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          Yumi não conseguia parar de arrumar a roupa que usava, estava se achando um pouco estranha com a escolha de cosplay que havia feito, era fora de sua zona de conforto já que a maioria dos personagens que fazia eram garotos, mas queria inovar e por isso usava os trajes daquela personagem.
          Hayato por sua vez decidiu fazer um cosplay simples já que não tinha muitos materiais para fazer um que fosse todo trabalhado, também se sentia estranho porque não sabia se Yumi estava usando cosplay também, e se ele fosse o único usando? Não ficaria estranho? E se ela estivesse com um super elaborado e isso fizesse com que ele se sentisse inferior? Tantas coisas passavam por sua cabeça que nem havia percebido que mexia de forma constante nas peças de roupa que usava.

— Vai empaçocar o terno, Nifuji. — Yumi falou assim que se aproximou do garoto, soltando uma breve risada.

— Como você sabe?

— Eu também já assisti e é nítido, já que é um dos seus animes favoritos. — Sorriu para o garoto, se aproximando um pouco mais e erguendo o óculos que ele usava, assim como acontecera no anime. — Azul combina com você.

— A-Acha mesmo, senpai? — Engoliu a seco ao ter a garota tão próxima de si.

— Não precisa me chamar de senpai hoje, pode me chamar de C.C. — Afirmou com a cabeça de forma breve, puxando-o pela manga até o ponto de ônibus.

— Sabe a quanto tempo eu não vejo alguém fazendo cosplay de Code Geass? — Falou de maneira animada, observando os detalhes que conseguia da roupa da garota assim que pararam no ponto.

— Fazia um tempo que eu não via também, principalmente na nossa cidade, parece que só assistiam alguns muito específicos. — Revirou os olhos, soltando uma risada baixinha ao perceber que ele a observava com os olhos vidrados.

— Isso quando faziam eventos com esse foco, né?

— Eu fiquei bem chateada quando pararam de fazer os eventos, ainda bem que a nossa escola permitia que a gente fizesse algo nesse estilo. — Entrou no ônibus que tinha acabado de parar ali, pagando pela própria passagem e atravessando a catraca.

— Eu adorava ir neles, sempre tinham uns cosplays legais pra tirar foto e perguntar como era feito, mas alegria de jovem dura pouco... — Fez o mesmo que a garota, rindo baixo enquanto ia até os bancos no fundo.

— Você parece um velho falando assim. — Yumi soltou uma gargalhada, negando com a cabeça diversas vezes.

— O corpo é de um jovem mas a mente já 'tá lá nos oitenta anos junto com a coluna.

— Acho que é de tanto tempo que a gente fica sentado por causa dos nossos projetos, minha coluna também pede ajuda.

— Eu não duvido que seja por isso, vou começar a desenhar em pé, aí quero ver doer.

          Yumi soltou mais uma gargalhada, se desculpando ao perceber que recebia olhares estranhos das pessoas que estavam ao redor, tanto por seu traje quanto pela risada alta que havia dado, o que lhe deixou um pouco desconfortável, mas nada que a deixasse muito preocupada.
          Até que chegassem ao local onde aconteceria o evento levou alguns minutos, assim que colocaram os pés para fora do ônibus uma onda súbita de animação se alastrou pelos dois, Hayato segurou o punho de Yumi e a puxou até a entrada, sendo parado por ela quando estava quase entrando.

— Tem que dizer qual é o seu personagem pros carinhas terem uma noção de quantas pessoas vieram de cosplay. — O puxou até o lugar exato, dizendo seus nomes e os personagens que faziam.

— Por que não me avisou isso antes? — Falou depois de soltar um suspiro pesado.

— Porque você 'tava animado demais pra eu ter coragem de acabar com a sua animação. — Ergueu uma de suas mãos, bagunçando o cabelo dele em forma de brincadeira.

— Se acontecer de novo não fique com pena de me barrar, não é tão fácil me deixar desanimado quando se trata de algo que eu gosto. — Abriu um pequeno sorriso, não sabia como reagir ao gesto e sempre se achava uma criança quando faziam aquilo com ele.

— Tudo bem. — Afirmou de leve com a cabeça, sorrindo fofa para ele.

          Quando finalmente entraram no local, a primeira coisa que fizeram foi procurar por um folheto que dizia tudo o que teria ali e seus locais exatos, assim eles não precisariam passar por lugares que não os interessavam tanto.

[...]

Ah, meu primeiro amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora