Capitulo 18

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Depois de maratonar uma série e almoçar, acabo cochilando no sofá mesmo e acordo com o som da campainha.
Abro os olhos com dificuldade pela claridade, olho em rumo a porta e vejo a Bela abrindo a mesma.

—Coe minha loirinha, que saudade de tu.—vejo cabelinho puxar ela pela cintura.
—Eae bela, tranquilo? Licença.—vejo o moreno entrar também.

Tento desamassar minha cara inchada e disfarçadamente checo se não estou com bafo.

—Não quero nem olhar na sua cara.— tampo meu rosto com a manta quando ele se aproxima.
—Que isso? O que que eu te fiz?.—ele ri e senta do meu lado.
—Tô com vergonha.—murmuro debaixo da coberta.
—Do bolo que você me deu?.—ele puxa a coberta.
—Tu sabe que não foi por querer.—franzo as sobrancelhas.
—Tô te gastando.— ele me dá um selinho.

Eu me levanto e me sento do teu lado.

—Carai tu viu?.—ele diz empolgado.
—O que??.—respondo.
—O vídeo que tu gravou e postou lá no bagulho que tu criou.—ele se refere ao vídeo que gravamos na festa da Bela.
—Simmm, o que que tem?.—pergunto ansiosa.
—Tá com 40 mil visualizações, ce tem noção?.—o sorriso dele vai de canto a canto.
—Eu te falei que ia da bom, você precisa gravar mais e postar, a galera vai se amarrar no teu som.
—Coe só tu sabe mexer nesse bagulho e tua câmera do celular é braba né
—Eu gravooo, quando você quiser!!!!
—Aeee tá marolando? Eu quero essa parada também ein.–Cabelinho senta do nosso lado.
—A gente pode tirar um dia todo pra gravar vários de vocês.—Bela da ideia chegando logo atrás.
—Já é então.— cabelinho dá um cheiro nela.

Bela pega o controle da tv e se senta.

—Hoje é dia de preguicinha, querem assistir o que?
—Voto em terror.—respondo a Bela.
—Por mim já é.—Xamã concorda.
—Coeee sai fora, gosto dessas parada não.—cabelinho nega com a cabeça.
—Para de ser cagao neném.—aperto as suas bochechas.
—Fé assiste aí vocês então essa palhaçada.— ele vai levantar e a bela puxa ele.
—Vem cá bebezaoooooo emburrado.—e enche ele de beijinhos.

A gente acaba optando por um filme super aleatório que eu acabo dormindo, acordo com o barulho da Bela colocando algumas coisas pra comer em cima da mesa, percebo que estou encostada no peito do Xamã, e me levanto de pressa.

—Bom dia bela adormecida.
—Nem foi tanto assim né?
—A gente já tá no segundo filme.—ele ri.
—Mentira, para de caô moleque.— digo olhando pra tela e de fato era outro filme.
—Pega, fiz pra ti, não é tuas coisas caras não mas é de coração.—ele me entrega uma flor de guardanapo que ele tinha acabado de fazer.
—Paraaa, que fofo.—meu sorriso vai de orelha a orelha e eu pego a mesma.

Minhas bochechas chegam a corar.

—Quer ir lá pra casa?.— volto o olhar que estava na flor pra ele.

Vejo Isabela arregalar os olhos na minha direção, em um sinal de "você tá louca?".

—Por que que você não vai pro meu cafofo?.—ele retruca.
—Porque você não me chamou.—sorrio.
—Quero só ver ein.—ele ri.
—Oxi vai pagar a língua, só preciso passar em casa pra pegar umas coisas.

Arrumamos as coisas, nos despedimos deixando a bela e o cabelinho sozinhos, e seguindo para a minha casa, subo e vou para o quarto arrumar minhas coisas ensaindo ele me espera lá embaixo.

—Cacau?.—Felipe diz com a voz mansa entrando no meu quarto.
—Perdão, eu não queria ter dado trabalho pra vocês.—digo envergonhada.
—Eu fiquei preocupado, fazia tanto tempo.—ele coloca as mãos no meu ombro.
—Eu não fiz por querer...—a vergonha toma conta de mim e começo a arrumar as coisas ainda mais rápido na bolsa.
—Tá tudo bem, eu sei que não.—ele segura minha mão que está tremendo.—Você vai pra onde?.
—Vou dormir fora.—fecho a bolsa largando a mão dele.
—Cuidado, vai me avisando tá?.—ele dá um beijo no topo da minha cabeça e sai do quarto.

Eu suspiro, soltando o ar que nem eu sabia que estava segurando. Termino de pegar minhas coisas e desço de novo, me acalmando ao ver o moreno encostado na moto mexendo no celular. Subir na moto já nem era mais um problema pra mim, era uma adrenalina que agora eu gostava, quanto mais rápido a moto ia, mais rápido eu esquecia de tudo que eu tava passando. Fomos subindo o morro, e todo mundo acenava para ele.

Era uma vez // Xamã Onde histórias criam vida. Descubra agora