Capítulo cinco: bloqueio.
Meu coração ainda está acelerado quando entro em casa. Meus dedos gelados pelo frio que faz lá fora, misturado a adrenalina de tudo o que aconteceu esta noite, me incomodam. Ainda não consigo raciocinar com clareza, mas, meu coração palpitante se acelera ainda mais quando dou de cara com Zayn parado no meio da sala, com as mãos na cintura, as sobrancelhas franzidas e o semblante de poucos amigos.
Calmamente coloco as minhas chaves no aparador ao lado da porta e solto um suspiro, olhando para ele.
ㅡ Eu não vou te dizer nada. ㅡ Ele exclama, parecendo aborrecido.
Sei que essa é a exata frase que ele usa quando vai começar o falatório. Eu já imaginava. Zayn é reservado, amedrontado e realista até demais. Sei que ele ficou preocupado com a mensagem que lhe enviei e me atiro no sofá para esperar o baque. É mais fácil aguentar a falação sentado.
ㅡ Então não diga. ㅡ Digo, por fim.
ㅡ Louis. Merda. ㅡ Ele começa e eu solto um gemido quase risonho ao observar ele encarnar o papel perfeito de pai. ㅡ Como você manda aquela mensagem e some? Eu te mandei mensagem e você não respondia. Estava quase mandando a polícia atrás de você.
ㅡ Você ia me foder se mandasse.
ㅡ Por que? ㅡ Ele franze as sobrancelhas grossas.
ㅡ Não sei, Zayn. ㅡ Gemo em frustração ao lembrar de todos os eventos catastróficos desta noite. ㅡ Mas acho que ele mexe com coisa errada.
ㅡ O carinha do bar? ㅡ Ele pergunta, intrigado, e eu assinto. ㅡ Como assim?
ㅡ Não sei. ㅡ Nego com a cabeça, dando de ombros e me ajeitando no sofá. Fico sério quando digo: ㅡ Contrabando, tráfico, roubo. Não sei.
Ele me encara trocando a perna de apoio e franze as sobrancelhas ainda mais. Passo a mão pelo rosto e sei que terei que explicar a história inteira para que faça algum sentido em sua cabeça.
ㅡ Eu fui ao bar. Nos encontramos e eu fui para a casa dele. Foi quando te enviei a mensagem. Chegando lá, o clima esquentou e quase fizemos as coisas. Mas, do nada, o telefone dele tocou e ele disse que precisava entregar uma "encomenda". Quem sai no meio da noite pra entregar uma encomenda, Zayn?
Seus olhos atentos permanecem em mim quando continuo.
ㅡ Ele parou no meio de um beco. Em um lugar ermo, estranho. Eu não tive reação a não ser querer vir embora. Eu me desesperei. Eu não quero ser preso junto.
ㅡ Você não perguntou a ele do que se tratava?
ㅡ Claro que não. ㅡ Digo como se fosse obvio.ㅡ Você já viu perguntar para um contrabandista ou para um traficante se eles são contrabandistas ou traficantes? Eu tenho amor à vida, Zayn.
ㅡ Talvez seja neura sua. ㅡ Ele diz, se juntando ao meu lado no sofá e o encaro completamente incrédulo.
ㅡ Não era você que estava surtando a dois minutos atrás?
ㅡ Porque você não respondeu a minha mensagem. Eu imaginei várias coisas. Era só você ter respondido dizendo que estava bem.
ㅡ Ah, claro. ㅡ Debocho. ㅡ Eu no meio do sexo ia pedir um tempinho para ele e dizer: ah, espera só um minutinho aí, não goza ainda não porque preciso mandar uma mensagem para o meu amigo.
ㅡ Antes de transar, né, Louis?! Me mandasse a localização que fosse. Eu teria ficado mais tranquilo. ㅡ Ele bufa e me encara. ㅡ Ele não é sócio do bar?
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CONTINGÊNCIA [L.S]
FanfictionCONTINGÊNCIA: ACASO. Aquilo que pode ou não acontecer. Uma eventualidade. Louis se vê perdido após o término do seu relacionamento, e para tentar ocupar a cabeça e distrair o coração, ele começa a sair para beber e se divertir com os amigos. No en...