Almoçamos, eu pego as louças em cima da mesa e coloco na pia, puxo ele até o sofá e deito em seu colo.
—Eu preciso voltar pro trabalho minha gatinha.—ele diz enquanto mexe no meu cabelo.
—5 minutinhos, pra dar um quilinho.— viro o rosto pra ele.
—Não tenho esse luxoooo.—me dá um beijo e levanta, me fazendo levantar também.Ele pega a mochila do ifood na cadeira, e o capacete e caminha em direção da porta, vou até ele, o abraço, subo na ponta dos pés e lhe beijo.
—Até mais tarde, eu já te passei o endereço certinho.—ele dá um beijo na minha testa e aperta o botão do elevador.
Ele vai embora, eu lavo as louças e vou pro quarto organizar a bagunça, mais tarde tiro um cochilo e quando acordo já marcam 20:15 no relógio. Levanto e vou tomar um banho pra me arrumar. Meu celular vibra.
Xamã ❤️: Quando for sair avisa, que eu vou lá liberar sua entrada pra ficar com a gente lá no palco.
Me: Okkk baby, tô quase saindo!!
Me: Só to terminando de me arrumarBloqueio o celular e volto a fazer o babyliss, assim que eu termino, eu já pego minha bolsa e a chave do carro e vou indo em direção a porta.
—Aonde você pensa que está indo?.—meu pai diz saindo do elevador dando de cara comigo.
—Vou sair com a Bebel.—meu coração chega a quase saltar do meu peito do quão ele está acelerado.
—Vai sair com a Isabela porra nenhuma, eu sei muito bem que você tá indo encontrar esses marginaizinhos, sua filha da puta, acha que me engana é?.— ele finca seus dedos no meu braço, me puxando até a beira do sofá.
—Você tá louco? Eu tô indo pra um clube com a bela, me solta.—digo tentando soltar meu braço.
—Para de mentir porra, eu sei que você trouxe um favelado pra cá esses dias que eu tava fora, eu tô pouco me fudendo se você quer dar essa tua buceta pra todo mundo que você vê pela frente, mas esses muleque de cor não, esse merdinha que não tem onde cair morto não...
—CALA A BOCA SEU RACISTA DE MERDA.— interrompo ele me soltando de uma vez e sinto um tapa estalar no meu rosto, foi tão forte que sentia minha bochecha formigar.Fico sem reação, tenho vontade de me rasgar em diversos pedaços.
—Você é um...—sou interrompida por Felipe que acaba de chegar em casa e está parado na porta do elevador.
—Chega, por favor, vem Catherine.—ele diz andando até mim.
—Você some da minha frente sua merdinha.—escorre uma lágrima só do meu rosto, enquanto eu forço o maxilar pra não matar ele bem ali.
—Vem.—Felipe me puxa dali, me levando pro meu quarto.Ele fecha a porta e eu me jogo na cama, o choro vem mesmo sem eu querer, as lágrimas escorrem de raiva, eu pego um travesseiro e grito nele para abafar o som.
—Cathe.
—Sai Felipe, sai daqui!Escuto a porta se fechar de novo.
•Isabela•
—Chegueeeiii finalmente.—digo abraçando os meninos.
—Nossa demoraram, ué cadê a Cathe?.—Xamã me pergunta confuso.
—Ela não me falou nada, achei até que ela já estava aqui.—franzo as sobrancelhas.
—Porra estranhão, ela disse umas 2 horas atrás que já já tava vindo, tô começando a ficar preocupado.
—Tá marolando pô, mulher demora mesmo até se arrumar.—Cabelinho diz rindo.
—O show vai começar já já, ela vai perder, vou mandar outra mensagem.—Xamã reclama.
—Vou ligar pra ela.— digo me afastando um pouco do local.Tento ligar 4 vezes mas todas caem na caixa postal, resolvo esperar um pouco pra tentar de novo.
—Cadê as frutinha e as água?.—Cabelinho enche o saco.
—Aquilo ali foi uma vez na vida outra na morte, não tenho nem camarim pai, tão custando é me pagar.—Xamã ri.Depois de um tempo anunciam o início do evento, e xamã entra pra abrir o show. Resolvo ligar de novo, preocupada agora, porque ela não perderia o show. Cai na caixa postal às tantas mil vezes que eu ligo, vejo o Felipe em casa pelos stories dele e começo a me preocupar ainda mais, eles voltaram pra casa mais cedo do que deveria. Começo a andar de um lado pro outro nervosa.
Depois de uns 20 minutos o show acaba e o xamã vem em minha direção.—Ela não chegou?
—Qual foi a última coisa que ela te disse?
—Que tava terminando de se arrumar e que já já tava aqui.Desbloqueio o celular.
Me: Vini a Cathe passou por aí?
Me: É urgente
Me: Pfv respondeVinicius: Passou mas já faz um tempinho
—Eu vou ter que ir.— digo vestindo meu casaco.
—Eu vou com você.— Xamã responde.
—Não não, ela tá bem foi só um problema de família, amanhã ela deve te explicar direitinho.— sorrio sem graça.
—Ela respondeu?.— ele ainda sim questiona.
—Sim, e eu tenho que ir lá.— dou um selinho no cabelinho e um abraço no xamã e no Chris.Desço correndo enquanto chamo um uber.
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Era uma vez // Xamã
Fiksi Penggemar"Expulsa de casa porque não cumpria a regra Viu a Lua te falar Que o amor bem dado não se nega Era melô do camelô em Copacabana Que namorava uma bandida de Ipanema"