bruscamente para que Dante solte-me, ele me olha de uma forma como estivesse me repreendendo, eu o encaro com uma sobrancelha erguida.

Dante a ignora completamente e vem em minha direção pegando algo em seu bolso e estendendo para que eu pegue.

- Esse é meu número, quando estiver casa, me avise. – aceno, concordando com seu “pedido”.

Ele se vira para o Sam e se despede com um aperto de mão, se vira e sai andando na frente da mulher, ela me olha de cima a baixo e sai atrás dele.

- Você está bem, querida? - sinto a mão de Sam em meu ombro.

Seguro sua mão e me viro para ele.

- Eu vou ficar, obrigada por sempre cuidar de mim Sam. – aperto sua mão, tentando parecer calma, mesmo que um furacão esteja tomando conta do meu ser neste momento.

- Tudo bem, eu te deixo em casa hoje, não vou deixar você ir embora sozinha. - eu nem penso em discordar.

- Obrigada, Sam. – suspiro, aliviada.

- Não precisa me agradecer, querida. - somos interrompidos pelo toque do seu celular. - Desculpe querida, preciso atender. - ele parece não querer sair de perto de mim.

- Tudo bem, eu vou ficar bem. - dou um sorriso fraco para ele.

Ele respira fundo e concorda com a cabeça, me dando um beijo na testa antes de sair.
Eu fico sentada ali tentando colocar os pensamentos em ordem.

Como ele me achou? Não é possível, eu achei que tinha me livrado dele. Quando vim embora pra Nova York, eu me certifiquei que ninguém descobriria, que ninguém achasse nenhum sinal meu, deixai até minhas roupas para trás. Emma veio junto comigo, não hesitou uma vez, e eu vou ser eternamente grata por isso.

Meu Deus, eu não posso passar por aquele inferno de novo.

Pego meu celular e ligo para Emma, contando o que aconteceu.

- Puta merda, Laura, como ele achou você? Nós não contamos para ninguém quando fomos embora. – ela fala preocupada.

- Eu não sei, não estou conseguindo pensar direito. - falo. - O Sam vai me deixar em casa, ele não quer que eu vá embora sozinha. Você pode ir dormir em casa hoje? - pergunto.

- Claro, me avise quando estiver saindo e já vou para sua casa, para não ter tempo de ficar sozinha. - me sinto aliviada.

Agradeço a Emma e me despeço dela, desligo o telefone e volto ao trabalho.

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