Capítulo 26 - Despedidas

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Amores, eu tentei resumir as coisas, mas não deu. Sou fã de diálogos, daí a história fica enorme... Um beijo aos leitores queridos!

AVISO MEGA IMPORTANTE!

Troquei Teobaldo por Teodoro!

Substituí Teobaldo por Teodoro!


Capítulo 26 - Despedidas

 

          Malévola se aproximava do castelo de Marisol, porém permanecia escondida no bosque. Não era uma visita amigável, nunca era. Apenas precisava ter certeza do efeito que a ação destrutiva dos gigantes surtiu no Reino dos Alternadores. Pôde sentir uma respiração curta e rápida, seguida de um coração que batia acelerado. Pela velocidade com que palpitava, seguindo o mesmo ritmo, só poderia ser uma corredora nata, que saltava sobre o chão molhado pela chuva que havia caído a pouco, sem se preocupar em escorregar ou se sujar. Acompanhando a rapidez do corpo, a mente da princesa passava por um turbilhão de emoções e um confuso emaranhado de falas reprimidas.

- Era com você mesmo que eu queria falar. - Aurora cuspiu as palavras entre dentes, farta das maldades de sua avó, que virou o corpo para trás, onde a moça se encontrava. Imediatamente respondeu:

- Ousada demais para o meu gosto. E seu aspecto? Deplorável. Você já não é muito bonita, ainda abusa das circunstâncias, correndo por aí descabelada e sendo grosseira.

- Eu sei que você ordenou o ataque dos gigantes para me prejudicar.

- Nossa, que inteligente, deve ter demorado muito para chegar a essa conclusão. - A rainha das bruxas ironizou. - Vendo você aqui enquanto a Cinderela está se divertindo com o príncipe, vejo que funcionou.

- Isso irá afetá-la também. Eles estão com medo de todas nós.

- Espero que sim.

- Por quê? O que você ganha com isso?

- Você não sabe de nada e é muito melhor para mim que permaneça na ignorância. Se era isso o que queria falar, já deu o seu recado.

          Aurora se aproximou sem medo, o que impressionou a bruxa. Ou ela era estúpida, ou muito interessante.

- Eu vim para te dizer que quando for a minha vez de escolher, eu serei uma fada. Jamais me tornarei uma bruxa, jamais serei como você ou como minha mãe. As trevas nunca foram uma opção.

- Você por acaso pensa que eu já não entendi isso? É só olhar para os seus olhos que eu o vejo em você.

          Aurora se afastou um pouco, confusa com o que acabara de ouvir.

- Você o vê em mim? Quem? Meu pai?

- Meu filho. Tão idiota quanto você. Enquanto eu esperava que ele envolvesse Marisol com a escuridão, ele mesmo se envolvia com a luz. Já Marisol era apenas faísca, brilhou por pouco tempo. Que ironia.

- Como ele morreu? - A moça quis saber.

- Há muitas histórias. Como você acha que ele morreu?

- Não sei se o mataram por ódio a você, ou se você o matou pelo ódio que tem por dentro.

- Acha que eu seria capaz?

Aurora assentiu com a cabeça e perguntou:

- Você o amou?

- Tanto quanto a sua mãe te ama.

          A guardiã engoliu em seco a resposta, sentindo-se desamparada e se permitindo ter carinho e dó pelo pai que nunca teve a chance de conhecer. Prosseguiu com a conversa:

O Conto dos Contos - A origem dos contos de fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora