Capitulo 19

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—Bem vinda ao meu cafofo.—ele diz encostando a moto.

Eu desço e ele desce logo em seguida tirando o capacete, ele abre um portãozinho bem baixinho em nossa frente, subimos uma escada super estreita, e entramos na sala da casa dele, apesar de simples era bem organizada, tinha um vídeo game que parecia bem antigo em cima de uma mesinha, um sofá com um forro de florzinha, e um balcão separava a cozinha da sala.

—Deixa as coisas aqui.— ele diz caminhando até outro cômodo.

Ele coloca minha bolsa na cama de baixo, e eu vejo umas roupas jogadas na de cima, prevendo que pertenciam ao RD.

—Rd tá aonde?.—pergunto sentando no sofá.
—Acho que vai demorar um pouco, por que?.—ele me olha malicioso por de trás do balcão.
—Idiota.—começo a rir.—Por nada, só queria saber.
—Chega aqui.—ele segura minha mão e me leva até o lado de fora, subindo por mais umas 20 mil escadas estreitas, passavam motos,  bicicletas, fios de energia, canos de água...

Sinto que se fosse eu de umas duas semanas atrás estaria apavorada, mas eu tava curtindo como nunca, era uma outra realidade, ele me fazia esquecer de qualquer coisa, além de me sentir segura na sua presença. O moreno me dá a mão para eu consegui subir em uma gruta, e eu vejo o 44 tatuado em sua mão e me lembro do dia do show. Sorrio boba.

—O que foi?.—O moreno pergunta sorrindo ao me puxar.
—Nada não.—sorrio com os lábios apertados.
—Tá cansada?.—ele diz tirando sua blusa que já estava suada, deixando aquele abdômen a mostra.

E que abdômen viu, seu short estava a baixo da cueca, fazendo que desse pra ver o escorpião que ele escondia na sua entradinha do lado direito. Ele joga a blusa no seu ombro e estende a mão pra trás, para que eu segure a mesma. Continuamos andando por mais uns 10 minutos, até me deparar com a vista mais linda do rio que eu já tinha visto.
Apoio no corrimão, e sinto o moreno encaixar atrás de mim, colocar as mãos em cima das minhas. É assim ficamos, por uns 10 minutos, apenas apreciando a vista em um completo silêncio, ele coloca as mãos na minha cintura me virando pra ele, nosso nariz se encontra e ele avança para um beijo, calmo, diferente dos outros, com carinho, cuidado, ele para me olha e sorri, dou diversos selinhos nele, e me viro de novo pra olhar a vista na intenção de gravar ela na minha mente, não só a vista, mas o momento, queria poder me lembrar dele pra sempre.
O por do sol chegou, e o impossível aconteceu, ficou ainda mais bonito do que já estava, estávamos sentados na beira do morro ainda apreciando, ele estava deitado no meu colo e eu estava fazendo um cafuné, até que ele se levantou.

—Eai? Bora? Tá escurecendo.—ele estendeu as mãos para me ajudar a levantar.
—Vamos.—sorrio.
—Antes de ir pra casa, vou te levar pra comer o melhor jantar do mundo, melhor que seus restaurante 5 estrelas.—ele ri me puxando pela mão.

Chegamos em uma barraquinha depois de 20 minutos andando, uma senhora acenava assim que viu ele de longe.

—Falaaaa dona Márcia.—ele abraça a moça dando um beijo no topo da sua cabeça que estava coberta por uma touca.
—Oh Gei, tô cheirando a gordura.—ela reclama tentando evitar o carinho do moreno.
—Vem cá mulher.—ele abraça ela mais forte.

A senhora ri balançando a cabeça.

—Dona Márcia, essa aqui é a Cathe.—ele solta ela, estendendo o braço pra mim.
—Que moça bonita, prazer, não vou te abraçar porque to só a gordura.— ela sorri e estende a mão.
—Até parece.—sorrio e cumprimento com um abraço e beijos na bochecha.
—Arranja 2 completão pra gente, caprichado.—o moreno puxa o banquinho de plástico pra mim.

Me sento e ele senta logo em seguida, ele começa a falar sobre como foi se mudar pro ppg, depois de tanto tempo na zona leste. Uma moto passa buzinando e o moreno acena mais uma vez. A moto encosta, e Rd desce tirando seu capacete.

—Não acredito que tu trouxe a madame pra comer um dogão.—ele ri me avistando.
—Tem que aprender o bom da vida.—ele sorri me olhando.
—Vocês tão jurando que eu só como em restaurantes renomados né?.—sorrio balançando a cabeça.
—Sim.—os dois respondem juntos, e caem na gargalhada.
—Oh minha gata, me arranja um completão.—ele puxa um banquinho e se senta na mesa.—Porra era um encontro? Coe mancada, tô atrapalhando.—ele diz e se levanta rapidamente.
—Tá doido, claro que não, senta aí.—digo rindo.
—Já atrapalhou mesmo.—Xamã ri zoando ele.

A noite foi super divertida, nunca ri tanto quanto com esses dois, o cachorro quente tava divino. Acabou ficando super tarde sem que a gente percebesse, Xamã se levanta e vai até a senhora para pagar o lanche. Levantamos e vamos caminhando até a casa deles, enquanto major pega sua moto e vai em rumo ao mesmo lugar, avisto a casa finalmente, e começo a escutar barulhos super altos de disparo, Xamã me puxa pelo braço se abaixando, e o mundo ficou em câmera lenta.

—ENTRA ENTRA ENTRA.—o moreno grita enquanto me puxa.

Rd abre a porta rapidamente e nos abaixamos no chão da sala. Os disparos são super altos, parece estar do nosso lado, me desespero em saber que possivelmente está muito perto. Olho para o moreno deitado no chão do meu lado.

—Respira, fica calma.—ele suspira.

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⏰ Última atualização: Jan 10 ⏰

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Era uma vez // Xamã Onde histórias criam vida. Descubra agora