Chapter 20

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Juliette Freire Feitosa

Meu humor estava definitivamente arruinado.

Vá se ferrar, Sarah Andrade! Vou me divertir com Philip mesmo que doa fisicamente.

Esperei alguns minutos no carro para me recompor antes de entrar no restaurante. Olhei para a placa na entrada do lugar e percebi que
Philip tinha escolhido um restaurante aonde tínhamos ido juntos durante o nosso curto período como casal.

O restaurante de Roberto tinha uma comida incrível e era romântico, com um estilo antigo.
Imaginei que ele tivesse escolhido um lugar com aquelas lembranças de propósito.

Lá dentro, olhei em volta e o vi sentado a uma mesa no canto, ao fundo. Era exatamente onde sentamos da última vez que fomos ali. Se havia alguma dúvida de que Philip estava tentando recuperar o clima que uma vez tivemos, a mesa pela qual ele chegou cedo para guardar confirmou suas intenções. Era, na verdade, meio fofo da parte dele lembrar de tantos detalhes de onde jantamos.

Esse era Philip... fofo e cuidadoso. O total oposto de Sarah, que era amarga e descuidada.

Eu nem sabia por que estava comparando os dois. Não parecia justo com Philip, embora ele fosse ganhar em quase todas as categorias se eu colocasse no papel e analisasse. O problema era que Sarah me fazia sentir alguma coisa que não poderia ser inserida em uma categoria – alguma coisa que eu nem conseguia descrever.

E, por um motivo que eu não entendia bem, aquele sentimento idiota superava toda a maravilhosidade de Philip.

Mas aquela tarde havia realmente aberto os meus olhos. Eu tinha praticamente me jogado pra cima de uma mulher que estava atraída
fisicamente por mim, mas detestava estar. Não havia nada de bom em provocar uma mulher que não tinha nenhum interesse além de sexo e se arrependeria imediatamente de ceder à tentação.

Suspirei e jurei aproveitar minha noite e me concentrar no cara que estava sentado à minha frente.

Quando me aproximei da mesa, o sorriso de Philip trouxe de volta os bons tempos que tivemos ao longo dos anos. Quando cheguei
perto, ele se levantou e me puxou para um abraço forte. Foi muito bom. Os braços dele envolveram minha cintura, ele enterrou o rosto
no meu cabelo e inalou profundamente.

─ Senti sua falta ─ ele disse. ─ Você sempre cheira tão bem.

Não percebi o quanto sentia falta de um abraço. Sim, sentia falta da gratificação sexual de estar com alguém... mas ser abraçada e
me sentir querida era muito maravilhoso. Lá no fundo, eu sabia que estava carente depois da rejeição de Sarah, porém enterrei isso e me permiti aproveitar o abraço de Philip. Ele demorou um tempo para me libertar e, quando o fez, deu um passo para trás, segurando minhas mãos e olhando para mim.

─ Uau. Você está incrível, Ju.

─ Obrigada.

Nos sentamos, e Philip apenas ficou me encarando.

Uma risada nervosa saiu.

─ Você está me encarando como se eu tivesse duas cabeças.

Havia gentileza em seus olhos quando ele sorriu.

─ Estava pensando... lembra daquela foto que tiramos na minha formatura? Aquela em que eu estava com a beca e você estava usando meu capelo torto com um sorriso bobo?

─ Acho que sim.

─ Bom, eu a revelei, e ela está na minha cômoda e... ─ ele parou.

─ O quê?

─ Nada. Não quero te assustar antes do prato de entrada chegar.

Dei risada.

─ Não seja bobo. O que você ia dizer?

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