Juliette Freire Feitosa
Se você procurasse instável no dicionário, tenho quase certeza de que minha foto estaria lá.
Em um período de cinco ou seis horas, tinha ficado excitada com o argumento caloroso que Sarah tinha dado quando a incitei a me tocar, brava e vazia quando ela me dispensou, como se não estivesse lá comigo e então confusa, mas lisonjeada, quando Philip me disse que queria reatar. Depois, no instante em que o jantar acabou e Sarah começou a discutir comigo por mensagens de novo, voltei a ficar brava.
Agora eram quase onze da noite e eu estava parada a uma distância de dois prédios do apartamento de Sarah. De repente, toda
a raiva que eu tinha sentido durante o trajeto desaparecera e eu me perguntava por que tinha ido lá. Isso era o que eu chamava de
instabilidade emocional.Por que eu estava ali? Para brigar com Sarah, falar para ela um pouco do que eu pensava sobre o seu comportamento quente-e-frio
desdenhoso.Claro que eu queria brigar com ela. Mas sabia que não era realmente isso que eu queria.
Sentada no carro ainda quente, peguei meu celular e reli as suas mensagens.
Não faça nenhuma besteira para se vingar de mim.
Ela não estava errada. Minhas escolhas ─ me vestir horas antes do jantar para ir à aula, aparecer com uma roupa sexy, até decidir ir ao
jantar com Philip sozinha ─, todas elas tinham a ver com Sarah... e a maioria delas foram idiotas.Soltei um suspiro pesado e exagerado. Aquela visita era uma má ideia.
Bati a testa contra o volante algumas vezes, tentando fazer com que meu cérebro voltasse a ter um pouco de senso. Toda essa instabilidade emocional estava cobrando pedágio de uma vez, e eu estava cansada. Realmente cansada.
Olhando uma última vez para o prédio de Sarah, liguei o carro e voltei para casa, no Brooklyn.
Encontrar uma vaga para estacionar no meu bairro depois das oito era quase impossível.
Estava cansada demais para procurar e preferi ir direto para o estacionamento caro a cinco quarteirões do que ficar rodando e irritada por uma hora. Tivera minha cota de irritação por hoje.
Quando cheguei ao meu quarteirão, estava xingando meus saltos altos e também o departamento de manutenção da cidade pelas
calçadas horríveis e quebradas pelas quais tinha que andar. Quase caí três vezes.Finalmente chegando ao meu prédio, subi tremendo cada degrau alto da escada. Resmunguei para mim mesma ao abrir a
porta para o vestíbulo, percebendo que estava novamente destrancada. Qualquer um poderia entrar.Assustei-me quando entrei e vi uma mulher parada ali. Instintivamente, comecei a gritar.
Sarah pareceu tão assustada quanto eu. Ela ergueu as mãos.
─ Juliette, sou eu.
Apertei o peito.
─ Que porra está fazendo? Tentando me matar de medo?
─ Desculpe. Não quis te assustar. Mas a porta estava aberta, então entrei. Estava quase indo embora, já que você não atendeu o interfone.
Meu coração martelou no peito. Estava tendo um dia dos infernos.
─ O que está fazendo aqui?
─ Vim falar com você.
Meu susto rapidamente se transformou em raiva.
─ É mesmo. Precisamos conversar. Você disse isso na mensagem mais cedo. ─ Joguei a verdade. ─ Enquanto eu estava me despedindo do meu encontro.
A mandíbula de Sarah ficou tensa.
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Encontre uma moeda - Versão sariette
RomanceEncarei a canalha que enganou minha melhor amiga, do outro lado do bar. Despejei meus xingamentos em cima dela e, ao final, percebi o grande equívoco. Ela entendeu como um flerte! Com vergonha, saí sem me desculpar e achei que jamais a veria novame...