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          Iori já havia levantado e sentado algumas vezes enquanto esperava pelos garotos, até que uma ideia surgiu em sua cabeça, o que o fez levantar em um salto.

— E se a gente saísse pra ir em alguma balada? — Iori passou os braços pelo pescoço de Ami e Yumi, as duas estavam bem mais próximas desde a festa de ano novo, o que era um ótimo sinal porque parecia que amizade entre elas estava voltando com tudo.

— Você sabe que eu não gosto muito de balada... — Ami revirou os olhos em resposta, fazendo com que o garoto tirasse seu braço dos seus ombros. — Eu passo!

— E se eu conseguir convencer o Haya-chan a ir com a gente?

— A minha resposta vai continuar sendo a mesma, não vai ser o Yoshida que vai me fazer mudar de ideia. — Estalou a língua no céu da boca, cruzando os braços em seguida, agora que o nome dele havia sido citado poderia até pensar em ir, queria ver como ele se comportaria em um lugar como aquele.

— Achei que poderia já que você costumava perseguir ele durante o ensino médio. — Iori encolheu de leve os ombros, então olhando para a mais velha. — Você vai, né?

— Com certeza, e ainda arrasto a Yoki junto comigo nem que seja pelo cabelo. — Yumi soltou uma breve gargalhada, observando o primo mais novo.

— Beleza, agora eu só preciso convencer aqueles dois nerds que amam o casulo deles. — Apontou em direção aos garotos que vinham em direção a eles, haviam marcado de almoçar todos juntos naquele dia.

— Por que eu sinto que vocês estavam falando da gente? — Hayato pontuou assim que se aproximaram, encarando todos ali.

— Deu pra achar que o mundo gira em torno de vocês, cabeçudo? — Ami o encarou com sua típica cara de paisagem, era como se estivesse desdenhando qualquer pessoa ali presente.

— Não, mas eu vi um dedo apontado na minha direção, então... — Encolheu os ombros em resposta.

— Estavam chamando você e o Hidetaka de nerds encapsulados. — Olhou as unhas da mão como se procurasse por algum defeito nelas, encarando o rapaz em seguida.

— Encapsulados não, presos em casulos! — Yumi acabou por soltar uma gargalhada, a expressão de confusão no rosto de Hayato era impagável.

— De onde vocês tiraram isso?

— Foi o Iori! — Apontou em direção ao mais alto.

— É ótima a sensação de ser traído pela sua própria família, confiem. — Colocou ambas as mãos sobre o peito, uma expressão de mágoa tomando conta de todo seu rosto.

— E por que chegaram nesse assunto?

— Eu chamei as duas pra ir numa balada...

— Aí ele disse que ia chamar você por causa da Ami. — Yumi se escondeu atrás de Hayato após ser fulminada com os olhos de ambos. — A Ami disse que não iria por sua causa, o que eu acho uma mentira das grandes, e depois ele falou que teria que tirar vocês dois do casulo.

— E quem disse que eu quero que me tirem do casulo? — Hidetaka cruzou os braços, fingindo estar bravo com os três. — A pessoa acertou, cara! Eu realmente preciso sentir mais da vibe de Tóquio.

— Sempre soube que você era da noite. — Iori fez um toque de mãos com o rapaz, em comemoração ao que ele havia respondido a ideia de irem a uma balada.

— Eu sempre fui, só não perceberam porque sei fingir. — Fingiu jogar o cabelo tal qual uma patricinha convencida.

— E você vai? — Watanabe encarou Yoshida, o vendo dar de ombros, o que fez com que seus ombros caíssem por causa do desânimo causado. — Sério, eu não sei porque eu tento!

— Porque você ama demais esse nerd dentro de um casulo. — Esfregou o topo da cabeça dele com os nós dos dedos, rindo ao ver o garoto se debatendo para sair da situação.

— Nunca amei, 'tá viajando na maionese já. — Mostrou a língua quando finalmente conseguiu se soltar, ajeitando a roupa em seu corpo. — Você tem que curtir mais a vida, aproveitar as coisas sem ser só do seu jeito, que tipo de história vai contar pros seus filhos se ficar trancado em casa o tempo todo?

— E ir em uma balada vai me trazer que tipo de experiência?

— A noite é uma criança, nunca se sabe. — Hidetaka olhou em direção a ele, com aquela cara de quem sabia das coisas que podem acontecer em noitadas. — Você que tem que saber agora, bora embarcar numa aventura ainda mais doida do que sair da nossa cidade pra morar em Tóquio sozinhos?

— Eu fiquei foi com medo. — Abriu um sorriso forçado, quem o conhecia sabia que aquele sorriso escondia o medo das coisas saírem muito de seu controle.

— Você vai ver que vai ser bom. — Iori passou um dos braços pelo pescoço dele. — Se não gostar, eu nunca mais te chamo.

— 'Tá bom!

          Hayato foi convencido pelo argumento de que nunca mais seria chamado para sair para dançar caso não gostasse daquilo, o que tinha quase certeza que aconteceria porque ele não sabia dançar, e com certeza passaria vergonha se tentasse no meio de tantas pessoas.

[...]

Ah, meu primeiro amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora