𝑭𝑨𝑰𝑹𝒀𝑻𝑨𝑳𝑬🦋 | • 𝓑𝓪𝓳𝓲 𝓚𝓮𝓲𝓼𝓾𝓴𝓮

•𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 XXXV

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"Com coração de vilã, ela tem as armas que dominam o jogo.
Menina veneno, a gente ainda se encontra de novo.
Porque são quatro da manhã, e não chegou ao fim
Eu vou fazer você lembrar de mim" -- Vilã

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--- Nós vamos para onde?-- minha voz falha

--- Vamos para a capital do Reino de Tokyo -- repete Chifuyu

--- Que?! Mas por quê?-- indago enquanto observo a movimentação no exterior do navio

--- Porque está mais que na hora de fazermos nossas doações, marujinho -- Mitsuya da batidinhas em minha cabeça

--- Pensei que não fôssemos voltar tão cedo -- brinco com os dedos em nervos por dentro

--- Cedo? Nós estamos a quase cinco meses em alto mar -- Chifuyu volta a rebater

--- Sério? Tanto assim?-- coço a nuca

--- Não se preocupe, seja lá o que você tenha feito para os nobres com suas barganhas, os guardas não irão te encontrar, afinal eles não andam no mesmo chão que gente pobre -- Mitsuya me tranquiliza -- O que é hipocrisia, né?

--- É, sim -- assinto sentindo meus estômago se revirar

Eu não fazia ideia de que estaríamos de volta nas terras pela qual lutei para sair tão cedo, ainda consigo sentir meus traumas e inseguranças à flor da pele, não tive tempo de me auto reconhecer como confiante ou indomável, continuo sendo a mesma covarde um pouco menos egoísta dessa vez.

A silhueta alta de cabelos loiros e andar intimidador se aproxima com um estranho bom humor estampado em sua face de homem mau, Draken acena para todos ao se juntar ao grupo em um canto qualquer do navio

--- Eai -- inicia

--- Aoba -- aceno

--- Bom dia -- Mitsuya responde

--- Que mal humor é esse?-- indaga em minha direção

--- Chegaremos ao Reino de Tokyo em menos de cinco horas -- faço careta-- as pessoas de lá ainda me odeiam

--- OE!-- ele segura meu ombro com firmeza -- Se recomponha homem, você voltará para lá como um tripulante da Manji -- da um tapa em meu ombro -- quem mexer com você estará na merda.

--- É isso aí -- Mitsuya assente

--- EEEEE!! Homem de pouca fé -- Chifuyu rola os olhos

--- Certo, certo, certo -- assinto comprimindo os lábios -- vocês venceram

Viro e tomo para mim a luneta presa em minha cintura, a abro para observar o horizonte. O vice capitão tem razão, tenho andado calada e um tanto quanto amarga, minhas sátiras não são tão engraçadas, mas servem de defesa ácida, tudo por um coração destruído, moído e jogado aos abutres