Capítulo 8

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Feliz Páscoa!

Boa leitura :)

Capítulo 8 – Conhecida?

2 anos antes...

Tentar seguir Dholovir e os gêmeos pareceu extremamente pior estando em um tamanho centenas de vezes menor que eles. Eu corri por um percurso gigante, parecia estar em uma maratona de vários quilômetros de distância. Eu sentia meu peito rasgar pela dificuldade na respiração, mas eu não podia parar, eu tinha que alcançar eles, eles eram minha única forma de sair daquele lugar, de não ficar presa aqui para sempre. Eu precisava segui-los até o fim.

Ou até onde eu conseguia.

Não sei quanto tempo foi, mas sei que em algum momento em toda minha caminhada me sentei em uma pedra e apenas fiquei lá, cansada, com frio, suor escorrendo por todo meu rosto, meu peito doendo ao tentar respirar, sentindo uma angústia que me faria chorar ainda mais.

Mas eu não iria chorar.

Já havia feito isso muitas vezes ao longo da minha estadia aqui.

Não chore.

Não chore.

Não chore.

Eu senti meus olhos arderem com lágrimas que insistiam em se formar.

Levantei meu rosto e implorei para que eu fosse forte o suficiente para conseguir segurá-las.

Talvez meu pai estivesse certo em me manter presa em casa.

Talvez eu fosse um grande fracasso vivendo num mundo sozinha.

Talvez eu só deva ficar longe de todos para que eu não acabe como sempre.

Chorando.

Sozinha.

Perdida.

Lágrimas grossas começam a descer por meu rosto sem parar, eu senti um soluço alto e desgastante sair de minha garganta e não consegui segurar ele. Eu me sentia tão destruída, eu estou em uma floresta, no tamanho de uma unha, e sem nenhum conhecido por perto.

Eu só quero meu pai.

— Qual flor tu és? — Uma voz feminina soou do além.

Talvez eu estivesse começando a alucinar em meio às lágrimas incessantes de meu rosto e tivesse imaginado essa voz para que não pudesse me sentir sozinha. Eu estava realmente acreditando nisso, mas então, eu escuto novamente:

— Qual flor tu és?

Me levantei em um sobressalto, olhando ao redor procurando a dona da voz, tremendo dos pés a cabeça, me agachando para pegar uma pedra e tentar me proteger.

— Quem disse isso? — Perguntei com a voz trêmula, olhando para todos os lados possíveis.

— Oras, fui eu — A voz soou novamente.

— Eu quem? — Perguntei.

— Eu

— Onde você está?

— Aqui.

— Aqui onde? — Perguntei exasperada.

— Olhe para cima, querida.

Rapidamente olhei para cima, esperando encontrar um bicho estranho voando acima de mim, pronto pra me matar e comer meus restos. Mas o que encontrei foi completamente majestoso e gracioso.

Uma rosa vermelha, com um rosto rechonchudo entre suas pétalas, olhos pretos e lábios amarronzados, olhava para mim com curiosidade, seu caule extremamente verde curvado para que seu rosto estivesse em minha direção.

Alice E A Carta Do CoringaOnde histórias criam vida. Descubra agora