Finalmente o dia de realizarem as suas matrículas havia chego, Hayato e Hidetaka não paravam de falar sobre como estavam animados a respeito de seus cursos, enquanto Iori apenas resmungava que não aguentava mais ouvir os dois falando sobre a mesma coisa o tempo todo
— Para de reclamar, você 'tava falando do seu curso até agora a pouco.
— Eu 'tava falando com as janelas desse ônibus.
— Mentira sua, eu ouvi você com toda a minha atenção. — Hayato virou quase todo o corpo em direção ao amigo, mostrando a língua pra ele.
— Só você, porque o Kobayashi só faltou bocejar de tão entediado que ficou.
— Desculpa se o sono bateu bem no meio do seu monólogo sobre comunicação internacional, Watanabe-san. — Hidetaka falou com uma voz fina e irritante, tendo como resposta uma revirada de olhos por parte de Iori.
— Vou bocejar quando você falar das técnicas pra colorir as paisagens pra ver se aprende. — Deu um leve tapa na cabeça do menor, cruzando os braços e se ajeitando na poltrona do ônibus. — Vai ver só.
— Cão que ladra não morde. — Hayato encolheu de leve os ombros, sentindo os olhos do outro pousarem sobre si enquanto tentava suprimir a risada, não queria incomodar as outras pessoas.
— Tch, outro chato. — Iori revirou os olhos pouco antes de encarar a paisagem que passava bem diante dos seus olhos.
— Só um pouquinho. — Hidetaka fez o sinal de pouco com os dedos, rindo por causa da reação do garoto ao gesto.
— Vocês são mesmo insuportáveis. — Mostrou a língua, fazendo uma expressão de nojo logo em seguida.
— Você ama a gente mesmo assim, para de ser falso. — Hayato se virou em direção ao garoto, levantando um pouco o corpo para conseguir dar um peteleco na testa dele.
— Posso saber por que eu fui estapeado? — Falou depois de resmungar pela dor causada, esfregando a região acertada com força.
— Isso mal foi um peteleco, imagina um tapa. — Revirou os olhos, voltando a se sentar de maneira certa antes que levasse uma advertência por mau comportamento por estar virado para trás.
— Qualquer forma que possa ter sido usada para infligir dor em mim pode ser considerada um tapa, se não gostou, briga com meu advogado. — Iori empinou o nariz, segurando uma risadinha o máximo que pôde, explodindo em gargalhadas pouco depois.
— Vocês três aí atrás, por favor, façam silêncio. — Uma senhora que se encontrava sentada mais a frente falou, colocando o dedo indicador sobre seus lábios como uma maneira para silenciar os garotos que tanto falavam.
— Eu falei pra ficarem quietos. — Hidetaka revirou os olhos, se ajeitando em sua poltrona para ver se conseguiria dormir pelo menos um pouco, estava cansado por causa das semanas que tinham passado, não aguentava mais correr de um lado para o outro tentando resolver tudo o que precisava ser resolvido antes do final das aulas.
Hayato e Iori se encararam pelo vão entre as duas poltronas, encolhendo seus ombros ao mesmo tempo em resposta ao que o baterista havia falado, não era como se ele tivesse ficado quieto durante todo o trajeto que já haviam percorrido até o momento.
Yoshida ficou observando a paisagem que passava diante seus olhos por um bom tempo, pensando se deveria seguir o que seu coração mandava ou se deveria ao menos tentar fazer o que seu pai queria que fizesse, era uma decisão difícil de ser tomada porque tinha quase certeza que se arrependeria se parasse de seguir seu coração, mas não gostava da sensação de nem ao menos tentar, queria saber com certeza que jogos, apesar de serem um de seus passatempos favoritos, não faziam parte do seu emprego dos sonhos, era a última coisa que queria, unir o motivo de seus gritos raivosos por causa de algo perdido com a razão de seus surtos por não conseguir ajeitar o que precisava ajeitar não parecia algo promissor, mas, e se acabasse por descobrir que na verdade aquilo sempre fora sua paixão? "É impossível algo assim acontecer, né? Descobrir que na verdade a minha grande vocação é criar jogos tão inusitados quanto os que gostava de jogar e não a de criar histórias que prendam meus leitores do começo ao fim... Isso é assustador!"
Hayato negou com a cabeça algumas vezes, a ideia que passava por sua cabeça era muito perturbadora para ele, não queria mais pensar naquele assunto, pelo menos não até pisar no campus da faculdade que havia escolhido. Ele ficou mais um tempo encarando a paisagem, pegando no sono pouco depois de virar o rosto na direção contrária as imagens, também estava cansado por causa das últimas semanas, tudo havia se tornado caótico de alguma forma.[...]
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Ah, meu primeiro amor...
RomanceO que uma mudança de escola nos seus últimos anos de ensino médio pode trazer de bom? Início: 25/07/2022. Fim: 12/08/2022.