—Impressionante o tanto que você é linda.—uma voz no pé do meu ouvido sussurra.
—Que susto.—viro pra ver quem era.—A Lucca obrigada, o tempo foi bom.—sorrio sem graça.
—Sério você sempre foi tão talentosa, tão linda, normalmente as pessoas tem uma fase meio estragada, mas você não, é tão perfeita que não passou por essa fase.—ele se aproxima um pouco mais.
—Você que não sabe, mas já tive muito mais que uma fase feia.—digo rindo.— Você sumiu por um tempo né?.
—Sumi, não faço facul por aqui, mas agora que tô me formando estou voltando pro Rj.—Xamã—
Sento em um sofazinho que está rodeando uma mesa, meus olhos automaticamente procuram a Cathe, e acham ela atrás de um balcão que está a alguns metros de distância de mim porém na minha frente.
Quem é aquele? Playboyzinho do cabelo baixinho, quase raspado, fortinho até, diversas tatuagens espalhadas por todo seu corpo, uma camisa da vans.
Oh meu querido, da uma afastada aí né, tá chegando muito perto, caralho. Não ri, ele só tá fazendo gracinha pra te comer...—Xamã? Xamã? Oi? Terra chamando Xamã? Câmbio, alou?.— meus pensamentos são invadidos pela voz rouca do Chris.
—Fala mano.
—Que isso pô tá no mundo da lua, tô perguntando o que ce vai beber uai.—passo a escutar o Chris mas não consigo tirar meus olhos daquela bancada.
—Cerveja, Whisky, sei lá o que tiver aí.—respondo tentando finalizar a conversa, até que percebo que eles estão vindo na direção da mesa, desvio o olhar rapidamente.
—Me da aí
—Me da o que zé?.— Chris diz perdido.
—A bebida caralho.—digo nervoso.
—Uai ce não disse o que que tu queria.—ele estende a mão.
—Me da essa Heineken aí.—digo vendo um baldinho em cima da mesa com vários heinekens.Abro a mesma e dou três goles longos.
—Querem jogar um truco? Ou algo do tipo?.—ela se aproxima.
—Vix ninguém perde pra essa dupla aqui não.—Chris diz bagunçando o cabelo do Cabelinho.
—Aindaaaaaaaa.— Cabelinho levanta para arrumar a mesa.
—Cathe— minha voz é abafada pela a do moleque com a camisa da vans.
—Cat já sabe né? Ninguém jamais conseguiu ganhar de nós dois.—ele diz abraçando ela lateralmente.Ela sorri, parece estar meio sem graça, os dois se sentam e a partida começa. Depois de longos minutos, eles perdem, Rd e Pk entram e eles caminham até a escada.
Minha perna não para, meu calcanhar vai pra cima e pra baixo, estou me sentindo ansioso, não sei descrever, resolvo levantar e descer atrás deles.
Entro em um corredor de onde parece vir a voz deles, e dou de cara com os dois, me assusto, e a vergonha invade meu corpo, só quero enfiar minha cara em um buraco, os dois olham confusos pra mim.—Tá tudo bem?.— a morena pergunta.
—Sim, eu só tô atrás de um banheiro.—é a única coisa que consigo dizer.
—Bom esse ele vai usar agora.—ela ri.— Mas posso te mostrar outro, vem cá.— ela faz sinal com o braço para eu prosseguir.O menino entra no banheiro e fecha a porta, continuamos percorrendo o corredor, até chegar em uma porta, ela abre e me deparo com um quarto, bem chique por sinal.
—Ali, pode usar.—ela aponta pra uma porta dentro do quarto que ainda está com as luzes desligadas.
Dou um toque na porta com o pé e ela se fecha, Cathe me olha confusa, antes mesmo dela me questionar puxo ela pela cintura, colando nossos lábios.
Vejo ela ficar na ponta dos pés, desço minha mão até sua bunda, ela mordisca meu lábio inferior com deliberada ousadia, esquentando ainda mais o clima.
