Capítulo 31

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Talvez eu não estivesse taaaaao ocupada assim.

Enfim,

Boa leitura! :)

Capítulo 31 - Gato!?

Atualmente…

Eu ando pelo corredor silencioso, o som dos meus pés batendo no chão é alto. Não enxergo nada além do chão embaixo de mim. Me sinto hipnotizada, compelida a andar sem parar, andando, andando e andando.

Meu corpo dói e eu tento com todas as minhas forças parar de me mexer, mas não consigo. Meus pés doem e minha respiração está ofegante, meu pulmão dói e por um momento eu acho que vou morrer.

Tropeço em meus próprios pés e sinto que vou cair de cara no chão, mas não acontece, eu continuo andando, sem parar. As lágrimas presas em meus olhos caem, tudo está doendo e eu me sinto pronta para cair.

Um miado.

Escuto um miado.

Procuro ao redor, mas não vejo nada.

Continuo andando, andando e andando.

O miado se repete.

Procuro de novo e nada.

Os miados começam a ficar cada vez mais repetitivos e eu posso jurar que conseguiria tocar no gato que os faz.

Eu paro.

Estanco no meu lugar, congelada. Tento levantar meu pé, mas está grudado no chão.

Ouço o miado novamente, em minha frente dessa vez. Viro meu rosto naquela direção, encontrando um gato preto de olhos dourados, sentado no chão, me encarando.

O encaro de volta, minha respiração ainda ofegante.

Ele mia uma vez.

Eu sinto meus joelhos cederem, me deixando de joelhos em sua frente.

As lágrimas dos meus olhos continuam caindo sem cessar.

Ele mia mais uma vez.

Eu o pego em meu colo e o abraço, deixando lágrimas e soluços saírem de meu peito.

Choro e deixo todas as lágrimas saírem dos meus olhos.

O gato mia várias e várias vezes, até que seu miado se torne apenas um som no fundo da minha mente.

~♤♡◇♧~

Encaro o teto do meu quarto. Está de noite, todas as luzes foram apagadas para que todo mundo pudesse dormir normalmente. Uma lágrima solitária desceu pela minha bochecha esquerda.

Meu peito está doendo e eu não consigo me mover. Estou completamente parada na cama, meus cabelos estão espalhados por todo o travesseiro e eu só posso dizer que estou viva por ainda sentir meu coração batendo. Fortemente. Rapidamente. E de forma descompassada.

Eu posso sentir cada pulsação em mim, desde meu peito até minhas mãos. Não tenho a menor ideia se isso é algo bom ou não, eu apenas sinto a dor e me deito nela.

Queria poder chorar, mas ainda estou me sentindo um poço completamente vazio e sem nenhum resquício de vida. Sou apenas uma casca seca e toda quebrada, incapaz de me levantar e mexer qualquer mínima parte do corpo.

Fecho meus olhos fortemente e espero que aquele choro que estou segurando saia, mas nada acontece, sou apenas eu em meus mais impossíveis pensamentos, onde eu acabo aqui, deitada nesse colchão, morta, e sem ninguém para me salvar, sem ninguém para me dizer se eu sou real ou se sou apenas mais um pedaço vazio que caminha por esse mundo.

Alice E A Carta Do CoringaOnde histórias criam vida. Descubra agora