Capítulo vinte e nove.

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algumas pessoas tem me perguntando qual é o meu twitter, e eu não tenho mais. como sei que as vezes é difícil responder por aqui e como eu gostava da interação com o twitter, decidi criar um instagram para minhas obras: @ escritoravitoriacoelho . e quem tiver alguma citação que goste, print, fanart, qualquer coisa, me envie para que eu poste lá. obrigada ❤️

Capítulo vinte e nove: Cético.

Mal consegui sobreviver o dia. A força descomunal que eu fiz para não dizer nada para Liam apertou meu peito durante cada maldita hora que passei no estágio. Liam não me questionou, talvez ele saiba melhor que isso. Talvez ele tenha certeza, afinal, ele sabia de Harry mesmo que eu não tenha falado nada a respeito. Liam pega as coisas com facilidade. Ainda mais quando disse a ele que resolveria isso. Era só uma questão de juntar as peças. Otto desaparecer justamente depois que eu descobrir que ele o estava assediando é uma daquelas coincidências que simplesmente não acontecem.

De qualquer forma, sigo o conselho de Harry e não confirmo. Também não nego. Deixo Liam apenas pensar o que ele queira pensar.

Uma coisa boa de ser estagiário é que as pessoas normalmente não ligam para você. Alguns funcionários foram entrevistados pela polícia, mas eles não fizeram questão alguma de questionar nem a mim e nem a Liam; tampouco os outros estagiários.

Saio do hospital e vou direto para o bar. Preciso ver Harry, preciso conversar com ele, e sei que isso não deve ser feito por telefone para que não tenham nenhuma evidência contra nós dois. Ao chegar, percebo que o lugar não está muito cheio, e não contenho em olhar para o canto onde tudo aconteceu. Está tudo perfeitamente colocado, como se naquele canto do bar nunca tivesse acontecido um assassinato. A mesa está perfeitamente posicionada, assim como as cadeiras. Nenhuma pessoa presente parece perceber que há algumas horas, eu e Harry matamos Otto bem naquele canto.

Meus olhos como imã procuram por ele e o acho em questão de segundos atrás do balcão, de costas. Caminho silenciosamente e assim que fico por trás do seu corpo, tampo seus olhos, dando um beijo na parte de trás do seu pescoço, acima de seus cabelos ㅡ que hoje estão soltos.

ㅡ Oi, mocinho. ㅡ Ele diz, passando os braços para trás e me abraçando de forma desajeitada.

Destampo os seus olhos e ele de vira sorrindo, mas eu ergo as sobrancelhas, intrigado.

ㅡ Como sabia que era eu?

ㅡ Primeiro porque você é meu único homem. Segundo porque eu não dou liberdade pra ninguém, além de você, me abordar pelas costas dessa forma. E terceiro porque seu cheirinho de perfume misturado à esterilização é inconfundível.

Solto uma risada e ele me abraça, dando-me um beijo e um cheiro no cangote. Permaneço sorrindo, mas meus olhos são atraídos por Kim, que está um pouco à frente bebendo um copo de uísque enquanto mantém os olhos em nós. Engulo em seco e me afasto levemente de Harry. fazendo de tudo para que ele não perceba meu desconforto pelo olhar de Kim.

ㅡ Como foi o seu dia? ㅡ Harry pergunta. ㅡ  Está se sentindo bem? Tirou alguns pensamentos dessa sua cabecinha que pensa demais?

ㅡ Tirei. Depois de tudo o que aconteceu no hospital hoje, eu acabei me sentindo aliviado e feliz por isso ter acontecido.

Harry me pega pela mão e me puxa para uma das mesas mais afastadas. Conto a ele que a polícia já está investigando o desaparecimento de Otto e que está interrogando algumas pessoas no hospital. Conto também que Liam desconfiou que foi nós dois quem cometemos o crime e me agradeceu por isso, mesmo eu não tendo confirmado absolutamente nada. Harry me ouve atentamente, mas não me reprime, nem em palavras e nem com o olhar.

CONTINGÊNCIA [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora