— Mamãe, o vovô não quer me dar sorvete. — Anthony corre para mim.
— Você precisar comer primeiro, meu amor. — eu o pego no colo.
— Mas eu quero sorvete, mamãe. — ele faz carinha de pidão.
— Depois que comer, pode comer todo o sorvete que quiser, combinado?
— Sim. — ele sorri e desce do meu colo.
— Vem, vamos comer. — Emma vai com Anthony para a cozinha.
Eu me sento ao lado de Niklaus, que me olha como se já soubesse o que vou dizer.
— Para. — falo.
— Eu não disse nada. — da de ombros e sorri.
— Ele vem conhecer o Anthony. — falo.
Niklaus não diz nada, apenas me olha, com a sua expressão indecifrável que tanto me irrita.
— Você está fazendo a escolha certa. — eu olho para ele chocada. — Digo, eu não gosto nem um pouco dele, mas ele é pai do Anthony, ele o garoto merece conhecer seu pai.
— Sim. — durante todos esses anos, eu sempre pensei em Dante, sempre imaginei como ele estava, e nunca deixei de ama-lo. Anthony é a cópia dele, não só na aparência, mas no seu jeito nervoso e de sempre querer cuidar de tudo, chega até ser fofo. — Ele deixou a máfia.
— Que? — ele me olha espantado.
— Eu reagi igual. — sorrio. — Mas sim, ele largou.
— Acredita nele? — pergunta preocupado.
— Sim, eu acredito.
— Olha, se ele fizer algo que coloque vocês em perigo ou magoe um de vocês, eu mato ele, sabe disso né? — ele me faz sorrir.
— Eu sei, eu te agradeço. — ele me abraça e sorrimos.
(...)
Já se passaram duas horas desde que falei com Dante e a ansiedade não me deixa pensar direito. Minhas mãos estão suando e meu coração tão acelerado que acho que qualquer um consegui ouvir.
— Ele chegou. — Sam avisa.
Eu começo a respirar fundo e ficar mais nervosa. Acho que a qualquer momento vou ter um surto.
— Ei, se acalma. — Emma e Niklaus vem até mim. — Vai dar tudo certo, e se ele fizer algo errado eu acabo com ele. — sorrio para Emma.
— Será que eu fiz a escolha certa? — eu estou com tanto medo de Anthony se magoar, eu fiz tudo para protegê-lo, para que ele fosse feliz, não quero estragar isso.
— Claro que sim, o garoto é louco para conhecer o pai. — respiro fundo e ouço a porta se abrir e o vejo entrar.
Eu esqueci o quanto Dante é lindo. Está com um suéter verde, uma calça social clara, seu cabelo bem penteado. E claro, para ajudar, ele não tirou a barba, ele apenas a deixou bem aparada e bem desenhada em seu rosto.
Ele está parecendo... Normal. Antes ele estava sempre de preto, ele exalava perigo, mas agora, ele é apenas o Dante, um homem normal, que veio conhecer o filho e que me deixa confortável com sua presença. Não sinto medo, não me sinto desconfortável, come se esperasse que algo poderia dar errado. E eu gosto disso.
Nossos olhos se encontram e ele me tira o fôlego.
— Está bem melhor. — ele caminha até mim. — Vi que deixou a barba.
— Tem gente que gosta dela. — ele sorri me fazendo corar.
— Quem é esse mamãe? — Anthony surge ao nosso lado.
Eu o pego no colo e vejo os olhos de Dante brilharem quando olha para ele, seus olhos marejados fazem os meus ficarem iguais.
— Esse é o Dante. — Anthony estica sua mãozinha para cumprimentar Dante.
— Olá, Anthony. — Dante fala com dificuldade, tentando segurar o choro.
— Você é bem forte, parece o Superman. — ele examina Dante dos pés a cabeça.
Seu comentário nos faz rir.
— Olha só, obrigada. — o sorriso de Dante é lindo e causa um frio no meu estômago.
Ele olha para trás de mim e vejo sua expressão ficar séria, me viro e vejo ele e Klaus se encarando. Eu tinha esquecido por um momento que esses dois não são muito fã um do outro.
