A psicóloga

Capítulo 10

Thomas

Demorei alguns minutos para convencer Rose a deixar a Vitoria comigo enquanto ela iria pro consultório, ela almoçou e depois foi embora, já Vitoria está comendo um bolo de chocolate com sorvete, fico imaginando meu filho chegar na idade dela, e em falar nele preciso buscá-lo da casa da minha mãe.

___ Vitoria, a gente vai sair pra buscar o Júnior, você vai conhecer a minha mãe e o meu pai, e se meu irmão estiver na casa deles possivelmente você vai conhecê-lo.-- Men sentei a sua frente na mesa.

___ tá bem, quais são as suas intenções com a minha mãe? -- bem, eu já esperava esse tipo de pergunta.

___ são sérias -- seriamente sexual.

___ você trabalha com o que?

___ sou CEO de uma empresa, tenho outras empresas também.

___ hummmm, você é galinha? -- essa baixinha é muito avançada pra sua idade.

___ como?

___ eu ouvi a mamãe falar com a tia Megan que o Fernando é galinha, fica com uma e fica com outra, você é galinha? Fica com minha mãe e fica com outra? -- Vitoria me olhou brava.

___ não, não sou galinha...quantos anos você tem? -- cruzei os braços.

___ 7, vou fazer 8 mês que vem, você vai me dar o que? -- eu ri.

___ o que você quer ganhar? -- ela pareceu pensar.

___ eu quero um iPhone cheio de jogos.-- percebo que Vitoria é bem interesseira.

___ vou pensar no seu caso.-- a mesma limpou a boca melada de bolo.

___ tava tudo bom, júnior tem sorte de ter um pai legal....-- acho que o que aconteceu hoje afetou o psicológico dela.

___ Vitoria, seu pai, ou melhor Fernando...

___ eu já sei que você vai tentar me aconselhar e falar o que todo adulto fala pra uma criança, mas eu sou inteligente e minha mãe é psicóloga, então não preciso de desculpas ou consolo, só queria que o Fernando mudasse e deixasse aquela vaca, não vou nem ofender a vaca também...-- fiquei incomodado por saber que Vitoria pensar assim, tão pequena e já é um lado racional.

___ sinto muito Vitoria, mas pelo menos você tem a Rose, ela é uma mãe incrível e meu filho não tem uma mãe.

___ acho que nisso somos iguais, Thomas você quer ser meu pai de mentirinha? -- perguntou empolgada.

___ pai de mentirinha?

___ é...tipo se você fosse casado com a minha mãe ou namorasse ela, aí você seria meu novo pai na minha visão, mas como você é só ficante você pode ser meu pai de mentira -- não sei se isso é ofensa ou não, mas que é engraçado é.

___ por mim tudo bem, se isso vai fazer você se sentir melhor...

___ obaaaaaaa -- a mesma levantou da cadeira e se aproximou de mim me abraçando -- posso te chamar de pai?

Estou ficando emocionado, enquanto a mãe balança meu psicológico, essa baixinha mexe com os meus sentimentos de pai.

___ pode....-- beijei sua cabeça, realmente me sinto pai dela.

___ vamos buscar meu irmão pai....-- a mesma me puxou da cadeira, peguei as chaves do carro e saímos de casa.

[...]

Depois de alguns minutos eu e Vitoria chegamos na casa dos meus pais, ela ficou jogando o caminho todo, não sei como meu celular ainda não descarregou.

___ morre chato! -- sim, ela está jogando jogo de tiro...

Estacionei o meu carro na garagem e Vitoria saiu antes do que eu, sai do carro fechando a porta e observando a mesma fazer diversas caretas pro jogo.

___ vamos? -- a mesma ficou com uma cara triste.

___ nãoooooooooooo descarregou bem na fase 15!! Cadê o carregador?! -- comecei a rir do seu desespero.

___ trouxe um reserva, vem.-- a mesma pegou na minha mão e entramos na casa, meu irmão estava sentado no sofá e Laís, a sua namorada deitada na sua coxa. Já meus pais estavam vindo.

___ filho! Júnior está dormindo, quem é essa menina linda? -- todos olharam para Vitoria.

___ essa é a Vitoria, filha de uma amiga -- a mesma sorriu maldosa, confesso que essa menina está me dando medo.

___ Thomas é o ficante fixo da minha mãe....-- olhei indignado pra ela.

___ sério? -- Laís estava pasma.

___ hum rum...onde tem uma tomada? Cadê o carregador? Eu preciso matar o zumbi.-- tirei o carregador da minha bolsa entregando a ela.

___ tem um ali perto do sofá.-- a mesma foi correndo em direção a ele concertando o carregador no celular e na tomada, logo voltando a jogar.

___ mãe eu só vim buscar o Júnior.-- dona Eliane as vezes é uma mulher difícil e meu pai é um homem mais ativo.

___ querido ele está dormindo.. e quem vai ficar com ele?

___ a minha mãe fica com ele, já já ela sai do consultório...-- pronunciou Vitoria, o que não será má ideia.

___ você tá íntimo da Rose né irmãozinho.-- falou Theo.

___ a então você a conhece? -- perguntou Laís com ciúmes, ciúmes não sei de que.

___ não, mas o Thomas fala muito dela.-- minha paciência estava indo pro ralo.

___ mãe, eu só quero buscar o meu filho, está bem? Eu preciso ir trabalhar ainda.-- subi as escadas, sei onde é o quarto onde meu filho fica.

Eliane é muito apegada no neto e por isso na maioria das vezes não gosto de deixa-lo com ela. Entrei no quarto e fui até o berço pegando o Júnior nos braços bem devagar para não acorda-lo, mas automaticamente o mesmo começou a abri os olhinhos.

___ oi meu bebê, acordou -- falei sorrindo e ele sorriu também através da chupeta.

Desci as escadas com ele e Vitoria desligou meu celular e me entregou, o mesmo está quente.

___ não tira os joguinhos....

___ irmão, aparece lá no meu bar você vai gostar -- Theo se levantou do sofá piscando e Vitoria olhou brava.

___ você que vira galinha thominhas, não se esqueça do nosso negócio.-- me ameaçou semi serrando os olhos, menininha esperta.

___ trato é trato.

___ não quer ficar para almoçar? -- meu pai se pronunciou pela primeira vez agora.

___ a gente almoçou antes de vim pra cá.-- Vitoria pegou na minha mão.

___ vamos pai? Eu quero um burguer king....-- eu até posso não ser o pai legítimo dessa garota, mas ela puxou a minha bipolaridade.

___ bom, vou ter que ir até logo família.-- Vitoria foi me puxando pra garagem saltitando no caminho.

___ ainda bem que o Júnior não come hamburguer ainda, sobra mais pra mim.