White Prince.

Capítulo dezesseis.

A sensação era a mesma: euforia. Eu com certeza farei com que cavalgar se torne um hábito. A emoção que sinto é totalmente revigorante.

Nanami acabou indo com meu irmão em seu cavalo. Sukuna insistiu que ambos fossem juntos porque não queria o loiro tão próximo de mim. Acabei que transportei os pequenos dragões. Eles se seguravam no pelo do Geada enquanto sentiam o vento, era fofo de se observar.

Nanami trazia consigo uma bolsa como a nossa. Vi ele colocar nela alguns livros e coisas pessoais, inclusive sua faca de talhar madeira.

O caminho parecia estranhamente mais longo. Porém fiz uso do meu tempo e comecei a pensar onde Nanami ficaria.

Meu pai não poderia saber de sua existência de maneira alguma. Imagina se soubesse que o Nanami tentou nos matar, provavelmente cortaria a garganta dele em um golpe só.

Existem muitos quartos na casa. Nanami pode ficar na área abandonada da mansão. Não, ele poderia acabar se encontrando com meu pai. Onde esse homem vai ficar?

- Vamos fazer uma parada rápida. - Sukuna gritou por cima do vento forte. Concordei e paramos no mesmo lugar de antes.

Desci do cavalo. Me sentia sonolenta então apoiei minha testa no animal. Conseguia ouvir sua respiração e o som de seus órgãos trabalhando. Vi que Sukuna tinha colocado um cobertor no chão e fui até ele para me deitar também.

- Muito bem. - Falei simples e me deitei rápido. - Obrigada por isso.

- Some. Eu coloquei pra mim. - Me agarrei aos chão.

- Colocou para nós. - Ele chutou o meu traseiro e tentou me empurrar dali.

- É sério, [Nome]. - Fingi não ouvi-lo.

- Não seja egoísta, da última vez eu deixei você deitar. - Ele me empurrou de novo.

- Porque é uma idiota. - Abri a boca em uma falsa mágoa.

- Por que me trata assim, irmão? Você é tão cruel comigo. - choraminguei forçadamente.

- Eu vou arrastar você-

Ele olhou para o lado e viu os cavalos indo para longe enquanto comiam grama.

- Espere, já volto. - Acenei e ele correu na direção dos animais. Apenas fechei meus olhos e curti a brisa fresca.

Senti olhos em mim, Nanami me observava e eu tinha certeza disso.

- Parece que acertei quando disse que o conflito entre vocês não duraria. - Abri os olhos e vi o loiro encostado na árvore atrás de mim enquanto observava a direção para onde meu irmão corria.

- Sim, deveria começar a vender previsões para o futuro. - Disse e fechei os olhos. Nanami riu fraco.

- Vou pensar na sua ideia. - Ri nasalado e me concentrei no vento que soprava. - Onde vou ficar durante a estadia na sua casa?

- No estábulo. - Não consegui segurar o sorriso, então ele percebeu que era brincadeira. - Não sei dizer, se eu te colocar nos quartos é muito provável que meu pai ou um dos empregados descubra sua existência.

- Você tem algum canto pessoal na mansão? - Pensei nisso, a biblioteca veio em minha mente.

- A biblioteca. Ela não é apenas minha mas as únicas pessoas que frequentam sou eu e meu irmão.

- Sukuna gosta de ler? - Ele perguntou em um tom incrédulo.

- Ele não, meu outro irmão. Acho que vocês vão se dar bem. - Pelo menos eu espero. - Itadori gosta de ler e descobrir novas coisas.