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          Dias haviam se passado e o jogo finalmente estava completo, pronto para ser mostrado ao mundo, se fosse o caso. Hayato estava tão empolgado quanto Yumi, ambos haviam se dedicado muito para fazer com que aquele trabalho valesse a pena, agora estavam todos reunidos na frente do prédio de Iori, esperando que Yumi aparecesse e contasse como o professor havia avaliado o "teste grátis".

— Yumi! — Yoki se levantou em um pulo quando viu a garota se aproximar do grupo. — E aí?

— Acho que ele não gostou... — Balançou a cabeça de forma negativa algumas vezes, esperando pelas reações que nunca chegaram, porque estavam todos confusos demais para reagirem. — Ele amou o jogo! Disse que é digno de virar jogo de verdade.

— É sério? — Iori se levantou de onde estava, dando alguns pulinhos por causa da animação que estava sentindo.

— É! E isso só foi possível graças ao Haya-kun. — Yumi se aproximou de Hayato, passando a mão pelo topo da cabeça dele em forma de carinho. — Obrigada por se disponibilizar a me ajudar e fazer com que o jogo ficasse ainda mais bonito.

— Não precisa me agradecer não, senpai. — Abriu um sorriso tímido, suas bochechas esquentando, estava orgulhoso do trabalho que haviam realizado, realmente era digno de ser um jogo real.

— Eu ficaria muito chateado se o seu professor dissesse que era um trabalho comum, sério, aquilo era uma obra de arte em formato de jogo. — Hidetaka falou enquanto colocava ambas as mãos atrás da cabeça. — Mesmo que não fosse em 3D tudo foi muito bem trabalho e dava a sensação, em alguns momentos, que era algo 3D, sério, eu compraria se fosse possível.

— 'Tá falando isso porque foi seu amigo quem fez todo o design... — Yumi encarou o chão por alguns segundos, estava fazendo charme para que também fosse elogiada.

— Mas não houveram bugs perceptíveis aos olhos, isso é um trabalho difícil de ser feito e eu sou insuportável com isso.

— Fora que ele elogiaria dessa maneira mesmo se não tivesse sido eu, ele realmente fica fascinado por jogos com um bom design. — Yoshida revirou os olhos em resposta, rindo em seguida ao ver o amigo afirmar com a cabeça repetidas vezes. — E sem bugs muito gritantes em coisas simples, ele fica louco da cabeça quando percebe erros assim.

— Eu não fico louco da cabeça quando vejo alguém que entende sobre o assunto errando coisas super básicas... — Estalou a língua no céu da boca, sinal de que estava incomodado com a situação hipotética que havia passado por sua cabeça.

— Ah é? — Iori soltou uma risadinha abafada, a forma como o rapaz havia reagido ao simples fato de terem citado um pequeno erro mostrava a razão de terem falado aquilo.

— Ele é surtado, juro pra vocês.

— Por que vocês não vão encher o saco de outra pessoa?

— Porque a gente acabou de trocar o nosso alvo pra você. — Watanabe passou um dos braços pelo pescoço do amigo, gargalhando pela reação dele.

— Vai sentir na pele o que eu sinto quando vocês tiram o dia pra me encher a paciência. — Hayato acabou por soltar uma risada maléfica, pior do que todas as risadas daquele tipo que ele já havia dado. — Vou descontar tudo hoje.

— E depois eu que sou o louco fora das ideias do grupo.

— Aqui não tem um que bata bem da cabeça, apenas aceite o seu destino. — Yoki soltou uma risadinha, sabia que no fundo todos ali não poderiam ser considerados pessoas normais.

— Mudando o assunto de saco pra mala... — Yumi enlaçou o pescoço dos amigos com os braços, sorrindo. — O que vão fazer no ano novo?

— Meus pais vão viajar então vou ter a casa toda pra mim. — Iori ergueu um de seus polegares, gostava de ficar sozinho em casa.

— Geralmente eu passo com meus pais sentado na frente da TV assistindo a programação da virada, então deve ser algo por aí de novo esse ano. — Hayato encolheu de leve seus ombros, enfiando as mãos dentro do bolso da calça que usava.

— E se a gente fosse pra casa do Iori passar a virada juntos? — Yamazaki falou de maneira animada, depois de todas aquelas semanas sofridas acreditava que merecia algum descanso.

— Eu topo, só preciso avisar meus pais pra eles não me esperarem em casa. — Hidetaka fez um sinal positivo para Yumi, afirmando com a cabeça algumas vezes. — E se eu vou, Hayato vai, qualquer coisa eu sequestro ele da casa dos pais, sem problema nenhum.

— Como se fosse preciso me sequestrar...

— Vai que você decide que é melhor ficar com seus pais, né?

          Aquela frase desencadeou uma crise de risos no grupo todo, Hayato sendo o único a ficar resmungando que estava melhor quando tinham mudado o foco das zoações para Hidetaka, então ficou acordado que passariam a virada do ano juntos e não com suas famílias como costumavam fazer todos os anos.

[...]

Ah, meu primeiro amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora