Capítulo seis.

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- Eu quero estudar mais sobre o príncipe. - Itadori engasgou com o chá que tomava. Levantei da cadeira e dei algumas palmadinhas na sua costa para ajudá-lo a desengasgar. - Você está bem?

- Estou... Eu apenas fiquei um tanto... - Ele procurava a palavra certa. - Surpreso, eu diria. - Deixou a xícara na mesa e eu voltei a me sentar.

- Surpreso por quê? Em breve eu estarei disputando a mão de vossa majestade, faz sentido eu querer saber mais sobre o meu provável futuro noivo, não acha? - Fiz uso da etiqueta que aprendi, segurei minha xícara como uma verdadeira nobre de berço e beberiquei o chá. Por fim, olhei para Itadori por cima dos cílios.

Estávamos no jardim principal relaxando após uma intensa seção de estudos sobre as políticas do reino.

Itadori disse que para celebrar a paz os quatro reinos decidiram abrir uma competição onde três princesas irão disputar a mão de um príncipe.

O príncipe do nosso império foi o escolhido, já que no restante dos reinos só existem princesas.

Um casamento entre duas nações seria ótimo, ainda mais com o nosso reino. O Império de Blanche é o mais poderoso em questão de força econômica, também possuímos o exército de cavaleiros mais forte do continente.

A família Floyd veio de fora do continente a muito tempo atrás. Não sou uma princesa mas participarei como a quarta pretendente mesmo assim. Os Floyd possuem uma forte linhagem de cavaleiros e a família real aprecia muito isso. Seria bom se alguém com o meu sangue desse a luz a uma criança com a linhagem real. Torci o nariz com a ideia.

Após ouvir tudo eu estava esgotada por receber tanta informação.

Minha roupa era uma vestido branco repleto de rendas em um tom fraco de amarelo, o saiote não eram tão largo mas suficientemente grande. As mangas foram feitas para ficarem abaixo do ombro e ressaltar minha clavícula e as jóias que estavam ali para combinar com o vestido. O ornamento de dragão na minha cabeça se destacava naquelas cores claras.

Itadori arrumou a gola de sua vestimenta e tossiu na tentativa de aliviar a garganta.

- Isso foi repentino. Dias atrás você chamou o príncipe de "engomadinho herdeiro" e agora está usando a palavra "vossa majestade" para se referir a ele. Não acha que isso é motivo suficiente para me deixar confuso? - Ele apoiou a mão na mesa com um ar de preocupação. - Está tudo bem?

Não queria mentir para ele mas se eu contar tudo pode acabar indo pelos ares. Se o que planejo chegar nos ouvidos do Aléxandros...

Suspirei pesadamente para sustentar meu teatro.

- Só aceitei o meu destino. Essa é a minha vida agora, não é? Se eu não cumprir com a minha parte do acordo o Aléxandros vai ficar irritado. E sabe lá o que ele pode fazer comigo se isso acontecer. - Itadori franziu o cenho concordando tristemente.

- É, acho que sim. Mas o que eu sei sobre o príncipe não é nada mais que boatos. Na verdade ninguém sabe muita coisa sobre ele.

- Boatos? - Itadori olhou em volta para garantir que ninguém ouvisse além de mim.

- Sim. Más línguas dizem que ele é um libertino. Que ele é um homem imoral e só não foi despachado pela família real porque é o único herdeiro do reino. - Ele sussurrou.

Pelas mãos desse tipo de pessoa que terei que passar?

- Mas são só boatos, não acredite em nada até ver com os próprios olhos. - Itadori voltou a falar em seu tom calmo e firme de sempre.

- Se esse tipo de boato ronda ele certamente deve haver um motivo, não acha? - Comentei.

Itadori ponderou.

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