Capítulo 30

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Boa leitura! :)

Capítulo 30 - Mães perfeitas!

2 anos atrás…

A primeira vez que eu pensei sobre minha mãe eu tinha nove anos de idade. Na escola onde estudava sempre tinha aquelas comemorações comuns para os pais e as mães. Até aquela vez eu não havia realmente pensado sobre o fato de ser apenas eu e meu país, mas uma conversa entre eu e minhas supostas amigas da época eu percebi que era a única sem um mãe naquela roda, então, quando cheguei em casa, fiz o que toda criança normal faria, questionei.

Meu pai contou uma história que todas as vezes que eu ouvia mudava algo nela, algo pequeno, mas que fazia uma grande mudança.

A primeira vez que ele me contou a história, minha mãe era a mulher mais incrível em sua vida, eles dois haviam se conhecido em uma festa de faculdade e desde então haviam sido inseparáveis, brigavam, se divertiam e se amavam com a mesma intensidade, então não foi surpresa para ninguém próximo a eles que eles tivessem se casado e, pouco menos de dois anos depois, eles me tiveram. Sua pequena criança preciosa. Entretanto, com poucos meses desde meu nascimento, minha mãe morreu.

A mudança nas histórias que sempre acontecia era nessa parte, sempre nela. Mas o que mudava não era a morte em si, mas sim a forma que ela morreu.

Na primeira história, ela morreu num acidente de carro, meu pai dizia que minha mãe não era uma pessoa que gostava de ficar em casa por muito tempo, por isso, sempre que podia, saía de casa comigo, para comprar coisas ou somente para andar, ela não conseguia ficar quieta, infelizmente nem sempre essa é a melhor opção. Minha mãe estava atravessando a rua, eu estava em meu carrinho de bebê, o sinal estava vermelho, mas algum ser humano desprezível pensou que seria incrível passar a toda velocidade pelo sinal, minha mãe empurrou meu carrinho para longe e, antes que pudesse correr, foi atropelada pelo motorista sem noção. Ela não resistiu, morreu no mesmo instante.

Na segunda, ela morreu indo em direção ao hospital, após o acidente esse mesmo acidente, meu pai diz que se lembra de ela ter pedido para cuidar de mim, porque ela sabia que não iria resistir, que seu corpo já estava completamente morto, apenas seu cérebro que ainda estava em processo. Na ambulância, ela desmaiou e os paramédicos tentaram reanimá-la, mas já era tarde, ela havia morrido.

Na terceira, ela morreu em cirurgia, depois do acidente. Minha mãe havia sobrevivido uma noite depois do acidente, mas não estava cem por cento, em um momento da madrugada seus sinais vitais mudaram e ela estava tendo hemorragia interna, os médicos a levaram para cirurgia, mas pouco menos de três horas depois ela não resistiu, morreu.

Na quarta, ela morreu ao rolar uma escada que tinha em minha casa. Ela não deveria fazer muito esforço físico visto que não fazia muito tempo desde meu nascimento, mas ela não era a pessoa mais quieta desse mundo. A escada em questão, era comum, mas haviam cerâmicas e ela estava lavando a escada com água e tudo. Minha mãe já havia feito aquilo várias e várias vezes, então ela não achou que estivesse correndo perigo. Mas em todas as vezes que ela fez isso, ela não tinha uma filha recém nascida para cuidar. Ela estava no topo da escada, que estava completamente molhada quando eu chorei alto, ela escutou e ficou desesperada para ver o que tinha acontecido comigo, ela desceu correndo, mas acabou escorregando, rolou a escada e seu pescoço se torceu. Ela morreu ali mesmo.

Na quinta e última história, aconteceu uma invasão em minha casa, homens entraram para roubar coisas, mas infelizmente os dois estavam com faca, afiadas o suficiente para matar pessoas. Eu era um bebê, estava no meu quarto, um deles chegou até mim, não sei porque, mas estava com a faca apontada para mim, quase cortando minha cabeça fora, literalmente, mas minha mãe chegou antes e o tirou de perto de mim, eles lutaram, ela estava apenas com suas mãos, ele tinha a faca, ela era uma mulher que tinha parido uma criança a pouco tempo, ele era um homem jovem que parecia saber manusear a faca. Não tinha como salvar, ele a esfaqueou uma vez e ela caiu no chão, então ele veio sobre ela e a esfaqueou mais cinco vezes, duas em sua barriga, duas em seu peito e uma em sua cabeça. Ela morreu.

Alice E A Carta Do CoringaOnde histórias criam vida. Descubra agora