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          Estavam os três sentados em um dos bancos em um parque aleatório, Hayato estudava luminosidade enquanto Hidetaka aproveitava para estudar expressões, Iori só estava ali para fazer companhia para os dois, era melhor do que ficar trancado dentro do dormitório ouvindo um de seus colegas gritar por causa de jogos.

— Você sabe que a Yumi se forma em, tipo, 3 meses, né? — Watanabe perguntou.

— Oi?

— Não me diga que você simplesmente esqueceu que a Yumi é um ano mais velha que a gente... — Deu um tapa em sua própria testa, negando com a cabeça algumas vezes.

— Não foi bem dessa parte que eu esqueci...

— Esqueceu que o curso é de curta duração, né? — Hidetaka olhou para o amigo com o canto dos olhos.

— Sim...

— A lerdeza meu pai.

— Seu pai não tem nada a ver com isso. — Mostrou a língua para o amigo. — Eu simplesmente perdi o controle do tempo e nem reparei que logo ela sai daqui.

— Isso se ela não decidir fazer o mesmo curso que você e o Hide-chan, porque ela quer sempre ser a melhor em tudo o que faz, e viu que precisa estudar mais a parte artística se quiser que prestem atenção nela.

— Iria ser ótimo ter ela como caloura, imagina a Yumi te chamando de senpai, Haya-san? — Hidetaka falou como uma criança animada, dando alguns pulinhos.

— Eu acho que me sentiria estranho, essa troca de papéis... — Parecia que um calafrio havia se arrastado por todo o corpo de Hayato ao imaginar aquela possibilidade.

— Você é um frescurento do caralho, sabe quantos rapazes adorariam ter a Yumi os chamando de senpai? — Apoiou ambas as mãos nos ombros do amigo, o fulminando com os olhos.

— Dá pra imaginar que é uma quantia bastante grande, mas acho que me acostumei tanto com o fato de ser mais novo que seria estranho mudar a forma de tratamento com ela.

— Ai eu desisto desse cara, numa boa, cansei! — Jogou ambas as mãos para o ar, como se demonstrasse que estava mesmo desistindo dele.

— Hayato não sabe aproveitar as chances que a vida pode dar pra ele, tadinho. — Iori negou com a cabeça algumas vezes, estalando a língua no céu da boca. — O que eu não daria pra ser chamado de senpai por alguém que eu tenho interesse.

— Pede pra Ami te chamar assim pra você ver o tapão que ela daria bem no meio da sua fuça. — Yoshida soltou uma gargalhada, observando o garoto fazer uma careta estranha.

— Eu sei que já disse isso antes, mas eu deixaria ela pisar em mim quantas vezes ela quisesse. — Hidetaka suspirou como se estivesse imaginando a cena.

— Você tem problemas, sério mesmo. — Iori arregalou os olhos enquanto observava o garoto um tanto assustado, negando com a cabeça diversas vezes para tentar evitar pensar a respeito da cena.

— Gosto de garotas com o gênio forte, não é minha culpa. — Encolheu de leve os ombros, rindo baixinho em seguida. — E você nem pode falar muito, visto que tem um penhasco pela Ami.

— Eu não tenho penhasco nenhum pela Ami, é pura saudade do tempo que a gente era criança e vivia grudado, nada além disso.

— Aham, 'tá bom, senta lá. — Hayato e Hidetaka falaram no mesmo momento e com a mesma entonação, caindo na gargalhada em seguida.

          Iori revirou seus olhos em resposta, mantendo a expressão incomodada em seu rosto até o momento que um dos meninos falou alguma coisa sem nexo nenhum com o assunto anterior, o que o fez rir por causa da mudança súbita de assunto.

[...]

Ah, meu primeiro amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora