CHAPTER 13

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Pov. Hope

Eu estava sozinha no meu dormitório, sentada na beirada da cama, com a mente inquieta. Josie e Maya haviam ido para a biblioteca estudar para uma prova iminente, e eu me encontrava em um raro momento de solidão. Tudo estava perfeitamente tranquilo, até que a porta se abriu com um estrondo e Jade entrou sem cerimônia.

— Eu sei o seu segredo, Mikaelson — ela disparou, sua voz carregada de uma confiança ameaçadora.

Fiquei surpresa e um pouco alarmada com a invasão de sua atitude. Meus sentimentos estavam confusos, e o que ela estava dizendo não fazia sentido.

— O que é exatamente? — perguntei, tentando manter a calma, embora meu coração estivesse acelerado.

— Eu sei que você tem sentimentos pela minha namorada — Jade continuou, seu tom frio e cortante. — Eu sei que você a ama, e deixe-me dizer, ela nunca vai ficar com alguém como você. Então, fique longe dela. E, Hope, estou muito feliz que seu tio Elijah não esteja aqui para ver a decepção que você é.

A fúria que eu sentia era palpável. Antes que eu pudesse responder, a porta do dormitório se abriu novamente. Minha tia Rebekah e Lizzie estavam bem atrás de Jade, seus olhares de espanto e preocupação claramente visíveis.

— O que você acabou de dizer a ela?! — Rebekah exigiu, sua voz carregada de indignação. — Ela não é uma decepção. E não se atreva a mencionar o nome de meu irmão, sua filha da...

Ela estava prestes a proferir palavras mais duras, mas eu a interrompi, sentindo uma raiva intensa crescer dentro de mim.

— Desculpe, mas quem você pensa que é? — Perguntei, minha voz tremendo de raiva e determinação. — Você não pode simplesmente entrar no MEU dormitório e me acusar de ter sentimentos por sua namorada e MINHA melhor amiga. E se eu gostar da Josie, que fique bem claro que ela te deixaria em um piscar de olhos. Honestamente, não tenho ideia do que ela vê em você. Você a ama? Porque com certeza não parece. Você flerta com Penelope bem na frente dela, como se não fosse nada. E ela apenas finge que você é "amigável". Bem, estou cansada de você e de tudo o que você faz com ela. Talvez você devesse ficar longe dela e sair do meu quarto.

Jade estava com um olhar de pura raiva, seu rosto corado de indignação. Com um gesto brusco, ela saiu do dormitório, batendo a porta atrás de si. Eu respirei profundamente, tentando acalmar a tempestade que se formava dentro de mim. Minha tia e Lizzie me seguiram para fora, e eu me sentei em um banco perto da entrada, sentindo o peso da tensão ainda pairando no ar.

— Hope? Você está bem? — Rebekah perguntou, sua voz suave e cheia de preocupação.

— Eu estou bem. Eu simplesmente não posso acreditar — respondi, forçando um sorriso, mas minha voz traía a frustração que sentia. — Ela entrou no meu quarto como se fosse dona do lugar.

— Ela é inacreditável — eu completei, o desprezo evidente em minhas palavras.

Minha tia e Lizzie não disseram mais nada, mas se sentaram ao meu lado, oferecendo uma presença tranquila e solidária. O silêncio entre nós era confortável, uma pausa necessária após o confronto.

• • •

Pov. Josie

Maya e eu estávamos na biblioteca, mergulhadas em uma maratona de estudos. O ambiente estava carregado de tensão, com pilhas de livros e anotações espalhadas ao nosso redor. A iluminação artificial e o silêncio interrompido apenas pelo som ocasional de páginas viradas contribuíam para a sensação de que o tempo se arrastava. O nervosismo era palpável, e a pressão das provas iminentes estava começando a se manifestar em meus ombros cansados.

— Eu vou reprovar — gemi, batendo meu livro com um pouco mais de força do que o necessário ao fechá-lo. O som ecoou pelo ambiente silencioso da biblioteca. Maya me lançou um olhar compreensivo e encorajador. Seus olhos, apesar de cansados, brilhavam com uma calma que eu desesperadamente precisava.

— Jo, você não vai reprovar. Nós estudamos o dia todo, e eu tenho certeza de que vamos nos sair bem. Você está se saindo muito bem.

Suspirei, exausta. Desde às sete da manhã, não havíamos tido uma pausa. Agora, já eram cinco da tarde, e o peso da fadiga era quase insuportável. A sensação de estar mergulhada em um mar de livros e teorias me fazia sentir que o tempo havia parado, e eu odiava cada segundo disso, mas sabia que era necessário para alcançar nossos objetivos.

— Posso ir? Eu não falei com a Hope o dia todo, e sinto falta dela — pedi, minha voz carregada de uma mistura de cansaço e anseio. Maya assentiu, fechando seu livro com um sorriso leve que transmitia mais compreensão do que palavras poderiam expressar.

— Sim, Josie, você pode ir falar com o amor da sua vida.

— O quê? — Perguntei, um pouco surpresa com o comentário inesperado.

Maya apenas sorriu e fez um gesto divertido com a mão, como se estivesse me liberando.

— Nada, apenas vá antes que eu mude de ideia.

Levantei-me rapidamente, sentindo uma onda de alívio por poder sair. Caminhei pelo campus com um novo senso de propósito, e a caminhada até o dormitório parecia mais leve. O sol estava começando a se pôr, lançando uma luz suave e dourada sobre o caminho.

Quando cheguei ao dormitório de Hope, percebi que algo estava errado. O quarto estava vazio, e o telefone de Hope estava repousando sobre a cama, sem sinal de que ela estivesse por perto. A ausência de qualquer aviso deixava o ambiente um pouco desconcertante. Decidi então ir até o quarto de Lizzie, com a esperança de que Hope pudesse estar lá. Se não encontrasse Hope, pelo menos poderia conversar com Jade e talvez obter alguma informação. A ideia de enfrentar Jade não era exatamente atraente, mas era uma alternativa. Enquanto me aproximava do quarto, comecei a ouvir alguns barulhos estranhos vindos de dentro. O som era um misto de vozes e movimentos que não consegui identificar claramente, mas que parecia indicar alguma forma de discussão ou confronto. Minha curiosidade e preocupação cresceram, e o meu coração começou a bater mais rápido, uma sensação de inquietação se instalando. Com a respiração acelerada, me aproximei da porta do quarto de Lizzie com cautela. O que estava acontecendo lá dentro? Os barulhos eram mais intensos agora, e eu podia sentir a tensão no ar. O desejo de saber o que estava acontecendo e de estar presente para Hope era forte, e eu hesitei apenas por um momento antes de tocar a maçaneta e abrir a porta lentamente, tentando não fazer barulho.

Still Falling For You (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora