𝑭𝑨𝑰𝑹𝒀𝑻𝑨𝑳𝑬🦋 | • 𝓑𝓪𝓳𝓲 𝓚𝓮𝓲𝓼𝓾𝓴𝓮

•𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 XLIX

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--- 1! -- Mikey abaixa o braço, os canhões imediatamente fazem o temido som de pólvora

--- MIKEY, NÃO! -- Grito

--- NÃOOOO!! -- O som da voz de Hina sobressai. Esta está com os braços estendidos para frente, seus olhos marejados e tomados por uma cor mística avassaladora

Seus dedos encolhidos como se segurasse com uma enorme força uma corda imaginária. Minha pele arrepia ao sentir a magia da garota passando por todo o seu corpo. A confusão marítima fica em silêncio, por um instante é como se todo o oceano se calasse perante à demonstração de poder

Hinata levanta os braços e com estes, acompanham-se as balas de canhão recém atiradas, revestidas de seu material massivo e poderoso, envoltos por bolhas flutuantes e brilhantes através da luz da lua e de pequenos resquícios de claridade emitida das tochas do lado externo do navio.

Fico boquiaberta assim como os outros, ela não teme a nada, é somente guiada pela fome insaciável pela justiça certeira, controlando uma magia incrivelmente encantadora, e que pela expressão de Takemichi, evidentemente secreta. Como se finalmente libertasse após muito tempo escondendo.

As bolhas trazem consigo todas as balas, acompanhando em um espetáculo que nos permite uma imersão completamente delirante. O peito desce e sobe em sinal de raiva, com movimento dos braços ela devolve todo o material de volta ao caminho anteriormente percorrido, sem que haja perca de munição à toa.

Tachibana não só levanta uma bandeira branca, mas acende a luz da sabedoria entre indivíduos para que permitam agir racionalmente, ignorando seus princípios de caça e caçador, defesa ou atacante. Não me recordo da família dela ser conhecida por exercer algum ofício da magia, afinal não é tão aceito se não for comercializado em nossa sociedade

--- Hina... -- Takemichi sussurra perplexo

A garota cerra os punhos, fechando os olhos, tão desesperada e inconstante, toda a sua doçura permite-se transformar em uma raiva cultivada à séculos, o choro engasgado que aos poucos surge aflorando de seus olhos, manchando suas bochechas com caminhos percorridos pelas lágrimas

--- Parem...-- ela soluça -- Parem por favor -- coloca a mão em seu coração -- atacar sem conhecer o coração é um ato de suma ignorância.

Ela ainda parece mística o suficiente, posso jurar ver sua pele brilhar como se fosse um cristal fruta-cor, talvez escamas tímidas e delicadas como sua estética transmitida.

--- Povo guardião dos oceanos mágicos -- caminha corajosamente até o centro do navio -- eles não são os seus inimigos, estão aqui para ajudar, para salvar. Tripulação Manji, as sereias não são criaturas desprezíveis que matam e caçam por prazer, elas apenas defendem-se, são parte do meu povo

Coço a cabeça, meu coração bate tão forte que mal consigo conter a emoção, quero dar saltos ansiosos e fazer um milhão de perguntas, mas mantenho-me em silêncio.

--- Por favor, voltem para sua casa -- ela menciona as vítimas salvas, as quais não hesitam em levantar às pressas e saltar do navio

Encaro Mikey e Draken, porém ambos permanecem na mesma condição que eu, não demonstram qualquer reação e isso soa amedrontador na maioria das vezes, apesar de não possuírem laços sanguíneos, seus comportamentos podem assemelhar e muito.