Capítulo 9

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Boa leitura! :)

Capítulo 9 - Planos (in) falíveis!

Atualmente...

Eu realmente não me importava muito com chapéus, ou seus formatos, ou a sensação que cada um deles passa, eu nunca os usava realmente. Naquele momento, tudo que me importava era como eu havia sido realocada para uma mesa, acompanhada por Mad, e tudo que eu podia fazer era trancar minha respiração enquanto eu era observada por Queenie com seus olhos frios em mim.

Eu sentia como se estivéssemos em uma batalha naquele exato momento, ela me encarando sem nem piscar e eu a olhando não estando disposta a perder essa disputa tão cedo. Eu iria destruir aquela mulher do jeito mais doloroso o possível e até mesmo nos gestos extremamente fúteis, eu não iria me render, eu não iria deixar aquela mulher me intimidar, eu iria mostrar como eu poderia deixá-la fraca.

— Finalmente esse café da manhã chegou 

A voz de Mad me tirou de meus devaneios, me fazendo encará-lo enquanto colocava uma fatia de pão recheada com geleia de frutas em seu prato.

— Eu já estava faminto — Fez uma careta — Não, Alice, esquece essa coisa de eu ser o Mad hoje, eu me confundi, sou a Maddie, mas aparentemente meu corpo não me agrada.

Apenas assenti, sem realmente me importar muito.

Essa manhã quando acordamos, Maddie parecia completamente desarrumada, e quando olhou para o espelho naquela manhã fez uma grande cara de desgosto olhando de cima a baixo para si mesma, então apenas andou até mim e disse com a voz parecendo no automático:

— Hoje eu sou o Mad.

Não tive muito tempo de reação, pois logo nosso quarto estava sendo invadido por Amy e mais um enfermeiro que iria nos examinar. Foi apenas mais um exame de rotina, mas Amy ficou um tempo a mais para poder ficar e nos dizer algo importante:

— Dholovir vai procurar vocês para conversar mais tarde.

— Por quê? — Perguntou Mad, tendo aparecido ao meu lado rapidamente.

— Não sei, ele só me falou que precisava falar com vocês duas — Respondeu Amy, recolhendo seus materiais de trabalho.

A mulher já estava saindo pela porta quando Maddie gritou, fazendo-a se virar para nós com o cenho franzido.

— Como está sendo sair de casa? — Maddie perguntou, com a voz suave e cheia de preocupação.

Amy simplesmente a deu um sorriso leve que não chegava aos olhos.

— Nada como eu pensei que seria — Respondeu, com a voz triste.

Maddie apenas assentiu, parecendo compreender o que ela sentia.

Me virei para ela, confusa, procurando uma resposta em sua feição triste, de alguém que parecia prestes a desmoronar por completo a qualquer momento, seria necessário apenas um leve sopro.

— O que você quis dizer com isso? — Perguntei, curiosa.

— Não é uma história minha para contar — Respondeu Maddie, negando com a cabeça e saindo pela porta de nosso quarto.

Já faz cerca de duas semanas que Maddie havia chegado e, nessas duas semanas, eu senti mais conforto do que eu jamais pensei poder sentir no último ano. Eu não sei como ela poderia ter feito algo assim tão rápido, mas eu sei que em todos os momentos possíveis ela me fez sentir segura, como se todo aquele sofrimento com Queenie fosse um mero ponto na minha vida.

Ela ficou comigo quando eu acordei assustada dos meus pesadelos, ela me contou histórias malucas sobre reinos e magia, ela me perguntou se poderia me abraçar quando se sentia triste – eu deixei –, ela me ajudava a sobreviver com aquelas velhas que amam cuidar da vida dos outros, ela me ajudou a cuidar de mim. Eu me senti bem estando perto dela, ela não falava como eu era feia, ou como aquelas cicatrizes no meu corpo me estragaram, ela apenas… sorria, e muito, tipo, muito mesmo, ela amava dar sorrisos grandes e animados a qualquer um a qualquer hora do dia, eu não gostava muito de sorrir, mas o sorriso dela me deixava alegre, era contagiante e me fazia ter vontade de sorrir também, ainda mais quando alguém vinha até mim, me insultando de qualquer forma e ela apenas olhava a pessoa sorrindo e respondia, com a maior alegria:

Alice E A Carta Do CoringaOnde histórias criam vida. Descubra agora