Capítulo 8

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Durante a nossa ida até o endereço citado, o silêncio se instalou entre nós, mas foi rompido por Lilly.

   —   Estou um pouco nervosa   —   ela fala enquanto move seus dedos inquietamente brincando com o chaveiro do seu molho de chaves.

    —  Eu também estou  —  Hannah diz.

  —  Todas nós estamos, mas temos que passar por cima disso  —  encorajo as meninas e me viro para frente.

  —  Você tem uma ideia de como vai ser essa proposta?   —  Hannah me olha pelo canto do olho e em seguida para Lilly pelo retrovisor.

  —  Tenho uma ideia  —  engoli em seco  —  E pra ser sincera eu temo, e muito.

—  Porque?  —  Lilly se aproxima ficando no meio de Hannah e eu.

—  Eles não vão facilitar pra nós, isso é tudo que precisa saber no momento. Mas se for de acordo com o que eu tenho em mente, tem uma chance muito grande de termos a ajuda do Jake.

Noto a esperança crescer nos olhos das meninas, e de alguma forma isso me incomoda muito, pois eu sei que posso estar dando-lhes falsas esperanças. Eu só disse que tenho algo em mente, agora se ambas interpretaram de outra forma isso já não é problema meu, ou é?

Após mais longos minutos ambas ansiosas e tensas chegamos ao endereço, foram quase duas horas e meia de viagem de carro.

Ao chegar no nosso ponto de encontro, notamos que há um muro muito alto, com portões enormes com guardas vestidos de uniformes pretos com o nome "FBI" bem explícito , e muito bem armados, há vários espalhados por todos os lados, não foi necessário descermos do carro para conversar com algum deles pois de certa forma todos ali já sabem quem eu sou e sabem da minha visita, portanto os portões se abrem e Hannah adentra devagar com o carro.

Ao passar pela a entrada, estacionamos o carro de frente a um prédio espelhado em tons azuis escuros e pretos. A entrada do mesmo é completamente linda, mas o mais estranho e ser bem afastado da cidade, definitivamente não há ninguém além de enormes muros, e guardas.

Sempre imaginei o prédio do FBI de uma forma completamente diferente, mas não dessa forma, por exemplo como em filmes no meio da city, mas nunca assim, embora esse não seja o foco no momento.

   —  Tudo isso é bem estranho, porque o prédio deles são no meio do nada?  — Hannah fala retirando seu cinto de segurança.

—  Eu acho que aqui não é o prédio principal, e sim uma espécie de prisão reforçada com segurança máxima, é notável pela quantidade de guardas altamente armados espalhados por todos os lados, é impossível fugir daqui  —  comento também tirando o meu cinto de segurança.

—  Estou nervosa, (seu nome). Você tem certeza disso?  —  Lilly pergunta.

—  Eu falei pra não trazer ela, eu avisei pra você ficar Lilly  —  Hannah diz séria.

—  Para de me tratar como se eu fosse uma criança, eu quis vir  porque o Jake precisa de nós, e eu estou tensa tanto quanto vocês, mas é tolice nós arriscarmos nossa segurança  —  Lilly tem razão.

—  Meninas se acalmem! Agora não é hora! Precisamos manter a calma, estamos aqui e agora não tem mais volta, é agora ou nunca! Eu não vim de longe pra desistir no meio do caminho  —  saio do carro e observo a porta giratória de vidro espelhado.

Três homens armados passam pela porta e se põem em posição, logo atrás sai um homem alto, cabelos lisos e loiro escuro muito bem penteados, aposto que está usando gel. Ele usa uma calça social preta, com uma camisa social azul naval e uma gravata preta, ele tem uma barba muito bem feita, seus olhos são claros e ele tem um sorriso encantador.

   —  Eu duvidei muito que você viesse   —  essa voz é familiar. Clark.

—  Eu não sou de fugir Sr Clark, pelo visto você não me conhece tão bem assim, para  quem diz  sabr tudo ao meu respeito  —  falo em um tom de total segurança do que estou dizendo, escondendo meu medo atrás dos meus olhos. O sufocando.

  —  Vejo que trouxe companhia  —  Clark direciona seus olhos para Hannah e Lilly que estão logo atrás de mim, ele se aproxima de mim e pergunta baixinho  —  São as irmãs do Jake?

—  São, mas a Hannah não sabe, ainda  —  ele me olha com um sorriso no canto dos seus lábios, e seu olhar devorador.

  —  Muito bem, entrem  —  ele se vira adentrando novamente passando pela porta giratória.

Hannah, Lilly e eu o seguimos passando pelos dois homens que estão em posição e logo marcham atrás de nós. Pegamos um elevador e subimos para o último andar do prédio.

As portas do mesmo se abrem revelando o que não é novidade alguma mais guardas, mais homens de preto enormes com armas que dão uma perna minha. O corredor é claro muito bem iluminado, há várias portas mas só entramos na última porta no final do corredor que há uma placa em tom dourado escrito " Escritório do Sr C.Wattson" com letra itálica preta.

O escritório do mesmo é bem charmoso. Há uma instante embutida na parede em tom marrom escuro, com alguns enfeites em tons neutros, há livros também grandes e grossos. Ao lado da instante há uma parede cinza onde há uma televisão de led embutida na parede.

As janelas são grandes com cortinas que topam o chão dando vista para a mata ao redor. A sua mesa é oval contendo um notebook aberto e alguns papéis espalhados pela a mesa com algumas fichas amarelas e também há um carpete em tom neutro no chão.

Ele faz sinal para que nos sentamos e assim fizemos. O silêncio está instalado em todo o ambiente, seus olhos devoram a cada segundo uma parte de mim. O seu interesse em si está em minha pessoa, o que me assusta de certa forma.

Ele bate a caneta devagar na mesa fazendo vários clicks me deixando e êxtase. Ele quer que eu demonstre algum sinal de fraqueza, mas eu não vou dar isso a ele, estamos em um jogo, onde as únicas opções é ganhar ou ganhar, não posso perder o Jake, não posso perder a minha postura por mais que eu sinta medo, eu tenho que conseguir, não importa o que aconteça.

—  Hannah e Lilly, eu gostaria de ter uma conversa em particular com a amiga de vocês  —  Clark diz e logo uma secretária morena muito bem vestida entra pela porta sorridente  —  Liz irá levar vocês para a recepção do prédio.

As meninas me olham e eu assinto com um movimento discreto. Hannah e Lilly saem e quando a porta se fecha meus olhos voltam para Clark, que por sinal até agora não tirou seus olhos da minha pessoa. Ele gira uma caneta em seus dedos rápidos e ágeis, enquanto ele se encosta na cadeira devagar.

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