Ah, meu primeiro amor...

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          Yumi estava tirando algumas fotos com os colegas de turma quando percebeu que Hayato havia sumido, desde o dia em que se declarou para o garoto mal conseguia falar com ele, parecia sempre que estava sendo evitada e as desculpas que ele dava deixavam claro que ela era a última pessoa que ele queria ver.
          O rapaz havia ido buscar a sacolinha decorada na biblioteca e quando voltou percebeu que seus amigos se encontravam todos reunidos para tirar as fotos com Yumi, ela estava radiante, Hayato deixou a sacolinha em um canto dali e se enfiou em um canto qualquer quando viu Ami o chamar com a mão de forma violenta, como se ele estivesse atrasado para algo, o que provavelmente estava já que havia demorado um pouco mais do que pretendia para pegar o presente.
          Quando a sessão de fotos e cumprimentos ao pessoal que estava presente chegou ao fim Hayato já havia desistido da ideia de entregar o presente pelo menos dez vezes, estava nervoso porque não sabia se ela gostaria de algo como aquilo, não fazia ideia de como ela reagiria e se ela não fosse fã de coisas tão românticas?

— Viu um fantasma? — Yumi falou assim que percebeu a expressão um tanto assustada no rosto do mais novo.

— N-Não... — Mordeu o lábio inferior por dentro algumas vezes. — Eu só 'tava aqui pensando...

— Em quê?

— No que me falou umas semanas atrás... — Olhou para os próprios pés. — Será que podemos ir pra um lugar mais afastado?

          Yumi afirmou com a cabeça algumas vezes, estranhando um pouco o nervosismo dele e então o levou para uma parte mais afastada de todo o tumulto causado pela formatura das turmas mais antigas, assim que chegaram ao local sentaram-se em um canto dali.

— Então?

— Quero entregar isso pra você. — Colocou a cópia do mangá sobre o colo da garota. — Espero que goste...

           A mais velha ficou um tempo tentando entender o conceito do mangá apenas olhando a capa, arregalando os olhos ao perceber que havia o nome de Hayato colocado em um ponto estratégico, como se ele tivesse produzido a obra.

— É um mangá feito todo por mim...

— Haya-chan! — Falou de maneira animada, a princípio pensou ser uma obra que seria lançada em breve, mas à medida que foi lendo percebeu que se tratava da história deles, pelos olhos do rapaz e não como havia imaginado que tinha sido, jamais havia passado por sua cabeça que ele gostava dela desde a época do ensino médio e que desde o começo quis se aproximar mais dela. Ao terminar de ler todo o mangá, o que levou algum tempo, eles tinham todo o tempo do mundo, seus olhos estavam marejados, seu corpo tomado por diversas sensações diferentes. — Você realmente quer tentar algo comigo?

— De acordo com o Hidetaka desde o dia que botei meus olhos em você, mas eu era burro demais pra perceber... — Sentiu suas bochechas esquentarem, seus olhos se tornando arregalados ao sentir os braços da garota ao redor de seu pescoço, sendo contagiado pela risada que ela havia dado.

— Se você 'tá disposto a tentar, eu também 'tô! — Um grande sorriso surgiu nos lábios dela.

          Eles ficaram ali, se encarando por um tempo até que seus rostos foram se aproximando de forma lenta e quando estavam quase se beijando ouviram seus nomes serem chamados, ou melhor dizendo, gritados. Isso fez com que os dois se afastassem de forma abrupta, com as bochechas rosadas devido a vergonha.

— Finalmente!

— Vocês sabem a tortura que foi pra achar vocês dois? — Yoki revirou os olhos, o campus era grande demais e dificultava o processo de achar pessoas nele.

— E quem foi que disse que a gente queria ser achado? — Hayato ergueu uma de suas sobrancelhas, observando todos que estavam ali, estranhando o fato de Hidetaka e Yoki estarem tão próximos daquele jeito.

— Iam ficar passando fome? — Iori encarou os dois enquanto cruzava seus braços e deixava uma de suas sobrancelhas erguidas em resposta.

— Eu tomei café bem tarde hoje...

— Mas a Yumi não, certeza que mal conseguiu comer desde que acordou com o corre corre. — Ami apoiou uma das mãos no ombro da mais velha, apertando de leve.

— Uma banana e um copo de iogurte contam como uma refeição?

— Sinto muito, mas não.

          Yumi encolheu de leve seus ombros, rindo enquanto se levantava para que fossem almoçar todos juntos, já que haviam marcado de saírem para comer depois que a formatura acabasse, e assim o fizeram, aproveitando a companhia uns dos outros em uma data importante como aquela.

[...]