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          Quando Iori finalizou a inscrição era quase noite, por isso decidiram ligar para Yumi, perguntando se o convite ainda estava de pé e quando receberam a resposta positiva quase saíram correndo de felicidade, praticamente esquecendo de pedir onde deveriam se encontrar, por sorte a mais velha lembrou que precisavam de um ponto de encontro.

— Agora eu entendi o mistério com as cores do cabelo. — Estalou a língua no céu da boca, observando a prima. — Azul combina com você mais do que eu imaginei que combinaria.

— Obrigada, mas agora 'tá começando a desbotar. — Yumi afirmou de leve com a cabeça, olhando as pontas dos cabelos pelo reflexo na janela. — Era um azul bem mais forte do que esse.

— E por que não pensa em deixar nesse tom?

— Gosto quando as cores estão mais escuras do que o normal. — Olhou em direção a Iori, franzindo a testa quando reparou no garoto com os cabelos longos. — Acho que não conheço você.

— Nunca nos vimos, mas eu sei quem você é. — Hidetaka soltou uma risada baixinha ao ver a expressão ainda mais confusa no rosto de Yumi. — Hidetaka Kobayashi, melhor amigo do Hayato desde o Jardim de Infância.

— Como?

— Como o quê? — Yoshida engoliu a seco, imaginava o motivo da pergunta e não tinha a mínima vontade de responder.

— Como seu amigo sabe de mim mas eu não sei nada dele? — Yumi se virou em direção do mais novo, o encarando.

— Iori e Hayato falam bastante de você, nada muito uau. — Encolheu de leve os ombros, queria mesmo era falar que o melhor amigo não conseguia passar um dia sem falar dela, mas sabia as consequências que isso traria para ele.

— Aposto que Iori vive falando mal de mim. — Yumi estalou a língua no céu da boca, agora observando Hidetaka, que conversava com ela.

— Será que eu deveria começar a fazer isso de verdade? — Ergueu uma de suas sobrancelhas enquanto encarava a mais velha, revirando os olhos em resposta.

— Jamais!

— Ele nunca falou mal de você, pelo contrário, fala muito bem. — Hidetaka afirmou com a cabeça algumas vezes, rindo ao ter o braço socado pelo amigo. — O quê?

— Não pode sair contando o segredo dos outros dessa forma. — Mostrou a língua para o garoto, fazendo uma careta em seguida.

— E deixar a pessoa pensar coisa errada pode?

— Quando é ela, pode. — Encolheu de leve os ombros.

— E você acha justo? — O garoto de cabelos longos encarou o outro, os olhos marcantes praticamente vidrados nele.

— Você é chato demais, nossa.

— Que tal os dois pararem com esse assunto? — Hayato olhou para ambos, negando com a cabeça algumas vezes.

— Eu não entendi como chegaram nesse assunto até agora. — Yumi soltou uma risada baixinha, encolhendo de leve os ombros.

— Esse assunto não foi o mais complexo e aleatório que eles já começaram do nada, eles já falaram até sobre abdução de vacas.

— Não brinca! — Acabou por soltar uma gargalhada, dando um tapinha na mesa por causa da risada.

— Eles são malucos, sério mesmo. — Encolheu de leve os ombros, olhando os amigos.

— Isso é mentira! — Ambos os garotos protestaram.

          Hayato encolheu os ombros mais uma vez, sabia que eles não parariam de tentar refutar o que havia falado e por isso deixou daquele jeito.
          O quarteto terminou de comer e decidiu dar uma explorada nos arredores das faculdades durante o restante da noite, já que o ônibus só sairia na manhã seguinte, o que foi bastante produtivo porque tinham Yumi para os guiar pelas ruas dali.

[...]

Ah, meu primeiro amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora