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          A noite estava particularmente fria, o que quase fez todo mundo desistir de sair do conforto de seus quartos, mas Yoki, que até horas atrás estava relutante de ir a uma balada, convenceu todos a saírem ao dizer que dentro do lugar estaria quente por causa da quantidade de gente no mesmo ambiente e da dança.
          Ao entrarem no ambiente Yoki fez questão de arrastar Yumi até a pista, mal haviam chegado mas a música que tocava era contagiante demais para ser deixada de lado, foi isso que Nakamura alegou quando voltaram para perto dos garotos que se encontravam encostados em uma mesa próxima de onde estavam as duas.

— Cadê a Ami? — Perguntou assim que percebeu a ausência da mais nova.

— Encontrou uns amigos da turma dela perdidos por aqui. — Iori encolheu de leve os ombros.

— Ela não trazendo eles pra cá 'tá ótimo! — Hayato ergueu um de seus polegares, bebendo um pouco da água que havia comprado.

— A borboleta social não quer socializar hoje. — Hidetaka falou de maneira irônica, rindo ao sentir o tapa dado pelo amigo. — Violência aqui não, ein? Vamos ficar na paz, por favor!

— Ei, descolei umas coisas pra gente beber. — Ami colocou algumas garrafas de bebidas sobre a mesa, grande parte delas não tão fortes como pareciam ser. — Se for pra aproveitar uma noitada em Tóquio, que seja do jeito de gente grande.

— Por que não pediu pra eu ir comprar? — Yoki ergueu uma de suas sobrancelhas, era a única maior de idade ali, ao menos o suficiente para comprar bebida.

— Porque você não bebe por causa das competições, não é?

— Só quando tem alguma se aproximando, mas obrigada por se lembrar disso. — Afirmou com a cabeça de leve, havia achado um gesto bastante carinhoso vindo de Ami.

— Tanto faz. — Encolheu de leve seus ombros, queria demonstrar que aquilo não havia sido uma coisa grandiosa de ser feita, mas no fundo, havia sido para demonstrar que se importava com as pessoas que a cercavam. — O que vocês estão esperando?

— Coragem... — Hayato resmungou, sendo cutucado por Yumi, que até então olhava os rótulos das bebidas sobre a mesa, então o entregando uma das garrafas. — Hm?

— É uma das mais fracas que tem. — O puxou mais para perto para que conseguisse falar próximo a seu ouvido. — Não vamos começar colocando o pé na jaca logo de cara, tem que ser gradual.

— Tudo bem, eu acho... — Franziu a testa, servindo os copos que Ami havia colocado sobre a mesa também e entregando-os às pessoas que estavam ali.

— É hoje que a gente vê quem tem mais resistência a álcool não adquirida com o tempo. — Hidetaka falou a última parte um pouco mais alto, dando ênfase no que havia falado para que Yoki o ouvisse.

— 'Tá com problema por eu ser a mais velha daqui? — Encarou o rapaz com uma das sobrancelhas erguidas, cruzando os braços.

— Muito pelo contrário, eu gosto de mulher mais velha. — Abriu um sorriso forçado, havia ficado um pouco sem graça com o que falou.

— E de apanhar delas também, ele que me disse. — Iori soltou uma gargalhada ao ver o outro o fulminando com os olhos, encolhendo os ombros em resposta.

          Yoki acabou por acompanhar a gargalhada do mais novo, havia sido engraçada a forma como ele havia falado sobre o assunto, tinha soado até natural.
          Hayato tinha acabado de detonar a primeira garrafinha de uma bebida doce que Ami havia trazido, sentia-se um pouco mais leve, menos engessado e falava muito, havia ficado tagarela, o que acontecia quando estava confortável ao redor das pessoas certas mas não muito quando tinha tanta gente estranha ao redor.
         Hidetaka já havia se enturmado com um pessoal que estava na mesa ao lado, fazendo com que eles se juntassem à mesa deles e depois descobrindo que aqueles eram amigos de Ami, os que haviam dado bebidas para eles.
         Yumi se aproximou de Hayato e o puxou para a pista de dança, queria dançar com ele e a quantidade de álcool, ainda que mínima, que corria por seu sangue fez com que ela criasse coragem para o puxar até lá e parecia que havia feito com que ele se sentisse muito mais confiante nas suas habilidades de dança, porque ele dançou até que seu corpo pedisse por um descanso. A garota ficou dançando por um tempo além do rapaz, sentindo os olhos dele em si, talvez só estivesse a observando caso acontecesse algum problema, mas queria acreditar que não era isso o que estava acontecendo e que ele estava praticamente hipnotizado pelos movimentos que fazia.
          Aquela noite ficaria marcada nas mentes de todos os que participaram dela, foi divertida e cheia de boas recordações, e agora o grupo possuía ainda mais piadas internas, daquelas que ninguém entende a menos que expliquem, mas a graça é não explicar a ninguém, e só deixarem pensar que são completamente doidos.

[...]

Ah, meu primeiro amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora