•𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 LVI

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--- Como assim?-- indago assustada

--- Olha a sua cara -- ela ri -- ficou assustado?

--- Óbvio que sim. Eu sempre acabo sendo culpado das coisas -- Nesse caso, realmente tenho culpa.

--- Não seja tão pessimista -- ela da toquinhos em meu ombro

--- Você está me assustando -- Franzo o cenho -- nunca achei que preferiria a Venom maluca prestes a arrancar a minha cabeça fora com a própria mão.

--- As vezes você precisa jogar o verde para colher maduro.

--- Quem me dera se eu tivesse maduro -- acabo arrancando uma risada sincera dela

--- É. Isso mesmo. Quem dera... -- murmura apertando meu ombro enquanto olha nos meus olhos -- Acho que não seria tão difícil encontrar caso alguém estivesse usando-os

--- Ah, é? E por quê?

--- Porque nós do povo do mar, temos ligação direta com a Magia da deusa Mimi, sentimos imediatamente.

  Por um momento engulo em seco, mas recupero rapidamente sem que ela perceba, solto o ar mais lentamente controlando minha respiração. É óbvio que é um blefe, na realidade, não tão óbvio assim. Venom é inteligente e manipuladora, além de intimidadora, seus jogos de palavras insinuam que eu esteja escondendo algo, não porque ela sabe, mas porque ela suspeita.

A começar que se de fato sentisse a magia, eu teria sido pega no momento em que me aproximei, ela não deixaria barato. Ninguém deixaria.

--- Que pena para o portador -- sorrio por fim aliviada

--- Verdade, verdade -- ela acaricia meu ombro e então se afasta sem olhar para trás, em passos tão silenciosos e fluídos quanto as ondas do mar.

Faço o mesmo, no entanto um pouco mais pensativa. A tripulação se diverte, rindo e dançando como se não houvessem problemas no mundo, olho novamente para o horizonte, mas a baleia não está mais lá, nada parece estar mais lá, a forte pulsação em meu peito prevê um bilhão de emoções seguintes: a ansiedade, a necessidade da libertação, liberdade de algo, liberdade da alma, a qual se encontra presa em um minúsculo suspiro de desespero, espalhando por todo o corpo como uma infecção, vendado com panos macios, onde caminho descalça sob o vale de pontiagudos traumas.

Belas palavras para descrever um único e singelo sentimento: medo.

Talvez eu esteja perdida, me afogando no meio do oceano completamente sozinha, mas sigo fingindo que terei forças o suficiente para nadar, afinal o que será do ser humano sem um sonho?

Caminho devagar até me juntar novamente a tripulação, Emma vem correndo e praticamente salta em cima de mim. Ela está animadinha, provavelmente sob efeito alcoólico, sorrindo sem se importar com mais nada

--- Caspian! -- me puxa enquanto dança -- Caspian, vamos dançar

--- Mulher... quanto você bebeu? -- sorrio

--- Eu?-- abro e fecho a boca

--- Nós três -- Hina sorri animada

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⏰ Última atualização: Dec 19, 2023 ⏰

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