Capitulo 10: Dia 3' Canecas

210 30 69
                                    

1. Fox Tower - dormitórios - 03:00

Neil.

- Andrew? - Neil sussurra

...

- Andrew? Você está dormindo? - pergunto novamente

- O que você acha? - pergunta uma voz rouca e abafada por, o que suponho ser uma almofada, vindo de cima.

- Que você não é sonâmbulo? - Quase consigo ouvir os olhos de Andrew revirando, ou a curva na sobramcelha. Passará tanto tempo desde que toda essa loucura começou que eu já tinha decorado as expressões faciais de Andrew, não muito variadas.

Mas ao mesmo tempo a vida de Neil vivia em função de achar Kevin, e isso é o mais próximo de viver algo desde o seu desaparecimento.
Não que me arrependa. Faria de novo. Desistiria de tudo denovo. Por Kevin, mesmo que ele não faça o mesmo por mim. Ele não precisa fazer.

- Você me acordou para te ouvir pensar? - Pela voz Andrew parecia indignado, eu não pude evitar rir

- Quero bolo - Falo.

- Não. - Andrew é rápido em responder, são três da manhã.

- Mas Andrew-

- Não.

- Um bolo só - choramingar não era meu forte mas eu só queria bolo, e nem sei que bolo quero.

- Não.

- Andrew-

- Eu te odeio. - Andrew fala mas ouço o barulho dos lençóis mechendo.

2. Fox Tower - Cozinha - 03:16

Andrew.

- Eu vou arrancar o seu fémur fora. - Aviso.

- É claro que você vai - Sorri como se soubesse que o que eu digo é mentira, e é mas não era suposto ele saber. Odeio que ele saiba. - Duas canecas?

- Bolo de caneca conhece? - pergunto, tédio para dizer o mínimo, devia estar a dormir.

- Nunca fiz.

- Coitadinho do menino - Falo e me viro em duração à bancada.

As coisas estão em fila de ordem de colocação, aprendi a cozinhar com Bee quando o vagabundo do Luther bebia demais e só o bolo de caneca ajudava com a ressaca.

- Isso não parece saudável - pensei em dizer como ele parecia com o irmão agora, mas não era um assunto bom.

- Foi você que pediu a merda do bolo, o que você esperava? Bolo feito de farinha e alface com esperma de boi como cobertura? - Falo cínico e ele ri.

Neil rindo era algo confuso. Fazia algo no meu estômago, algo perto de não ser um nada. E Andrew não gosta do que não é nada.

Ele ignora o frio na barriga e joga um pote de chocolate em pó na cara de Neil.

- Atirar coisas as pessoas é seu mecanismo de defesa? - Neil vira um sorriso irónico que corta seu rosto em algo bonito, ele não tinha esse direito - Primeiro a faca, depois as canetas e agora chocolate. Começo a achar que você quer pedir a minha mão em casamento e não sabe como.

- Eu ainda posso voltar com as facas. - Ameaço, ele ri novamente. odeio como não me leva a sério, odeio como o seu riso é bom.

- Tudo bem então. Mãos na massa ne? - Neil diz alegremente e eu faço uma careta para todo esse cenário doméstico que é Neil Abram Josten com as mãos em farinha e fermento.

- Nunca mais diga isso. - Ele ri... Denovo.

Reprimo a minha vontade de o beijar sem sentido para o fundo da minha mente.

Young Summer Blood - All For The gameOnde histórias criam vida. Descubra agora