Capítulo onze.

470 78 5
                                    


Esqueci totalmente da presença do príncipe quando coloquei meus olhos naquela grande cúpula com um jardim ainda mais majestoso do que o de fora. A cúpula de vidro era belíssima e mesmo não estando dentro dela eu conseguia ver sua magnitude e beleza. Passei na frente do príncipe e acelerei meus passos até a porta de entrada, olhando o interior da cúpula pelo vidro fechado. Os galhos repletos de flores me hipnotizaram completamente.

- Gosta de jardins? - O riso nasal do príncipe me tirou dos meus pensamentos floridos.

- Perdão, o que disse? - Limpei a garganta e passei minhas mãos pela saia do vestido.

- Perguntei se gosta de jardins. - Ele passou seus dedos por seu cabelo platinado olhando diretamente para mim. Desviei o olhar fingindo indiferença com sua pergunta.

- É, eu gosto de coisas coloridas. - Acredito que seja normal alguém como eu ficar encantada tão facilmente com coisas assim já que cresci como uma mestiça sem sobrenome e pobre. Ele riu fraco.

- Eu notei. - O príncipe caminhou até mim e parou na minha frente. Pisquei surpresa com a sua proximidade repentina.

- O que? - Ele sorriu charmoso e se inclinou na minha direção. O nervosismo me preparava para acertar um soco em seu rosto quando ouvi o som da porta se abrindo atrás de mim.

- Resolvi fazer uma gentileza para a senhorita e abrir a porta. - Aquilo claramente era uma mentira, eu conseguia ver em seus olhos e sorriso zombeteiro que o intuito daquilo era só me provocar.

- Entendi... - Dei um passo para trás entrando na cúpula e me afastando dele. Fingi estar interessada no galho seco que estava no chão enquanto me recuperava da situação anterior. Pode parecer estúpido mas nunca tive nenhuma experiência romântica ou o que vem depois disso, então posso ficar tímida muito facilmente.

O máximo que aconteceu comigo foi ter uma paixonite em uma dançarina estrangeira que nunca mais vi depois de ter regressado para sua terra. Mas não cheguei a conversar com ela nem nada do tipo, apenas a observei, ficando encantada com sua beleza e habilidades na dança. Cheguei a separar uma das minhas suadas moedas para ajudá-la, o que resultou em um sorriso brilhante que fez meu coração acelerar.

Mas ter alguém tão próximo de mim... Isso era algo novo.

- O que acha? - O platinado abriu os braços e me encarou curioso. Levantei o olhar para ver a cúpula com mais precisão.

Observei os galhos crescidos até o topo, eles estavam floridos, mas aquilo claramente significava que o lugar não recebia a mesma atenção que o jardim onde eu estava anteriormente. Os galhos estavam tão densos que haviam poucos espaços para a luz do sol entrar e iluminar o lugar. Torci o nariz e me virei para encarar o homem que esperava por minha resposta.

- É lindo mas parece um tanto... - Passei meus olhos pelo lugar procurando a palavra certa. - Descuidado. - O príncipe franziu a testa e olhou para o lugar como se não tivesse enxergado o mesmo.

- Você acha? - Ele coçou a nuca olhando para o teto. - Agora que você disse eu percebi. Mas eu gosto de lugares escuros, são mais aconchegantes. - Seus olhos de jóia brilharam perigosamente para mim e um sorriso sedutor apareceu em seus lábios enquanto ele olhava fixamente para mim. - E também, lugares escuros são bem mais confortáveis para fazermos coisas, não acha?

Meu rosto esquentou inconscientemente e eu agradeci pela falta de luz. Sentiria meu orgulho ferido se ele visse que suas frases com duplo sentido me faziam ficar nervosa. Mantive a voz firme e olhei para um feixe de luz como se aquilo fosse mais interessante que ele.

- Concordo. Dormir no escuro é ótimo, bem melhor do que ter a luz atravessando suas pálpebras e te tirando do sono profundo. - O sorriso provocador sumiu de seus lábios e ele estralou a língua.

White Prince.Onde histórias criam vida. Descubra agora