Dante começa a caminhar até ele, me fazendo prender a respiração. Klaus o olha de cima a baixo e acho que o bar vai explodir a qualquer momento. Eles param um na frente do outro e ficam se encarando por alguns segundos até Dante estender a não para ele e falar.
— Obrigado. — espera? O que? — Por ter cuidado de Laura e do Anthony, por estar ao lado dela quando eu fui um merda...
— Mamãe, ele xingou, tem que colocar uma moeda no pote. — Anthony exige.
Dante se vira e nos olha confuso e Klaus sorrindo.
— Não podemos falar palavrões na frente dele, quando fazemos isso, colocamos uma moeda no seu cofre. — explico.
— Oh, claro. — Dante coloca as mãos nos bolsos, aparentemente procurando uma moeda. — Mas eu não tenho nenhuma moeda, pode ser um dólar?
— Claro! — Anthony pula do meu colo e corre para pegar seu um dólar.
O garoto sai correndo para dentro para guardar em seu cofre, todo empolgado e feliz com a nota em mãos e Dante olha para ele admirado.
— Não faça merda dessa vez. — a voz de Klaus sai carregada com uma certa desconfiança. — Foi difícil para Laura quando tudo aconteceu, então, só não faça merda.
Dante não fala nada, apenas acena e se vira para mim.
— Ele é incrível.
— Sim, ele é. — sorrio vendo Anthony voltar. — Filho, precisamos te falar uma coisa.
Klaus e Emma saem, nos deixando a sós. Minhas mãos estão geladas e minha boca seca.
Ele sempre quis conhecer o pai, mas não sei o que esperar da sua reação, se ele ficará feliz ou bravo. Estou morrendo de medo.
— Lembra que conversamos sobre seu pai? — pergunto.
— Sim, mamãe. — ele nos olha atentamente.
— Amigão. — Dante toma a frente depois de me ver ficar perdida. — Eu sei que é muita coisa, mas, eu sou o seu pai. — ele engole seco. — Eu tinha um trabalho muito ruim e que me afastou de você e da sua mãe, mas eu nunca deixei de pensar em vocês.
Olho para meu filho e seus olhos estão marejados e ele finalmente fala.
— Então agora você pode ser meu papai? — sua pergunta me faz chorar e causa o mesmo efeito em Dante.
— Posso, eu posso finalmente ser o pai que você merece, posso finalmente cuidar de você. — ele sorri.
Antes de nós darmos conta, Anthony pula nos braços de Dante, o abraçando com força e nos três chorando.
Ver o meu filho feliz como ele está agora, finalmente abraçando seu pai, algo que ele sempre quis. Eu não sei explicar, mas é como se meu coração brilhasse, como se o mundo deixasse de existir e eu só quisesse viver nesse momento.
Passamos por muita coisa, nos machucamos muito e nós magoamos muito. Durante muito tempo eu culpei Dante por tudo o que aconteceu, mas ele não tinha culpa de tudo. Ele não controlava meu pai e Ethan, eles eram MEUS demônios, MEU passado, e isso era algo que aconteceria um dia ou outro, eu não iria conseguir fugir para sempre, um dia teria que enfrenta-los.
Dante mentiu e escondeu muita coisa de mim, mas isso era uma história sobre ele, era a vida dele, eu não tinha como exigir dele. Quando finalmente parei de culpa-lo, eu percebi que meu amor por ele nunca tinha mudado, eu apenas tinha camuflado com a raiva. Eu olhava para Anthony e o via, em cada detalhe em seu rosto, ele é a cópia do pai, o que deixou mais difícil ainda de esquece-lo.
— Nós somos uma família. — Anthony me tira de meus pensamentos.
— Sim, meu amor, nós somos uma família. — Dante me puxa e me abraça, fazendo meu coração acelerar. Como eu senti falta dele.Esse é o nosso Anthony 🥹❤️
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Me Ajude a Amar - REVISANDO
RomanceLaura Kaminski com apenas 25 anos, carrega um passado cheio de dor e traumas. Mas ela recolheu seus cacos, se reergueu e recomeçou sua vida. Mas algo que estava fora de seus planos, virou tudo de cabeça para baixo. Ela se apaixonou. Mas não por qual...