Algumas semanas haviam se passado, Hayato mal via Yumi e quando a via, eles só se cumprimentavam de longe e de forma rápida, foi naquela manhã que se encontraram no refeitório e que a mais velha decidiu se sentar com ele.
— Me passa o seu número. — Entregou o celular para o garoto, com a tela já desbloqueada.
— Yumi? — Yoki a encarou com os olhos arregalados.
— O quê? — Olhou em direção a amiga, não entendendo a reação dela. — Se ele precisar de alguma ajuda, pode me chamar que eu ajudo, ué.
— Senpai? — Hayato também tinha os olhos arregalados, olhava de uma garota para a outra. — Eu não vou acabar te atrapalhando?
— Nem um pouco, posso acabar demorando um tempo pra responder por causa do ritmo da faculdade, mas não quer dizer que não vou responder. — Yumi afirmou de leve com a cabeça, sorrindo fofa para ele. — O que me diz, Hayato Yoshida?
— Tudo... Bem... — Ele afirmou com a cabeça também, anotando o próprio número no telefone dela.
— Você tem que pegar o pudim, hoje 'tá fora do normal, Haya-chan! — Iori praticamente se jogou ao lado do garoto, encarando a prima do outro lado da mesa. — Olha se não é a favorita da escola falando com os pobres coitados.
— Olha se não é o garoto que tem o nome contrário ao rosto. — Mostrou a língua para o garoto, revirando os olhos.
— Ei! Eu sou muito bonito, ok? Você só não sabe apreciar a beleza alheia. — Encolheu de leve os ombros, resmungando ao sentir o gosto do pudim se espalhar por sua boca.
— É bem isso mesmo, Iori, pode acreditar. — Hayato colocou uma das mãos sobre o ombro dele, dando alguns tapinhas ali.
— Você 'tá sendo irônico com o seu único amigo aqui? — Fingiu estar chateado, colocando a mão sobre o peito.
Quem estava ali não conseguiu segurar a risada, fazendo com que Iori encarasse todos eles com os olhos semicerrados, não esperava aquilo de seus amigos.
— Mas então, qual a razão da sua ilustre visita, Yamazaki-san? — Colocou ambas as mãos atrás da cabeça enquanto via Hayato ir em direção a fila, provavelmente pegaria o pudim.
— Nada demais.
— Yumi passou o número do celular dela pro garoto seu amigo. — Yoki falou de forma baixa, não perderia a chance de zoar a amiga, se encolhendo ao levar um tapa em sua cabeça. — O que foi isso?
— Você mereceu. — Encolheu de leve os ombros, olhando para o primo. — Na verdade, ele me passou o número dele.
— Porque você pediu.
— E qual o problema nisso? — Yumi olhou na direção da melhor amiga, o queixo apoiado sobre a mão enquanto observava o garoto na fila.
— Ami! — Iori ergueu a mão assim que avistou a garota. — Senta aqui com a gente.
— Não enche, Watanabe. — Revirou seus olhos ao perceber quem estava sentada ali, então seguindo seu caminho até a mesa mais distante.
— Você ainda tenta se aproximar dela? — Yoki soltou uma risadinha, cutucando o prato da amiga com seu ohashi.
— O que eu posso fazer se sinto falta do trio?
— Que trio? — Hayato colocou três potinhos com pudim na mesa, entregando um para cada garota e ficando com o último.
— Eu, Yumi e Ami, a gente costumava morar no mesmo condomínio. — Iori tentou pegar o potinho de pudim da mais velha, levando um tapa sobre as costas de sua mão, o que o fez fazer uma careta de desgosto. — Isso até a família da Yumi se mudar, aí ficamos eu e a Ami mas ela acabou se afastando quando entramos no último ano do ensino fundamental.
— Não sabia que eram próximos assim... — O garoto arrumou os óculos sobre a ponte de seu nariz.
— Iori e Yumi são primos. — Yoki respondeu antes que qualquer um dos dois respondesse. — Você não percebeu pelos olhos deles?
— São a única coisa que tenho em comum com essa menina aí. — Apontou para ela com a ponta do nariz, fingindo ainda estar chateado com a garota.
— E a inteligência também, ou você acha que isso não faz, pelo menos um pouco, parte dos nossos genes compartilhados?
— Prefiro acreditar que não. — Iori encolheu de leve os ombros, o que arrancou um acesso de risos de Yumi, sabia que ele só estava fazendo drama.
Quando o sinal para o retorno para as salas tocou, o quarteto seguiu até a sala do segundo ano, depois Yumi e Yoki foram até a sua sala, teriam aula de matemática, pelo menos era o que tinham avisado no grupo da sala logo que o primeiro sinal havia tocado, era interessante como a professora de inglês cedia facilmente as suas aulas para outros professores, Yamazaki sabia que não era por achar que sua matéria não fosse tão importante, e sim porque tinha noção que, algumas vezes, a pessoa teria algum compromisso que a impediria de dar aula naquele horário e não queria deixar os alunos sem receber aquela parcela de conteúdo, era o que a própria professora fazia quando tinha algo para fazer no horário de suas aulas, assim também não iriam precisar repor a aula que haviam perdido, evitando que os alunos tivessem que ir ao colégio em algum horário fora do padrão.
[...]
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Ah, meu primeiro amor...
RomanceO que uma mudança de escola nos seus últimos anos de ensino médio pode trazer de bom? Início: 25/07/2022. Fim: 12/08/2022.