O beijo era intenso e profundo, ela me empurrou até a cama que estava do nosso lado, me fazendo sentar, subiu em cima de mim, se posicionando no meu colo com os joelhos na cama.
Uma das minhas mãos sobem até o seu pescoço, e a outra vai para a base de sua cintura, sinto seu corpo fazer movimentos de vai e vem em cima de mim, entre os beijos.
Ela parte para o meu pescoço, dando beijos molhados, até chegar no pé do ouvido.—Quer dormir lá em casa hoje?.—ela diz baixinho com a respiração irregular.
—E teu pai?.—digo tentando me controlar com ela no meu pescoço.
—Vai passar o final de semana todo em Brasília.—ela volta até a minha boca e deposita um selinho longo.Ela se levanta do meu colo, me olha com uma cara de quem não vale nada através do espelho que está na sua frente, enquanto se arruma e se recompõe.
—Catherine—
—É isso? Vai me deixar assim?.— ele diz ainda sentado olhando para baixo vendo que seu amiguinho estava marcando na calça.
—Aí é um problema mais seu do que meu.—digo rindo.
—Ah então é assim é?.—ele me puxa de volta em sua direção, me fazendo ficar no meio de suas pernas.
—Vai dormir comigo?.—faço biquinho.
—Só se me servir um café da manhã de príncipe, na cama tá.—ele debocha.
—Então vai dormir com o RD mesmo.—sorrio e saio do meio de suas pernas indo em direção a porta.Abro a porta, ele me abraça por trás, e começamos a andar o corredor inteiro assim.
—Qual o seu problema?.—digo rindo.
—Você não quis esperar, agora vai ter que ficar na minha frente.—ele se refere ao problema que comentou há alguns minutos atrás.
—Vamo beber uma água aqui na cozinha de baixo então, até resolver seu probleminha.—nós dois caímos na gargalhadaSubimos depois de alguns minutos, ainda conversando, chegamos na mesa onde estão todos, ele se senta, me puxa para sentar em uma de suas pernas e dá um leve beijo no meu ombro, onde seu rosto está encostado, tento fingir normalidade, mas por dentro meus divertidamentes estão explodindo.
—Alguém sabe tocar violão?.—Bela pergunta levantando da mesa.
—Eu arranho um pouco.—Chris responde.
—Vou pegar então.— ela desce as escadas.
—Chris no violão, já sabe que nois vai sofre.— Major diz colocando a mão na testa.
—Aindaaa.— Cabelinho ri.Bela volta com o violão, Chris o afina e ele começa a cantar com o xamã, pego meu celular e gravo os dois. Cabelinho já engata em um de seus funks depois, animando.
—Fiz pra ti.— Xamã diz me entregando uma rosa feita de guardanapo.
—Que lindooo, como vc fez isso? Fofo.—digo sorrindo e dando um beijinho nele.
—Qual foi? Fofo não, sou marrentão.—ele sorri todo fofo.
—Ie seus puto, vamo? Já tá tarde, amanhã o trampo é cedo.— Major levanta, olhando em seu relógio que já marcavam 2:00 da manhã.
—Bora bora.—Chris se levanta logo em seguida.
—Coe papo reto, só mais meia horinha.—ele diz dando um cheiro no cangote da Bela.
—Sabe que horas a gente tem que levantar? 6:00 meu filho, bora.—Major diz se despedindo.Eles descem as escadas junto comigo e com a Bela em direção à porta.
—Nego eu vou dormir fora, amanhã eu pego um bus e te encontro.— Xamã diz batendo na mão de major.
—Aí calicaaaaa, safadinhos.—Cabelinho grita.
—Vou aproveitar e descer com eles Bela, só falta a Yasmin e a Gabi ir embora né?.—abraço ela.
—Sim, tá tranquilo, te vejo amanhã.—ela retribui o abraço.— Juízo viu.— ela complementa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Era uma vez // Xamã
Fanfiction"Expulsa de casa porque não cumpria a regra Viu a Lua te falar Que o amor bem dado não se nega Era melô do camelô em Copacabana Que namorava uma bandida de Ipanema"