Capítulo 33 - Meia-Noite

10.5K 707 309
                                    

Haverá revisão de toda a história quando o livro estiver terminando. =D

Bjux


Capítulo 33 - Meia-noite

- E existem muitas moças interessadas em mim, mas eu procuro uma que seja digna. A maioria não tem classe, ou não é atraente.

Branca de Neve respondeu com um sorriso falso e controlou a vontade de bocejar. Estava no mínimo entediada com a conversa desagradável do marquês Heitor. Queria desesperadamente que a música terminasse para que pudesse se afastar do rapaz. Ele segurava sua cintura de forma desrespeitosa e lhe causava nojo. A princesa pensou que, mascarada, estaria livre de homens como ele, mas foi pura ingenuidade. A máscara preta como seus cabelos tornava seus olhos mais misteriosos, deixava seus lábios vermelhos em evidência, e havia um contraste belíssimo com sua pele tão clara. O vestido amarelo era justo, e o tecido caía solto um pouco abaixo do quadril. Mais e mais jovens pediam para dançar com ela, tentavam se aproximar. Nenhum deles conseguia cativá-la.

- Não concorda?

A mais bela de todas encarou Heitor e estava tão perdida em seus pensamentos que nem sabia do que ele estava falando. Concluiu que seria melhor apenas concordar, assentindo com a cabeça.

- Você não fala muito, não é? - Ele insistiu.

- É que eu sou tímida.

- As tímidas são as mais interessantes.

- Não sou tão tímida.

- Ainda assim é interessante.

Ela esbugalhou os olhos e girou a cabeça, procurando pelo irmão. Henrique precisava resgatá-la daquela tortura. O fim da música foi a sua deixa.

- Preciso encontrar meu irmão. Com licença.

- Eu te acompanho.

- Não precisa.

- O que você quer com ele?

- Ele está com meus remédios, meus tônicos.

- O que você tem?

- São muitas doenças, doenças demais. Tantas que nem poderia falar.

Henrique estava tirando para dançar uma ruiva curvilínea num vestido coral. O sorriso da moça se alargou pelo rosto quando ele tirou a máscara preta como seu traje, com a desculpa de que a vista o estava incomodando. Ele esfregou os olhos e mascarou-se novamente, bem sucedido na missão de mostrar à moça como era bonito.

- Aí está você! Preciso dos meus remédios! Leve-me ao quarto onde o príncipe Teodoro permitiu que você os guardasse.

- Eu posso levá-la, se quiser - Heitor ofereceu.

O príncipe dos humanos demorou uns minutos para entender a situação, e não gostou do rapaz ser ousado e cogitar a possibilidade de adentrar no castelo com sua irmã. Sem nada dizer, fingiu pisar em falso e sujou o marquês de vinho. O mesmo ficou furioso e fez um escândalo que poucos deram importância.

- Olha como me deixou! Estou imundo! Quer saber? Você não vale tudo isso! Eu desisto, vocês dois são um pesadelo!

Assim que ele se afastou, Branca encarou o irmão toda sorridente.

- Henrique, eu te amo.

- Escolha bem o próximo idiota com quem irá dançar.

- Ah, chega de dança para mim.

O Conto dos Contos - A origem dos contos de fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora