•𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 XLVII

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   Sentada em um barril de Rum, batuco meus dedos em ansiedade. Keisuke está logo abaixo de mim, no chão com as costas escoradas no mesmo objeto e uma mão apoiada sob a perna dobrada. Haviam nos colocado na sala de jogos como um espetáculo de julgamento, o qual Mikey e Draken saíram para discutir em particular.

--- Então vocês estão...namorando -- Indaga Chifuyu. O clima da sala é péssimo, todos estão em silêncio e à nossa volta em um meio círculo

--- Tipo isso -- Eu e o moreno respondemos em uníssono

--- E isso é da conta de quem? -- Keisuke volta a agir rispidamente como mecanismo de defesa

--- É que assim... não pretendiam contar pra gente? -- O loiro junta as mãos-- Eu pensei que eu fosse seu...seu melhor amigo -- a mágoa transborda do olhar do pequeno

Prendo o ar quando noto que ele está ferido.

--- Eu disse que isso ia acontecer em algum momento -- Kazutora conduz a sala a uma conversação absurda, como se todos estivessem aguardando um estopim

Ele se vira para os capitães que falam um sob o outro, em uma confusão que não resulta em nenhuma palavra entendível.

--- Eu que falei primeiro, cuzão -- Smiley aumenta o tom de voz

--- Ah, parabéns! Como se ninguém soubesse que esses dois se comiam com os olhos -- Pah coloca as mãos na cintura

--- Se tá de brincadeira, né? Eles brigavam mais que tudo! Puta que pariu

--- Eu apanhei por um bem maior -- Sanzu levanta a mão

--- Você ter apanhado não ajudou em nada -- alguém diz

Keisuke suspira profundamente irritado, ele procura meus olhos, apesar de não dizer é evidente que quer me questionar a respeito do sangue em meu nariz, e não quer perder tempo com isso.

--- Oe! Se vocês já acabaram, eu vou embora -- O moreno se levanta batendo a poeira da roupa

--- Baji, é melhor você esperar o Mikey e o -- Mitsuya tenta intervir

--- Senta aí, Baji -- O burburinho cessa quando a voz do vice-capitão se destaca na multidão

A tripulação encara as escadas, ele desce rapidamente com as mãos nos bolsos, o silêncio repentino faz o som de seus passos sob a superfície de madeira assemelharem-se à de um ceifador tenebroso, carregando um machado para a minha execução. O som do meu coração fica tão alto que consigo ouvi-lo batucando em meus tímpanos, sinto um desejo incontrolável da morte. Meu peito queima enquanto entrelaço minhas mãos, suando frio.

Keisuke cruza os braços.

--- Já chega dessa barulheira do caralho -- O loiro suspira. -- aqui parece a merda de um galinheiro

Mikey desce logo atrás em passos barulhentos, dando pausas demoradas a cada degrau, um pé após o outro em um estalo amedontrador e dramático. Minha visão fica turva

É isso, Heijy. Acabou! era, serei expulsa do navio, quem sabe presa e abandonada em uma ilha qualquer? Qual será a sentença para algo assim? Estou tão apavorada que mal consigo me expressar verdadeiramente.

𝑭𝑨𝑰𝑹𝒀𝑻𝑨𝑳𝑬🦋 | • 𝓑𝓪𝓳𝓲 𝓚𝓮𝓲𝓼𝓾𝓴𝓮Onde histórias criam vida. Descubra agora