Young Summer Blood - All For The game

Capítulo 14: Uma cabeça por outra.

⚠️- Transtorno Alimentar.

1. ??? - ??? - ???

A porta se abre com tanta força que eu juro que uma avalanche vem em seguida.

Uma avalanche de perfume, o barulho de pulseiras e botas barulhentas.

Allison.

- Não temos tempo eu deixei a porta do meu quarto aberta, usamos a janela. A11. - ela fala como se eu devesse entender.

- Neil - Andrew fala - Allison trabalha para os Corvos.

- Trabalhava - corrige.

- Ela veio até mim quando você desapareceu, ela me disse onde você estava e ela vai te levar para fora daqui.

- Me levar? E você? - pergunto, porque Allison estava com Riko? Ela leu as cartas que ele me mandava? Ela planeou o sequestro junto com ele? Como ela sabia onde eu estava? E ela simplesmente mudou de lado? A minha cabeça estava tentando não ver aquilo como uma traição.

Eu me lembro das conversas que tínhamos, das compras absurdas de roupa, ela tentando me mostrar cultura pop e quase nos matando com a condução de seu Lamborghini rosa choque. Tudo mentira?

- Eu não saio daqui sem o meu irmão - Andrew fala.

- Nem eu sem o meu! - Refilo mais alto que o necessário.

- Neil não torne isso mais difícil do que tem de ser... - Allison tenta, os olhos em direção a porta, sempre tão complacente, eu realmente a conheço?

- Eu fiz uma promessa a Kevin também, quando eu sair daqui trago ele arrastado junto comigo. - Andrew fala sério, eu consigo ver as palavras nas entrelinhas «Prometo».

Andrew e promessas. Ele esta me segurando firme na nuca para ter a certeza que entendi, quando aceno com a cabeça ele me solta.

Allison pega no meu pulso e saí na direção oposta a de Andrew, algo se aperta com a perda mas ignoro o máximo que posso.

- Entra aqui e faça silêncio - Nos levou a um corredor de portas e entrou em uma delas, um quarto. - meu quarto é no resto chão iremos sair pela janela.

Allison não espera eu responder antes de puxar o trinco e tudo se fechar.

- Isso era suposto acontecer? - pergunta um pouco mais em pânico do que quero admitir, ela me olha como se eu fosse estúpido.

- Corre - ela pega no meu pulso, e isso está se tornando comum demais, arrasta até um outro corredor, outro, outro e outro. Vejo portas de madeira velhas e quadros sinistros. Ela me leva para o que parece ser uma dispensa no meio de um refeitório.
- Vamos ficar aqui até há noite, quando tiverem a dormir vamos buscar as chaves há sala principal. Pelo menos temos comida

Seriamente? Eu não ia ficar trancado em uma dispensa com Allison enquanto Andrew andava a por a sua cabeça em risco por aí.

Suspirei.
- Porquê?

- Acabei de te explicar o porquê - Allison olha para mim como se eu fosse uma pedra no seu sapato. Ainda somos os mesmos?

- Não, eu quiz dizer... Porquê? Os corvos tudo isso, você é rica certo? - Allison desvia o olhar, se não a conhecesse diria que estava envergonhada.

- Meus pais queria que eu fosse modelo, e eu queria ser aquela que vestia as modelos, nunca nos demos bem por isso, mas tentei agradar a maior parte da minha vida. As agências de modelos são rigidas com o padrão. Magras muito magras. Dietas. Eu tentava acompanhar mas entrei em um loop de encher a barriga de água e vomitar as couves de Bruxelas. Eu achava que não era fina o suficiente mesmo quando se viam os ossos, palida até demais. Não havia volta, eu tinha um transtorno alimentar e não importava os meus pais, amigos, agentes ou o caralho que fosse dizendo palavras motivacionais de merda a achar que mudaria alguma coisa "Nós te amamos", "Mas você é tão linda", "Eu queria ser você", "Você é tão magra", "Sinto muito"... pois eu também sinto. Quanto mais diziam que eu era magra mais me incentivaram a continuar assim e eu não queria isso, o meu sobcosciente sabia que eu não devia, eu estava ciente de que tinha um problema e só me fazia sentir mais culpada a cada vomitada, a cada copo de água ou qualquer outra mistura estranha.

- O que você fez? - Eu sabia como isso terminava, descontentamento, raiva e dor não são uma boa combinação.

- Eu queria mais, mais para o meu futuro, mais para a minha carreira, mais para mim mesma. Saí da agência e fui para a faculdade de moda com a minha última mesada, os meus pais pararam de me dar apoio financeiro depois disso. Não tinha dinheiro para um psiquiatra, nem ao menos para comer, Riko prometeu-me um teto, comida e saúde. Eu não tinha dinheiro para pagar o remédio então assinei a merda do contrato.

Todos acabaram assim...
Riko. Ele espera a vulnerabilidade, ele se aproveita disso, ele lucra com isso. Como uma sanguessuga.

- Não há maneira de acabar com o contrato?

- Só se a empresa fosse a falência ou o manda chuva fosse morto. - ela deu de ombros, mas parecia tão desconfortável quanto.

O silêncio durou demasiado tempo, não havia nada a dizer. Não tentei fazê-la sentir-se melhor, não era algo confortável no momento.

O tempo passou e mesmo depois de horas, semanas ou dias inconsciente o sono voltou.

Olhei para o lado, Allison estava encostada na parede com os olhos fechados, pestanas tocando o rosto, peito descendo e subindo. Adormeci com a visão.

Acordei com dores no pescoço, não tive tempo para me sentir dolorido antes de ouvir um tiro do lado de fora. Me senti como se estivesse no cruzeiro novamente, onde tudo isso começou.

Continua....

- Revisado.

-As minhas aulas voltaram então vai ser difícil postar, acho que irei postar um domingo sim e um domingo não.

- Esta quase chegando ao fim. :(

- Até domingo, votem se quiserem ficaria feliz 💕🌼