—Obrigada moço, 5 minutinhos, coisa rápida eu já volto.— digo fechando a porta do carro.
Saio correndo, esbarrando nas pessoas, procurando ela, começo a me desesperar não achando, eu tinha certeza que ela ia estar aqui, agora fudeu, antes de desistir completamente resolvo ir no banheiro, assim que eu entro eu vejo ela jogada no chão, escorada na parede.
—Porra Cathe.—me abaixo até ela que está inconsciente no chão imundo daquele banheiro, vejo o pulso dela e checo se ela tá respirando.
—Cathe
—CatherineTento abrir os olhos dela com as mãos, e vejo sua pupila dilatada, seu corpo tá fervendo de tão quente.
—Catherine.
Você entre abre os olhos, que vão de um lado ao outro em movimentos rápidos.
—Olha pra mim, isso, continua acordada, é a Bela amor!!
Consigo levantar ela do chão e apoiar no meu ombro, vou te arrastando até a saída com muita dificuldade, a fumaça e o tanto de gente já estava me sufocando, até que consigo sair, mas você escapole cambaleando. O uber desce do carro e me ajuda a te colocar nele, te deito pra que você fique na posição certa.
—Pra um hospital?.—ele pergunta.
—Não, pode prosseguir pro endereço que está mesmo.—afirmo, te deitando no meu colo.
—O que que aconteceu meu amor, estávamos indo tão bem.— digo passando a mão em seu rosto.Depois de uns 15 minutos ele nos deixa em casa e me ajuda a descer ela, o porteiro logo sai, na intenção de ajudar também, ele sobe com nós duas até o meu andar, te levo direto pro banheiro, pra te dar um banho morno, pra tentar diminuir sua febre sem aumentar ainda mais sua frequência cardíaca.
—Ele tá vindo.—ela diz ainda olhando de um lado pro outro.
—Xiuuu meu amor, tá tudo bem, você tá comigo, tá com a Bela.— faço carinho no teu rosto enquanto a água cai.
—Meu coração.
—Meu coração.
—Meu coração.— ela diz repetidas vezes.
—Respira, calma, oh cheira a florzinha, sopra a velinha.
—Cheira a florzinha e sopra a velinha.—digo várias vezes tentando regularizar a respiração dela.
—Conta ate 100 comigo?
—1
—2
—3Ela vai se acalmando aos poucos, e eu respiro fundo, desligo o chuveiro, e tiro a roupa molhada dela, colocando um pijama meu. Ela ainda está confusa, tendo leves alucinações, mas a febre melhorou e a frequência cardíaca já diminui um pouco também.
A campainha toca e eu estranho, levanto e vou em rumo a sala.—Minha irmã tá aqui?.—Felipe diz com a respiração carregada.
—Sim
—Mentiraa porra, não acredito, de novo?.—ele diz me vendo encharcada, percebendo o que tá acontecendo.
—Felipe por favor.—eu respiro fundo.
—Eu não vou falar pra ele, cadê ela? Ela tá bem?.—ele diz desesperado caminhando até meu quarto.
—Cacau olha pra mim, é o Lipe.—ele diz deitando a cabeça dela no seu colo.
—O que você tá fazendo aqui? Cadê ele?.—ela levanta desesperada.Eu seguro ela em um abraço, andando devagar pra trás pra conseguir deitar ela de novo.
—Cathe ele tá sozinho, veio porque tá preocupado contigo, respira, calma, eu tô aqui lembra?.—digo passando a mão em seus cabelos.
—Ninguém vai te fazer mau nenhum, eu não vou deixar, mas preciso que você respire.—consigo deitar ela de novo.Olho pro Felipe que tá com os olhos cheio de lágrima no canto da cama.
—Ei, ela tá bem, calma.—chego perto do mesmo colocando a mão em seu ombro.
—Ele não tem o direito de fazer isso com ela, ela já tava melhorando, fazia tanto tempo.—ele nega com a cabeça.
—Já já a gente conversa, vamo resolver isso primeiro.—digo olhando em direção da Cathe, que estava encolhida na cama, balançando os pés rapidamente.Vou até minha caixinha de som e coloco uma música, pego um óleo de lavanda na gaveta e passo em alguns pontos do corpo dela, depois de um longo tempo conversando, massageando o corpo dela, ela consegue normalizar e descansar. No relógio já marcam 3:25, o Felipe desceu pra cozinha pra pegar uma água, e eu resolvo descer atrás dele.
—O que foi que aconteceu ein?.—digo entrando na cozinha vendo ele apoiando na pia.
—Minha madrasta ligou pro meu pai, dizendo que a Cathe tava dormindo com um "mau elemento" todos os dias lá em casa, ela tinha vídeo e tudo dos dois, não sei como, aquela mulher é uma bruxa eu tenho certeza.—ele se vira pra mim.—Aí ele invocou que queria voltar pro Rio, mas não me falou o porque, fiquei sabendo disso tudo só depois.
—Foi muito ruim dessa vez?.—digo sentando no banco.
—Você conhece meu pai né? Fez mil comentários racistas, aí ela se revoltou, ele deu um tapa na cara dela, eu consegui tirar ela de lá antes que piorasse, deixei ela no quarto, fui ver ela de noite e ela não tava mais lá, aí eu imaginei que ela pudesse estar aqui.
—Fazia quase uns 5 meses que ela não tinha nenhuma recaída, caralho Felipe não sei como você suporta esse filha da puta do seu pai.—reviro os olhos.
—Ele é complicado, mas não sei, ele é diferente comigo.—ele tenta se explicar.Ele coloca a mão no bolso e tira um celular vibrando.
—Pega o celular dela, não parou de vibrar à noite toda.—ele entrega na minha mão.
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Era uma vez // Xamã
Fanfiction"Expulsa de casa porque não cumpria a regra Viu a Lua te falar Que o amor bem dado não se nega Era melô do camelô em Copacabana Que namorava uma bandida de Ipanema"