Capítulo 1

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Esse é o primeiro capítulo. Tem uma leve cena de ansiedade, mas não é algo muito forte.

Boa leitura!

Capítulo 1- Estou aqui!

"[...] Uma borboleta pode viver até nove meses dependendo de sua espécie, outras vivem somente vinte e quatro horas. A borboleta mais rara do mundo se chama borboleta azul de Palos Verdes, ela é considerada rara, tendo sua escassa quantidade limitada ao território dos EUA [...]"

A biblioteca era a parte mais interessante e curiosa daquele hospital. Naquelas prateleiras continham livros diversos, com histórias incríveis e inacreditáveis. Contos tão reais mas tão mentirosos, que já estive, muitas vezes, em um limbo entre o crer e o descrer.

Haviam livros naquela biblioteca que contavam um boato em que há milhares de anos, quando a magia se instaurou no mundo como fonte primária de vida, os antigos reinos chamados de continentes foram extintos e suas propriedades inundadas por água dos oceanos. Algumas se mantiveram de forma conservada, enquanto outras foram completamente destruídas.

Um dos casos em que a propriedade se manteve conservada foi a biblioteca do Rio Nortude, em que grande parte foi destruída, porém ainda existiam aqueles em que foi possível recuperar o que se falava e cópias foram feitas e distribuídas pelos reinos.

A magia não havia aparecido naquele mundo coincidentemente, não, ela havia sido criada, construída, feita. Em cada uma das histórias já contadas sobre ela, a dor e o sofrimento são fatores previsíveis, magia era perigosa, cruel, brutal, não havia forma de ter criado algo tão belo e simplório como o reino descrito naqueles livros. Algo a controlava, algo tão forte e poderoso e perverso que não se importava com a morte e sofrimento alheio.

Muitas vezes já acabei me perdendo em pensamentos sobre magia e essas coisas, como uma alternativa para um mundo onde tudo que eu faço seja resultado de algo maior. Mas isso é impossível, magia não existe,pessoas são normais, sem nenhum sentido para viver, com um sentimento de nada e procurando algo para tornar o ponto principal de sua existência.

Eu não sei o porquê de estar lendo sobre as borboletas, são tantas histórias cativantes que poderia estar lendo, poderia ler sobre a rainha extremamente vaidosa, mas de uma força brutal, ou sobre o rei que se perdeu em seu desejo pelas riquezas de Catria, mas, não, és estou lendo um livro sobre animais estranhos que não consigo nem mesmo chegar perto. A página que está falando sobre borboletas é a 135, parágrafo 6. Foi a primeira vez que eu abri quando peguei um livro qualquer da prateleira.

Geralmente, nesse horário eu estaria lá fora observando por mim mesma esses pequenos e belos bichinhos baterem suas asas de forma glamourosa, sob os raios de sol...

Mas isso não aconteceu, porque, de repente, uma estranha tempestade começou a cair, com nuvens verdes e gotas de chuva coloridas, o que fez todas as enfermeiras nos mandarem apressadamente para dentro.

Isso não acontecia muitas vezes, normalmente elas não se importam com isso, mas essa manhã, quando as nuvens de uma hora para outra começaram a ficar estranhas, a doutora Queenie, diretora de todo aquele lugar, apareceu olhando para as enfermeiras de forma ameaçadora, o que resultou em todos sendo puxados para dentro e todas as portas sendo trancadas à sete chaves.

Algo muito estranho tinha acontecido, mas ninguém sabia o que tinha sido.

~♤♡◇♧~

Naquela noite todos fomos dormir normalmente, sem nos preocuparmos com nada, sem temermos nada. Havia sido como um dia normal, às oito horas todos fomos aos nossos quartos nos prepararmos para dormir.

Alice E A Carta Do CoringaOnde histórias criam vida. Descubra agora