𝑭𝑨𝑰𝑹𝒀𝑻𝑨𝑳𝑬🦋 | • 𝓑𝓪𝓳𝓲 𝓚𝓮𝓲𝓼𝓾𝓴𝓮

•𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 XXIII

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--- Aqui está, capitão -- entrego-lhe uma pilha de folhas escritas -- toda a planta do navio Manji e suas estratégias

--- Bom garoto -- Izana retira de seu bolso um saco gordo de moedas e o joga em minha direção, pego no ar

--- Será um sucesso -- sorrio carismáticamente

---  Assim espero -- ele passa os olhos pelas folhas, provavelmente também sabe ler

--- Se me permite, o senhor almeja... almeja tornar-se o Rei do Reino de Tokyo?-- indago perigosamente

Ele levanta os olhos e me encara:

--- Essa é uma pergunta delicada para alguém como você dirigir à mim.

--- Perdão -- baixo os olhos

--- Mas qual a razão?

  Junto fôlego e coragem : --- Dizem que o Rei do Reino de Tokyo é símbolo de poder absoluto

--- Controlar o Kraken é poder absoluto -- ele apoia-se na borda da mesa -- Não acha?

--- Penso que mesmo com uma arma dessas em mãos, há de existir algo de poder inalcançável, afinal uma pedra que realiza qualquer desejo não se é vista com muita frequência -- comento avulsamente como quem não deseja a nada

--- Vejo que sabe sobre a pedra mágica, Mikey lhe contou?-- indaga

--- Seria tolisse não ter conhecimento -- levanto o queixo

--- Sensato -- da de ombros

--- Há algo que desejaria se tornasse o Rei?

--- Talvez -- ele murmura, então seus olhos apagam-se bruscamente, escuros como o ápice de uma noite violeta, desviados para o chão, os cabelos brancos caindo sob o rosto e a expressão de quem analisa fatos -- haja algo que desejo...

--- O quê? -- meu tom de voz é sutil, quase um sussurro confidente

--- Uma vida. Desejo uma vida.

--- Hum?-- franzo o cenho

--- Sinto falta daquela vida -- ele parece ainda mais distante -- meu irmão

  Se ele tem um irmão, pode ser que seja o mesmo de Mikey, então quer dizer que...

--- Ele morreu há algum tempo -- O capitão não se move enquanto fala, o que é perturbador -- assassinado. Era uma das únicas pessoas que eu realmente... realmente me importava, mas Mikey o tomou de mim, como sempre

--- Minhas condolências -- junto as mãos em frente ao corpo em sinal de oração -- que terrível! Quem o feriu deverá pagar

--- Quem o matou está andando, bebendo e comendo muito bem -- diz com desprezo -- a própria coroa que se coloca na cabeça de um homem desonesto carrega seu sangue

--- Está dizendo que a guarda o matou?

  Izana não responde mais, seu olhar está submerso em um sentimento que não consigo decifrar, este aperta o estofado de sua cadeira até que seus dedos fiquem brancos. O silêncio se estende e despretensiosamente deixo o espaço do diálogo se expandir, criando raízes fortes para que dê início ao meu plano, desvio meu olhar em direção às jóias do meu pulso