Capítulo 25

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Eu sinto que deveria avisar sobre algumas (muitas) cenas do capítulo (todo ele) que podem ser um pouco demais (???).

Tem (tentativas) representação de ataques de pânico e uma memórias meio duvidosas que podem mencionar de forma implícita, mas bastante explícita, estupro.

É sério! Eu posso fazer gracinhas por não ter a menor confiança nos sentimentos que minha escrita vai passar, mas mesmo assim saibam que é aquilo que eu tentei passar, então por favor – POR FAVOR – tomem cuidado. Obrigada.

Enfim,

Boa leitura!

Capítulo 25 - Efeitos colaterais.

Atualmente...

A próxima vez que eu acordo eu vejo branco. O branco das paredes do meu quarto gira ao meu redor e eu me sinto tontear, minha garganta dói e meus ouvidos detectam o som de um grito abafado. Me revirou entre os lençóis de minha cama e sinto todo meu corpo se contorcer.

Ouço passos entrando rapidamente em meu quarto e sinto as mãos em meus braços. Me debato, tentando me soltar das mãos. Os apertos se tornam mais fortes e sinto minha garganta doer ainda mais.

Os toques em meu corpo queimam como brasa e eu juro que tenho cada marca de suas mãos em mim. Tento me soltar novamente, mas sinto alguém me prender ao colchão. Escuto um grito abafado e…

Ah! Os gritos são meus.

Gotas grossas descem pelo meu rosto e sinto perder o ar aos meus pulmões.

Água não, sem água.

Tento levar minha mão ao meu rosto para limpar as gotas, mas unhas cravam em meus pulsos, para prendê-los. Grito de dor, de medo, de raiva. Me debato nas mãos mais rudemente e sinto as unhas que me prendiam arranhar meus braços. Sinto água escorrer pelo meu braço.

Água não, por favor.

Grito mais alto, do fundo da minha garganta, que raspa, provavelmente deixando minha voz rouca. Meu corpo treme em soluços destruidores, que me machucam por dentro e por fora.

Sinto uma agulha em meu braço, que me leva lentamente de volta à inconsciência.

~♤♡◇♧~

Quando eu acordo novamente eu não sinto nada.

Minha mente está em branco e eu não sinto nada, não ouço nada, não penso em nada, apenas me mantenho deitada em minha cama, olhando para o teto e implorando para que as lágrimas que estavam presas em meu peito descessem por minhas bochechas, mas nada acontece. Eu simplesmente fico lá, parada, não sentindo nada, sendo apenas mais um objeto vegetativo no meio dessa imensidão solitária.

Olho em volta e vejo apenas meu quarto. O mesmo quarto de sempre. Completamente branco e sem o único resquício de alegria ou personalidade ou algo que fosse eu. Olho para o canto em frente a minha cama, procurando por algo que não sei o que é, mas faz meu peito doer quando encontro apenas a parede ainda branca de sempre.

Me sento na cama e fico parada encarando aquela parede, meus olhos estão mortos e minha mente vazia, a única coisa que sinto é a dor em meu peito me afundar completamente. Meus olhos se movem ao redor várias vezes procurando por algum resquício, qualquer um, que pudesse parar aquilo.

Escuto um som alto e minha postura se tenciona, não tenho certeza se foi na realidade ou se foi apenas uma alucinação minha. Ouço o som mais uma vez e sei que está se aproximando. Continuo encarando a porta, sem a menor certeza de qual será meu próximo passo, não sei se vou correr ou ficar deitada e aceitar minha morte ou lutar.

Alice E A Carta Do CoringaOnde histórias criam vida. Descubra agora